Gabrielly tocou a bola para Luciana, que chutou com a perna esquerda para o canto direito do gol improvisado com duas sandálias. Ela deu pulos e abraçou as companheiras de time, Luciana, Maria Eduarda e Carla.
— Desse jeito fica fácil, Yasmim!
Gritou para as colegas do outro lado rindo. Yasmim deu o dedo do meio enquanto reiniciavam a partida.
O sol escaldante não espantou as jovens de se divertirem na praia pouco movimentada no meio da semana. Sem demora a partida acabou, com o time de Gabrielly vencedor por dois gols de diferença.
— Você é boa demais Gaby, ai fica difícil jogar contra você.
Comentou Daniela enquanto ia até uma barraca onde estavam as coisas das meninas. Jorge abraçou a namorada pelo pescoço e sorriu para a jovem do lado.
— Eu concordo. Aquele gol que você fez foi demais, preciso reconhecer.
— Não precisa ficar babando o ovo dela também.
A loira de olhos castanhos, também conhecida como Daniela Martins, encarou o namorado, um moreno alto, com cabelos crespos e sorriso de tirar o fôlego, que logo encolheu os ombros.
Gabrielly riu abaixando a cabeça.
— Obrigada gente. Tá no sangue não é?
Ela pegou uma garrafa de água da mão de Eduarda e bebeu, acalmando a sede.
— É verdade. Sua tia costumava jogar muito por essas praias, não? Mesmo com o peso dela, soube que aquela mulher finalizava como um Cristiano Ronaldo.
Gabrielly sorriu com o comentário de Luciana. Sua tia era realmente uma mulher de muito talento. Mas uma gravidez precoce a fez parar de jogar. E quando voltou, seu peso que não era mais o mesmo, contribuiu para aposentar-se mais cedo.
— Um pouco exagerado talvez, mas ela era demais.
Gabrielly sorriu e voltou pra casa.
Seu peito se alegrava toda vez que terminava uma partida. Até mesmo quando era derrotada. Claro que ficava cabisbaixa e pensando no que poderia ter feito para melhorar o resultado, mas sua alegria era por poder estar ali, fazendo o que mais amava. Fosse na rua, na praia, na quadra, ou no campo, ela sentia-se bem. E isso deixava seu dia mais belo e colorido.
Gaby chegou em casa e subiu as escadas correndo, louca por um banho. Mas antes que ela chegasse no fim sua mãe apareceu de repente.
— Não fala mais com a mãe não é mal educada? Depois que eu morrer vai sentir falta.
Ela riu olhando a mãe e revirou os olhos descendo as escadas. Amélia estava com as mãos na cintura segurando um pano de prato.
— A senhora é uma bela de uma atriz.
Gaby deu um beijo na mãe e tornou a subir as escadas rapidamente.
— Obrigada, e não demore! Não sou amante do homem da embasa¹.
Ela voltou para a cozinha enquanto Gabrielly entrava em seu quarto sorridente. Sua mãe podia ser bem chata quando queria, mas era um fato.
Apesar de nunca ter tido contato, às vezes ela sentia falta de seu pai, que não dava mínima pra ela. Então, imagina como seria sua vida sem sua mãe? Terrível é uma descrição pequena.
Gabrielly lavou os cabelos platinados e vestiu uma roupa confortável. Desceu para jantar e comeu em silêncio. Precisava tocar num ponto delicado e ainda não sabia como. Respirou fundo buscando coragem. Ela até se voluntariou para limpar a cozinha. Gabrielly enxugou a mão e respirou fundo. Antes de sua mãe recolher-se, ela reuniu a força que tinha.
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A Jogadora
Short StoryGabrielly Rodrigues é uma baiana apaixonada por futebol e música internacional. Ela tem um grande futuro pela frente, mas tudo muda quando ela descobre uma terrível doença. Sua vida muda radicalmente, e ela perde a alegria e o jeito doce de ver as c...