Capítulo 6

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Os dias foram se passando cada vez mais rápidos depois de tudo.
Dahyun me prometeu que iria tentar ao máximo parar com o que ela fazia e me pediu ajuda. Obviamente, me disponibilizei à ajudá-la todos os dias, sempre a mantendo distraída e sempre a fazendo se sentir a pessoa mais amada do mundo, para que ela não precisasse imaginar como seria isso, seja lá com que tipo de droga ela usasse pra isso.
Dia após dia, dediquei todas as horas livres que eu tinha pra passar com ela, e ela também gostou da ideia de passar o tempo livre comigo.
Dahyun era como se fosse tudo que eu possuía e tinha medo de perder.
Ela era frágil, como se fosse feita de porcelana, e minha mente continuava me dizendo que a qualquer momento isso iria acontecer.
O meu erro foi não acreditar nisso.

—Hey, Jagiya.
Dahyun havia combinado de me encontrar depois da escola, mas já fazia meia hora que o sinal havia tocado e eu esperava por ela igual uma idiota.
—Quer parar de me chamar assim?—Cruzo os braços.—Me diz que você não se atrasou porque pegou detenção de novo.
Dahyun faz uma careta.
—Eu peguei detenção de novo...—Dahyun percebe a expressão demonstrando decepção e raiva no meu rosto e tenta me tranquilizar.—Desculpa...Eu juro que foi por um motivo bom, sério.
—Existe motivo bom pra isso?—Pergunto, e Dahyun sorri.
—É Óbvio! Olha, vem cá.—Dahyun entrelaça levemente sua mão na minha e me guia para algum lugar no pátio da nossa escola, que estava bem deserto por sinal.—Ta vendo aquele gordinho ali?—Dahyun aponta para um garoto não muito alto, um pouco acima do peso e que parecia ter levado uma surra daquelas com o tanto de gelo que carregava na cabeça.
—O que tem ele?—Questiono.
—Uns idiotas do último ano estavam tentando enfiar a cabeça dele no lixo e quando eu percebi o que tava acontecendo fui tentar ajudar ele. Eu assustei os babacas, mas eles ameaçaram me jogar no lixo e infelizmente eu acabei socando a cara de um deles assim que o inspetor Yonseu passou. Foi por isso que eu fui parar lá...
Dahyun não parecia estar mentindo. Era realmente a cara dela fazer isso.
—Ok então, Jessica Jones. Eu acredito em você e a perdoo por me fazer esperar aqui fora sozinha no meio da noite.—Ironizo, e Dahyun solta uma gargalhada.—Dramática.
—Shh, cala a boca.—Posiciono meu dedo indicador nos lábios dela.—Não faz barulho, tem pouca gente por aqui, vai chamar a atenção.
—Ah é?—Ela aumenta o tom de voz.—Então me faz calar, ou eu nem paro.
Sorrio maliciosamene. Droga, Dahyun.
A puxo para perto, pressiono nossos corpos para entrarem em contato e colo nossos lábios, acariciando a nuca dela com a minha mão direita.
Conclui que a noite iria ser longa pra gente.
[...]
—As estrelas parecem estar mais brilhantes hoje. Você não acha, Dubu?
Dahyun e eu estávamos no terraço da casa dela, observando o céu escuro, como sempre faziamos.
—Eu acho que elas sempre se agitam quando você ta perto de mim. Assim como os átomos dos nossos corpos se atraem com apenas isso...—Dahyun que estava deitada do meu lado, entrelaçou nossas mãos e as levantou, na direção do céu.—Eu acho que elas sabem da nossa química.
Sorrio.
—Como foi que você ficou tão romântica assim, Kim Dahyun?
Ela ri baixo.
—Pra você ver o efeito que você causa em mim, Jagiya.
Dou um leve tapa na perna dela com a minha outra mão que não segurava a dela.
—Para com isso. É estranho.—Digo.
—É fofo. É o apelido mais carinhoso que eu achei na internet, dizem até que pessoas casadas se chamam assim depois de um certo tempo. Simboliza o amor verdadeiro e todas as coisas que ele representa.
Dahyun sabia exatamente como fazer meu coração derreter.
—Ta, na primeira parte eu acredito, mas admite que a última frase você inventou...
—Ei!—Ela protesta.—Para de estragar meus momentos, deixa eu tentar te conquistar.
Sorrio, e viro a cabeça para encará-la.
Dahyun se mostrava cada vez mais linda cada dia que passava, seja por dentro ou por fora...Ela era simplesmente linda.
Eu amava até mesmo os defeitos dela.
Eu amava tudo nela.
—Você me conquistou logo no primeiro dia que você olhou pra mim, idiota. Não precisou de mais nada além disso.
—Sério?—Dahyun parecia surpresa.—Eu não acredito que você se apaixonou antes de me beijar. Com as outras garotas sempre foi o contrário. Dizem que é bom pra caramba.
Imediatamente me levanto e lhe dou um outro tapa, me sentando de frente pra ela e cruzando os braços, indignada com o que eu havia acabado de escutar.
—O quê?! O quê você quer dizer com outras garotas?
Ela se levanta para se sentar de frente pra mim e percebo aqueles olhos intensos e brilhantes me encarando profundamente.
Olhos castanhos são só olhos castanhos, até você se apaixonar por alguém com olhos castanhos.
Era com certeza a minha cor preferida.
—Eu to brincando.—Ela faz uma pausa, e encara um pouco o chão. Parecia que agora era algo sério.—Houveram outras mas...Nenhum delas era como você. Você é diferente de todo mundo que eu já conheci, Sana. Não importa o que dizem sobre não existir a perfeição, pra mim você é perfeita, e eu simplesmente amo tudo em você.
Tudo que eu queria fazer naquele momento era beija-la até não poder mais.
—Mas fala sério...—Ela continua, se aproximando cada vez mais.—Elas estavam certas sobre o beijo, né?
Dahyun era uma palhaça.
Uma palhaça que adorava me provocar.
—Não sei, não te beijei o suficiente ainda pra poder te dizer.—Digo, sorrindo.
—Bom...Acho que podemos trabalhar nisso.—Ela diz, e logo em seguida cola nossos lábios com tanta força e com tanta vontade que faz meu corpo cair para trás e a deixando por cima de mim.
Beijá-la a noite inteira, debaixo de um céu estrelado e apenas nós duas ali, parecia ser a ideia mais genial pra uma noite perfeita.
Aquela seria.

Falando sobre a primeira vez...
Nunca tive certeza mas acho que aquela foi a primeira vez que eu realmente acreditei nela.
Acreditei tanto que fui capaz de mergulhar de cabeça naquele amor perfeito...E que no final provava a teoria de que não existia a perfeição.
Eu sempre tentava me sentir brava com Dahyun pelas coisas que ela fazia ou deixava de fazer, mas algo nela sempre aquecia meu coração e me fazia esquecer tudo, levava toda a raiva embora, toda a angústia.
Eu apenas não conseguia me sentir brava com ela.
O poder que ela tinha, me fazia questionar tudo.
Principalmente se aquilo era mesmo amor.

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