Cinquenta e sete.

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P.O.V Shawn Mendes:

Eu queria parar de chorar mas porra, isso dói pra caralho. Pelo menos em Toronto eu tenho o colo da minha mãe... Minha mãe vai morrer ou assassinar alguém quando souber de toda essa história.

Limpei novamente os meus olhos quando cheguei no aeroporto. Pus os meus óculos escuros e com raiva fui fazer o check-in. Me desculpe, Anninha, por ser o Shawn arrogante. Ainda bem que em quinze minutos o vôo saia e eu não previsava ficar horas nessa merda.

De longe vi Manuel e o oficial, acenei apenas para o oficial. Sentei em uma das cadeiras e quando senti uma certa presença ao meu lado, troquei de lugar sem falar nada.

Quando finalmente deu a hora, antes de embarcar, ainda olhei para trás mas com certeza minha Anna ainda estava dormindo afinal são seis da manhã. Após assinar alguns papéis burocráticos, entrei no avião, pelo menos o outro sentou em uma poltrona bem longe de mim. Peguei o meu iPod e coloquei os meus fones.

Observando as nuvens, me dei o luxo à chorar quieto até que os meus olhos pesaram. Sonhei com Anna, ela com o barrigão, estávamos na praia de Los Angeles até que quando tudo estava perfeito naquela realidade alternativa, uma comissária de bordo me acordou avisando ter chegado ao inferno, fiquei pior do que eu já estava.

Desci do avião, percebi o outro me olhando mas apenas ignorei, peguei minha mala e novamente limpei os meus olhos. Respirei fundo e fui até um táxi.

Manuel: Não precisa de táxi, Shawn. - guardei minha mala no porta-malas.

Shawn: Não fale comigo, não aja como se eu fosse importante pra você. - entrei no carro e logo o homem deu partida quando eu disse o endereço daquela casa - Cidade maldita... - resmunguei sozinho.

Fiquei observando a paisagem e logo vi a torre CN, lembrei de quando levei Anna para jantar e nisso findou na nossa primeira noite. Lembrei de quando fomos almoçar no parque, os seus pôneis do MC Donald's, ela agarrada aos meus CD's e caindo quando fomos correr, nua no quarto desesperada porque eu também estava sem roupa, sua voz lindamente irritante me chamando de senhor Mendes propositalmente, seus olhos assustados quando faltou luz no apartamento... O seu sorriso quando beijei a sua barriga quando ela me disse estar grávida. E então, de volta onde tudo começou, dessa vez sem ela. Mesmo que seja por enquanto, é uma dor horrível. Cheguei quase ao mesmo instante que Manuel mas entrei em casa antes dele.

Mãe: Eu não acredito! - ela correu e me abraçou - O que você está fazendo aqui na véspera do seu casamento? - merda, eu ia casar amanhã - Onde está Anna? - abracei minha mãe de volta e chorei - Shawn...

Shawn: Depois eu explico à senhora. - ela afagou minhas costas - Mãe...

Mãe: O que aconteceu?

Manuel: Está tudo bem? - senti ele tocando nas minhas costas e o afastei.

Shawn: Não encosta em mim, velho escroto do caralho.

Mãe: Shawn Mendes! - minha mãe me repreendeu.

Manuel: Olhe como você fala comigo! Eu sou o seu pai!

Shawn: Você não é o meu pai! O meu pai morreu pra mim em Pickering! - gritei com raiva.

Vovó: Shawn...?

Manuel: Será que você é tão cabeça dura ao ponto de não perceber que eu fiz isso para o seu bem! - ele também gritou.

Shawn: Não! O meu bem não é aqui! O meu bem não está aqui!

Manuel: Você ia ser preso!

Mãe: Quem ia ser preso? Shawn?

Manuel: Fale pra ela, fale que você foi deportado. Que tudo com a Anna era uma farsa, que ela trabalha pra você em Los Angeles!

Marriage? - Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora