Um momento e o destino

EPÍLOGO

Três anos se passaram, Nanda se tornou proprietária de uma academia de dança e já realizava seu sonho de viver da dança. Em quase todas as noites na privacidade do quarto do casal, ela dançava para o marido e o fazia se sentir o homem mais sortudo do mundo.

– Sabe, meu amor, – dizia ela deitada ao lado do marido depois de um sexo caprichado e ainda suada e com a respiração acelerada – acho que chegou a hora de termos mais um filho. Eu nunca me conformei com a forma imprudente que cuidei da minha gravidez. Sempre sonho que estou grávida novamente e me sinto tão feliz com aquele barrigão e principalmente quando tenho um pequeno bebê no colo e te vejo todo babão acariciando a cabecinha dela.

– Dela?

– Sim, sempre sonho que é uma menina, e a chamamos de Kristen.

– Mas se fizermos outro menino?

– Não tem problema, vou amá-lo da mesma forma. Eu só quero curtir com você uma segunda chance, vou fazer tudo direitinho desta vez, o pré-natal e todo o resto. E o melhor de tudo é que vou ter você para me mimar.

– Ah, isso eu vou mesmo! Eu e o Henry vamos te dar muito carinho, eu vou carregar água na peneira para você e mesmo que fique chatinha e às vezes queira brigar por qualquer coisa, eu vou fazer amor com você e te dar muito prazer mesmo quando tiver com uma barriga enorme. Vou adorar dormir abraçado a ela.

– Eu já disse que te amo?

– Às vezes você diz, mas acho que pode se esforçar mais e dizer a cada um minuto, ou melhor, a cada meio minuto seria ainda melhor!

– Você me faz tão feliz, Max! – sorrindo ela subiu em seu corpo e o beijou.

Quando o doutor através de uma ultrassonografia descobriu que Nanda gerava uma menina, ela chorou e agradeceu a Deus por lhe conceder uma segunda chance. Max e Henry que a acompanhava ao consultório fizeram a maior festa e a encheram de beijos. Henry que estava ainda mais parecido com o pai disse a mãe:

– Eu vou cuidar da minha irmãzinha, mamãe. Agora terei duas meninas para eu proteger, vou ter que comer mais.

Max caiu na gargalhada e agarrou o filho que estava se sentindo tão responsável pela segurança de sua irmã e pela de Maria Flor, filha de sua grande amiga, Cindy. Ele e a amiga costumavam ficar admirando os filhos brincarem e imaginavam que eles iriam repetir suas história e se amariam como se fossem irmãos de sangue.

Quando Nanda teve a filha pela primeira vez nos braços soluçou de tanto chorar e prometeu amá-la e protegê-la eternamente. Max beijou a esposa e enxugou suas lágrimas sem perceber que as suas também rolavam em seu rosto. Ele agradeceu a Deus pela gravidez perfeita que a esposa teve e por todos os momentos gratificantes onde ele pôde curtir com ela e seu filho.

No aniversário de um ano de Kristen, uma linda festa foi feita e Nanda estava feliz em receber todos que sempre esteviram ao seu lado, pessoas que ela tinha certeza que a amava e amava seus filhos. Tina foi a convidada mais esperada, pois há um ano Nanda não a via. Depois de sua formatura, Tina foi para a sua terra realizar seu sonho de cuidar de seus pais e gerenciar uma creche. Ela chegou acompanhada de um rapaz que por telefone falava para sua amiga que havia se apaixonado. Henry correu para os seus braços e disse que sentiu sua falta. Tina abraçou forte o garotinho e disse que também sentiu a sua. Ela pegou Kristen no colo e a admirou dizendo que era a cara de Nanda. Kristen era loira de olhos azuis e seu sorrisinho tímido era a coisa mais linda de se ver, ela era a princesinha da casa e era tratada como tal. Kate que ainda morava com o casal estava noiva de seu grande amor. Felipinho corria contra o tempo para poder se casar com ela no ano que vem, logo depois da sua formatura. Max o estava ajudando e o primeiro apartamento do casal seria o seu presente de casamento. Chris e Marcelo planejavam morar junto logo depois desse casamento e Eliana já havia feito o convite para seu namorado ir lhe fazer companhia quando Chris saísse de casa. Chris havia se tornado uma excelente designer e foi de suas mãos que saiu o desenho do vestido de noiva de Cindy, trabalho pelo qual, ela tinha muito orgulho, pois foi o primeiro de muitos. Max não se aguentou de tanto orgulho quando levou Cindy ao altar e a entregou ainda grávida para Gefferson. Nanda às vezes pensava no pai, queria que ele tivesse sido uma pessoa diferente e que pudesse estar ao seu lado nestes momentos felizes. Um ano após sua prisão, Eliana e as filhas o visitaram, ele se dizia arrependido, pediu perdão por ter as abandonado naquele momento tão difícil e por ter tentado tirar a vida do pai do seu neto e prometeu que quando saísse dali iria viver com a mulher e os filhos bem longe delas. Eliana o olhou nos olhos e disse que desejava paz em seu coração e se despediu afirmando que seria a última vez que se veriam, ele lhe pediu perdão e disse que ela foi a melhor esposa que um homem pode ter. Depois do último abraço nas filhas que também afirmaram não voltar mais ali, ele segurou com as duas mãos o rosto de Chris e disse que mesmo que nunca tenha falado, ele sentia muito orgulho de sua personalidade forte e sabia que ela iria muito longe e sempre teria tudo o quisesse nesta vida.

Depois do parabéns onde Henry ajudou a irmã a soprar a velinha todos voltaram a se divertir e comeram o delicioso bolo das princesas. Henry com Maria Flor correu para os brinquedos que estavam montados no jardim próximos a piscina onde Nanda quis que fosse a festa, local que sempre era feita as festas dos aniversários de Henry e Maria Flor. Naquela casa eles eram muito felizes e quanto mais momentos especiais passassem ali, melhor. Max estava tão feliz em ter o pai ali que não sabia o que fazer para agradar a ele, a madrasta e seu irmão Pierre que haviam chegado no dia anterior. Todos os natais e aniversários de Henry, eles compareciam e passavam alguns dias com eles, pois como Nanda prometeu, nunca mais quis voltar em Nova Jersey.

No final da tarde quando ainda a festa acontecia, Max e Nanda estavam na varanda apreciando o crepúsculo e ninando a filha cansadinha que sugava a mamadeira e olhava para os rostos dos pais. Henry apareceu e sentando no colo do pai acariciou os poucos cabelos dourados da irmã e perguntou se ela iria dormir. Quando teve a resposta que sim, ela não tinha mais pique para brincar, ele voltou para a sua outra irmã que chamava de Florzinha. Kristen adormeceu logo que terminou sua mamadeira e seus pais se beijaram apaixonadamente, tendo a certeza que estariam no caminho certo e que o amor está em tudo, basta apenas querer senti-lo. Entenderam o verdadeiro valor de se entregar ao amor, não apenas ao amor de um homem e uma mulher; amor ao amigo, ao filho, à família, à profissão, a Deus, à vida!

                                                                                               FIM