Capítulo 4

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Os dias se passavam tão rapido, e ultimamente tudo parecia tão certo.
Eu estranhava a forma como tudo mudou depois que eu a conheci.
Fazia um mês, e em apenas um mês, eu consegui tornar Dahyun uma das pessoas mais importantes pra mim. Ela sabia como me distrair, ela sabia como me fazer sorrir e a forma como ela fazia isso...Era diferente. Dahyun era diferente.
[...]
Dubu: sana vc é incrível
Dubu: eu tirei 9 em química
Dubu: eu nunca achei que fosse conseguir tirar uma nota tao alta nessa porcaria de materia meu deusss
Dubu: e isso graças a vc
Eu: MEU DEUS DUBU, QUE ÓTIMO! EU SABIA QUE VC IRIA CONSEGUIR
Eu: agora a gente nao precisa focar só nisso
Eu: qual é a próxima materia que vc precisa de ajuda?
Dubu: opa opa vamos com calma
Dubu: nao quero pensar nisso hj, acabei de virar nerd, deixa eu me acostumar
Eu: hahahaha continue assim, e vc nao vai precisar mais da minha ajuda
Dubu: ah qual é, eu sempre vou precisar da sua ajuda
Dubu: além do mais, eu gosto dela
Dubu: é bom passar o tempo cm vc, mesmo q seja estudando
Eu: sou a melhor professora particular q vc ja teve
Eu: e olha q eu nem cobro
Dubu: concordo total
Dubu: o que vc acha da gente sair hoje pra comemorar? seila, fazer qualquer coisa
Dubu: oq vc gosta de fazer?
Eu: ta me chamando pra sair?
Eu: serio?
Dubu: nao posso?
Eu: hahaha claro que pode, me busca aqui em casa daqui a pouco
Eu: ai a gente decide o que faz
Dubu: pode se preparar, vai ter a melhor noite da sua vida!
Bloqueeio o celular e reflito sobre aquela conversa.
Por algum motivo eu tinha certeza que seria a melhor noite da minha vida.

Fez exatamente uns vinte minutos e Dahyun tocou a campainha da minha casa. Por sorte, minha mãe não estava em casa e sair daqui sem ela pra tentar impedir era bem mais fácil.
Abri a porta e me deparei com um anjo. Quer dizer, eu nunca tive uma visão perfeita de como seria um anjo.
As pessoas diziam que usavam roupas brancas, asas, uma coroa flutuante na cabeça e uma aura envolta do corpo.
Mas as pessoas estavam erradas.
O anjo que estava na minha frente usava uma camisa xadrez, calças jeans e all star preto. O cabelo também estava preso em um coque e o sorriso mais brilhante do mundo estava presente no rosto.
Aquele maldito sorriso.
—Eu decidi o que a gente vai fazer.—Ela diz, passando por mim e entrando na minha casa como se fizesse isso por anos.
Tranco a porta e acompanho os passos dela.
—É mesmo? O quê?
Dahyun tira do bolso alguma coisa que não deu pra ver exatamente o que era e estende o braço para me mostrar.
—Dois ingressos pra assistir "A culpa é das estrelas". Eu sabia que você queria assistir então eu pensei que poderíamos ir juntas.
Meu deus. Se eu dissesse que Dahyun em um mês me conhecia mais do que eu em 18 anos de vida, acho que eu não estaria exagerando. Nem um pouco.
—Dahyun...Meu Deus, eu não acredito que você fez isso. Eu vou te pagar depois e...
—Não, não. Isso e a pipoca ficam por minha conta, você merece.—Ela sorri.—Agora vai lá se arrumar antes que a gente perca o horário.
—Ok...
Algo me dizia que ela noite seria inesquecível.
[...]
Nunca achei que fosse chorar tanto por causa de algo como chorei por causa desse filme. Tudo bem, pode ser que eu esteja exagerando, mas eu chorei quase em todas as partes, e no final parecia que eu ia desidratar. Não acredito que fui a única.
—Como que você consegue não chorar?—Pergunto pra Dahyun, que me abraçava tentando me acalmar.
—Acho que você é sensível demais. Ou é TPM?
Dou um tapa forte no ombro dela.
—Você que é insensível. Foi triste demais, não aguento essas coisas.
Dahyun solta uma gargalhada. Não acredito que ela estava debochando de mim.
—Eu sei que é triste, Sannie. Mas são coisas da vida. Você tem um coração tão puro...
Reflito sobre o que ela havia dito e enxugo as últimas lágrimas nos meus olhos.
Sannie? Gostei de como isso soou vindo dela.
—Eu acho que é por isso que ele foi quebrado.
Dahyun se assusta.
—O quê? Quem foi o filho da puta que teve coragem de quebrar seu coração?
Sorrio de leve. Eu não me abria pra ninguém fazia tempo, parecia estranho fazer isso.
Dahyun me encarava realmente curiosa pra saber a resposta.
Mas decido não contar. Não agora.
—Deixa isso pra lá, vamos voltar.
Me encaminho em direção ao táxi mais proximo da gente, mas Dahyun me puxa pelo braço de leve e me faz encará-la de novo. Sua expressão estava séria.
—Ei, eu entendo que você não queira conversar sobre isso, mas nas últimas semanas, eu notei algumas coisas sobre você. Você se fecha um pouco e se abre ao mesmo tempo, eu não entendo mas...Mas eu sei que alguém te magoou, alguém que significou muito. E eu tenho certeza que você não merecia.
Fico encantada com as palavras dela enquanto ela dizia cada uma delas. Dahyun era realmente um anjo, e eu não tinha mais dúvidas disso.
—É...Obrigada.
—Eu posso fazer algo, e você promete que não vai ficar brava?—Ela pergunta.
—Sim...Mas o quê você...—Dahyun não deu nem tempo pra eu terminar, me puxou para mais perto dela e colou seus lábios nos meus.
Sem pensar duas vezes, retribui o beijo continuando-o até nossas linguas se juntarem e dançarem no mesmo ritmo.
Beijar Kim Dahyun era como realizar um sonho do qual eu jamais sonhei.
Era mágico e ao mesmo tempo real.
A sensação era a melhor do mundo.

Aquela foi a primeira vez que Dahyun me beijou.
E aquele foi o dia no qual eu percebi que eu estava completamente e irrevogavelmente apaixonada por ela.

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