os bêbados demônios das madrugadas falantes

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Como um andarilho
     Andei por aqueles olhos
  À procura de algo quente
   No entanto, não encontrei nada
 Senão
    Unhas frias e corações partidos

  Nas calçadas,
    Nas ruas,
    Do outro lado da     porta,
     Ao lado da cama.
Algum incêndio acontecia por perto,
Mas não havia nem fogo, nem fumaça.
        Eram ilusões na minha cabeça.
      Vaguei naqueles dois olhos
      Apenas para encontrar o que eu já tinha: NADA.
       E voltei para as cinzas,
   carregando alguns olhos nas minhas costas.
        Olhos em todos os cantos,
        Até embaixo de minha chinela
           Sigo meu cabelo que voa com o vento.
    Foi quando esses dois olhos piscaram
    Derrubando-me num banheiro desconhecido
    e
    Escuro.
      Ouça isto:
 Eu fui cego por muito tempo e precisei dos olhos de um espelho para entender que eu nunca entendi nada, e que nenhum livro me ensinará algo. Talvez a rua ou talvez as praças falantes e elétricas ao lado de demônios bêbados e selvagens, como eu, regadas pela música 
       possam me ensinar que espinhos nos pés
           são melhores que flores.

Os Bêbados Demônios das Madrugadas FalantesOnde histórias criam vida. Descubra agora