Fim

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Harry acorda com o som das mensagens chegando, bombardeando seu celular e fazendo com que ele vibre sob o criado-mudo.

É Louis contando de uma série que passou a madrugada assistindo. São mensagens cheias de erros de digitação e Harry passa rapidamente por elas, lendo apenas o começo porque, bem, é apenas Louis surtando com a Netflix, nada novo.

Mas no final sempre há uma mensagem fofa de bom dia.

Ainda falta alguns minutos para o despertador tocar, mas Harry levante e responde a mensagem de Louis enquanto entra no banheiro. Ele manda uma mensagem ainda mais brega e fica encarando o celular enquanto escova os dentes, esperando por uma resposta.

Os minutos passam e nada, o que significa que Louis dormiu. Quando acordar, já será final da tarde na Inglaterra.

Harry manda uma mensagem de boa tarde.

Eles sempre se desencontram quando Louis está de folga, porque Harry nunca consegue acompanhá-lo nas maratonas e é raro ele ter folga no mesmo dia. Tem sido difícil.

A caminho da redação da revista Harry fica segurando o celular dentro do bolso, esperando que Louis acorde e o responda, mesmo sabendo que ele só teve consciência para mandar a mensagem de bom dia antes de apagar. Teria sido pior não ter mensagem nenhuma, então Harry ordena a si mesmo esquecer aquele assunto e apertar o passo. Toda aquela distração o atrasou.

Londres já está acordada e Harry se espreme entre as pessoas enquanto caminha até o trabalho.

É bom que ele more perto e não precisa usar carro ou o transporte público. Para ser honesto, Harry está cada vez mais cansado de Londres e todas aquelas vozes e todo aquele trânsito e todo aquele vazio.

Ele achava que era uma pessoa de cidade grande, mas agora ele sente falta de sua cidade natal.

O prédio da revista está deserto quando Harry chega e cumprimenta o porteiro. Harry é o primeiro de seu andar a chegar e ele aproveita o silêncio para terminar de editar um trabalho e corrigir os erros antes de mandar para seu chefe ler.

Lentamente o lugar vai enchendo e as vozes aumentando. Diversas pessoas dizem bom dia a Harry, mas ele mal presta atenção em quem está falando com ele quando responde o cumprimento.

Louis ainda não o respondeu e isso está deixando-o mal-humorado.

— Bom dia, Harry — diz Beatrice parando ao lado de sua mesa —, aliás, só dia. Você está com uma cara péssima — observa.

— Estou bem — responde entredentes.

— O Harry está bem? Está com uma cara estranha — disse Jess aparecendo do nada.

Ele suspira e afasta um pouco a cadeira para que possa encara-las.

— Estou bem — repete —, um pouco cansado é só, mas não se preocupem, amanhã é minha folga.

As duas se entreolham pouco convencidas.

— E o que você fazer amanhã? Porque tem uma festa...

— Facetime com Louis — responde Harry antes que Beatrice termine o convite.

Ele nunca gostou do tipo de festa que ela frequenta, além disso, todas as vezes que eles saem ela tenta fazê-lo desistir do relacionamento a distância com Louis e sair com alguém que esteja naquele continente. Harry odeia quando ela faz isso.

— Harry, eu... — começa ela — olha eu não queria te deixar chateado, muito pelo contrário, é só que...

— Você não acredita em relacionamentos a distância, eu sei — completa ele —, e obrigado por se preocupar, mas eu e Louis estamos bem.

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