Proteção/Descoberta

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Algo que eu esqueci de avisar depois do último capítulo é que os capítulos não acontecem exatamente um em sequência ao outro. Ou seja: o último capítulo pode ter acontecido no mesmo dia do primeiro ou dias depois. E eu esqueci dos agradecimentos finais no último capítulo, mas valeu pelos acessos (não sou muito bom com agradecimentos). Anyway, aproveitem o capítulo de hoje.

Era um dia relativamente quente para um mês de agosto e, aproveitando que Otávio teria um dia de descanso do comando do quartel, que ficaria nesse dia sob o comando do Capitão Randolfo, ele e Luccino foram aproveitar o dia de folga. Luccino em si não tinha exatamente um dia de folga, mas estava há tantos dias trabalhando no mesmo carro e sem receber novos para consertar que resolveu se dar um dia de pausa. Afinal, mais um dia ou menos um dia não faria diferença nesse conserto.

Otávio queria ter um dia calmo, já que a próxima carta e o que seria posto nela eram coisas que ressoavam na mente do major ao ponto de lhe deixarem desestabilizado. Pensou em dar uma volta no campo. Luccino, porém, tinha outros planos. Qualquer dia de descanso para Luccino significaria ou um dia com a família ou um dia na cachoeira do vale. E, já que o dia estava quente e Luccino não visitava sua cachoeira favorita havia meses, a opção escolhida foi a cachoeira. Faltava apenas convencer Otávio a aceitar.

"Qual o problema de passar um dia no campo, Luccino?" perguntou Otávio tentando fazer o amado esquecer a ideia da cachoeira.

"Sol na cabeça, ausência de guarda-sóis e o fato de que hoje o dia está perfeito para um banho" Respondeu Luccino calmamente.

Já fazia quase sete minutos que os dois estavam nesse bate-rebate de argumentos no sofá de casa e o estoque de argumentos de Otávio estava quase zerado e ele estava quase cedendo por exaustão. Não gostava da cachoeira principalmente pela temperatura da água, mas aquele era o lugar favorito de seu amado vizinho e isso complicava qualquer argumento contrário. Tentou de novo:

"Lembra que da última vez que nós fomos lá você ralou a perna numa pedra? A tua sorte foi eu ter levado o kit de primeiros socorros, que inclusive eu não tenho mais aqui. Vamos pro campo, por favor."

"Eu prometo que hoje eu vou tomar cuidado, meu querido major. E o campo também não é o mais seguro dos lugares. Ou você se esqueceu do seu tombo daquela árvore no meio do campo? Você precisa começar a superar esse seu medo de água e essa é uma oportunidade de ouro." Disse Luccino abraçando suavemente Otávio, que já não tinha mais argumentos para contra-atacar. "E, qualquer coisa, é só pegar um kit ali no quartel."

"Tá, vai ser a cachoeira então" Respondeu Otávio, vencido. Luccino tinha um alto poder de persuasão o que, por vezes, lhe beneficiava em situações como essa. Caminharia no campo com Otávio, mas apenas quando o tempo esfriasse um pouco, já que não queria se queimar por conta do sol. E esperava conseguir, mesmo que por alguns minutos, fazer com que Otávio superasse seu medo daquela cachoeira.

Os dois saíram em direção à cachoeira. Otávio, antes de tudo, fez questão de passar no quartel e pegar um kit de primeiros socorros. Randolfo estava com os soldados do outro lado do quartel e, portanto, não tinha como perguntar a razão do major ter pego o kit.

Luccino ia na frente, já que estava mais empolgado com o banho do que Otávio, que não estava muito atrás. Chegaram depois de aproximadamente vinte minutos à cachoeira. Luccino retirou rapidamente sua camisa enquanto Otávio não tinha necessidade de tirar, já que já a havia tirado no meio da trilha. O italiano admirou o major e disse despretensiosamente:

"Você fica lindo assim à luz do sol"

Otávio ficou levemente vermelho e, tenso, olhou em volta para ver se não havia ninguém. Já se tornara um hábito dele: ser elogiado, ficar vermelho e, por fim, olhar ao redor para ver se alguém estava ao redor para ouvir as declarações desse italiano safado que era o homem da sua vida. De vez em sempre não havia ninguém nos arredores, fazendo a paranoia de Otávio ser infundada.

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