Oito

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Milhões de desculpas pela demora, mas houve um problema na minha vida (meu celular parou e fiquei um mês com ele ruim) mas de quebra vou postar os três ultimos agora como pedido oficial de desculpas ;)

xoxo


As bombas chegaram — como Camila logo iria descobrir — às seis da manhã do dia seguinte. Lauren havia se levantado e já estava lá fora antes mesmo dela despertar, o que era bom, pois a barqueira queria algum tempo para se recompor antes de encará-la.

Usando o macacão que ela tinha pedido, Lauren estava fixando as mangueiras flexíveis das bombas nas pequenas janelas que ficavam na popa do barco, a única parte que estava acima do nível da água.

Camila subiu no topo da parte visível do bote e esperou perto de onde estavam as bombas, enquanto Lauren desaparecia no interior da cabine submersa. Então, em resposta ao grito daquela mulher, ela ligou as bombas e jatos d'água jorraram para dentro do rio.

Por um bom tempo, nada parecia estar acontecendo. De vez em quando, quando a água gotejava, ela dava umas batidas com força já que Lauren havia direcionado os tubos das bombas para permitirem que o processo de sucção recomeçasse. Depois de duas horas cansativas, a moça percebeu que podia ver uma parte maior do teto. Seu alívio era imenso. O barco devia estar subindo!

Quando Lauren emergiu para checar o progresso, a barqueira se arrastou excitada até o topo da cabine e ficou olhando para seu rosto cheio de orgulho.

— Está funcionando! — Camila gritou alegre.

— Sim. Lentamente, mas sim! — berrou, satisfeita. — Vamos continuar. Belo trabalho.

— Oh, Lauren! Veja! É o barco do Tom! Ele está de volta!

Contrariada, Lauren viu a grande chata holandesa se aproximando, e o rosto horrorizado de Tom.

— Ligue as bombas de novo — disse a empresária bruscamente, antes de mergulhar de novo e desaparecer.

A alegria de Camila ao ver Tom colocara a dona da ilha em seu devido lugar. Lauren respirou bem fundo e afundou na água que estava dentro da cabine. Seus dedos feridos sangravam enquanto arrancava colheres, papéis, pedaços de bambu e lixo em geral da grade que cobria os bocais das bombas, para que estes não ficassem bloqueados.

Ela se concentrou nisso. A dor era quase bem-vinda. O frio penetrava em seus ossos apesar do macacão, e Lauren estava prestes a sair pelas portas da cabine traseira quando deu de cara com uma figura familiar na cabine do barqueiro.

— Está saindo um café fresquinho — anunciou Tom afetuosamente. – E rosquinhas também. Você parece estar exausta. Dê um tempo.

A cansada trabalhadora estava quase rejeitando o convite quando percebeu que estava sendo estúpida. Uma boa dose de cafeína seria muito bem-vinda, mesmo que tivesse que tomá-la enquanto Tom e Camila estivessem olhando um para o outro.

— Muito obrigado — agradeceu, e foi atrás daquele moço de cabelo encaracolado.

Os três se sentaram na barcaça holandesa enquanto a barqueira contava o que havia acontecido. Lauren ficou aliviada ao ver que sua ex-parceira não demonstrava a menor possibilidade de ficar abraçada ao namorado.

Mas a principal preocupação de Camila era a própria Lauren, que estava com os dedos sangrando, fazendo com que a moça começasse a gritar aflita.

— Se eu estivesse com meu material de trabalho, poderia cuidar deles — lamentou-se, segurando suas mãos feridas em desalento.

— Preferia ter à mão um colete de tricô — disse enquanto se contorcia. — Estou congelando.

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