CHAPTER THREE - Nightrain

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POV Duff

- Deixa-me ver...- Pedi ao Steven- Como é que a deixaste ir embora?
É uma carta da Grace...

'' Olá Duff.

Espero que ainda te lembres de mim, a Grace.

Bem, nestes dias eu tenho sentido falta dos teus concelhos em como ser Punk e tenho saudades de tudo.

Como nunca mais vieste ter comigo eu comecei a pensar que tu não sentias o mesmo por mim e que nunca mais me querias ver...

Só quero dizer que... Gostei muito de te conhecer.

Queria ensinar-te a tocar um pouco de baixo, se um dia quiseres, eu estou lá.

Adeus Duff,

            Grace.''

Eu tenho medo de falar com ela. Eu não a quero influenciar para a merda de mundo em que eu estou.
Peço desculpa, vocês não sabem nada sobre mim...

Bem, eu nasci aqui, em Seattle, há 19 anos atrás. Quando tinha 10 anos apanhei o meu pai a foder com a mãe do meu melhor amigo. A partir desse momento percebi a decisão da minha mãe, ao deixar o meu pai. O meu pai bebia como um cão e fumava como uma chaminé. Numa tentativa de parar de sofrer, fui ao quarto do meu pai e fui buscar drogas à sua gaveta. Eu sabia utilizar as mesmas, porque já o tinha visto a fazer aquilo inúmeras vezes. Senti um alívio, apenas que temporário, mas um alívio imenso na minha alma. Daí em diante, eu fiquei viciado. Aos 14 já estava dependente das drogas e das bebidas alcoólicas. E, num momento em vão, perdi a minha virgindade com uma rapariga qualquer. De uma maneira, eu fui bastante influenciado a fazer estas coisas. E é por isso que eu não quero falar com ela, eu não quero que ela seja como eu. Um falhado. Mas custa-me tanto...

Saí de casa e dirigi-me à casa da Grace. Queria explicar-lhe a minha situação, para que ela não ficasse mais triste comigo. Vi-a debruçada na janela, provavelmente à minha espera. O quarto dela tinha uma varanda. Tentei subir para ir ter à varanda, e , dificilmente, consegui.

POV Grace

Espero que ele leia a carta...

Continuamos o nosso caminho para casa. E, como sempre, a minha mente estava a considerar todas as hipóteses que poderiam ocorrer após ter posto a minha carta na casa do Duff. Mas o que me parecia mais provável era que ele não iria ligar nenhuma à carta.

Chegámos a casa e fui para o meu quarto ouvir um dos vinis que o Duff me deu, ou melhor, que ele roubou. Era o 'Unknown Pleasures' dos Joy Division. Era um dos meus vinis preferidos, não é um álbum punk, mas era o que eu precisava de ouvir. Agarrei no meu baixo, sentei-me na cama e comecei a tocar a linha do baixo por cima da música. Precisava de desanuviar. Entretanto a May entrou no quarto com um banquete para mim.

- Tens de comer! - Insistiu. - Vou ficar aqui sentada a ver-te comer até acabares.- Dirigiu-se para uma cadeira que estava na minha secretária e sentou-se.

- Oh May! A sério?! Eu como, mas eu não gosto da ideia de ficares especada a olhar para mim como uma psicopata. - Gozei.

- Juras que comes??

- Sim, chata! Eu como, não te preocupes. AGORA SAI DAQUI PORRA! - Implorei.

Ela saiu do quarto e comecei a comer. Dei umas dentadas no pão. Mas não consegui comer mais que isso. Pus a comida restante no lixo e coloquei o tabuleiro em cima da secretária. Recomecei a tocar baixo. Fiquei a tocar até à 'New Dawn Fades'  e, no entanto, parei de tocar. Fui para a janela e fiquei a olhar para a rua para a casa do Duff , que se via mediocremente bem. De uma forma eu estava à espera que ele viesse, mas de outra, tudo me apontava para o contrário. Começou a dar o 'She's Lost Control' quando vejo uma pessoa a subir até à varanda. Fui a correr buscar a faca que estava no meu tabuleiro e tranquei as portas da varanda. Fui a correr buscar a faca que estava no meu tabuleiro e tranquei as portas da varanda. Não parava de tremer. Nem sequer pensei em chamar a May, de tão nervosa que estava. Escondi-me num canto do quarto quando reparei que era o Duff.

It's Now Or NeverOnde histórias criam vida. Descubra agora