Capítulo 10: Ana

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Entro e encosto a porta me escorando nela e dou um grande suspiro, Meu deus que dia! Beijei André Thompson, sofri uma tentativa de assalto e o André aparece pra me salvar com uma sirene... Meu deus que coisa ridícula, quando penso no que aconteceu dou um sorriso, é quando minha mãe aparece no corredor :
-Filha!! E como foi a escola hoje?- Ela chegou me abraçando.
-Foi legal!
-Legal?? Que negócio é esse?! Me conta isso direit...Epa! Ana, por que você está com as mãos tremendo????
-Ah, eu sofri uma tentativa de assalto...
-O quê???? Só uma tentativa?? Você não vai voltar sozinha pra casa! E nem ir para a escola sem a companhia de alguém!
-Não prescisa se preocupar Dona Mariana..
-Olha aqui Ana, você é minha filha e eu me preocupo com você!
-Olha um amigo meu vai me buscar e me trazer para casa! É isso que eu tenho a dizer!
-Quem é esse?! Foi o que veio te buscar de manhã?! E desde quando você tem amigos??!
-Desde hoje! - falei subindo as escadas.
-E você não vai jantar?!
-Vou sim! - dito isso subi, entrei e tranquei a porta do meu quarto. Foi quando meu celular vibrou no meu bolso, e vi que era uma mensagem do André:
     "Boa noite,gatinha! ;-)"
     "Sem cantadas André! Boa noite"
     "Até amanhã! ;)"
     "Até!*-*"
Meu deus, tô tremendo ainda, mas o susto que levei explica tudo! Deitei na minha cama alguns minutos de olhos fechados sem pensar nada.
-Filha!! Vem jantar!
-Tô indo!
Foi quando percebi que a minha fome estava maior que a minha barriga e pensando nisso desci as escadas.
Chegando na sala vejo logo meus pais arrumando a mesa, eu me sentei junto com meu pai enquanto minha mãe trazia o jantar.
-Miguel, nem te conto, menino...
-Fala logo, Mariana!
-T- bom! A....ana foi assaltada!
-O quê?!- foi tão brusca a surpresa dele que quase cuspiu tudo.
-Não foi bem assim, tentaram, mas um amigo meu me salvou!
-Ah graças a Deus! Quem é esse?
-O tal do André Thompson!
-Abençoado seja ele!
pai...
Jantamos normalmente e depois subi para o meu quarto. Enquanto subia minha boca podia estar fechada, mas minha cabeça não se calava. Ainda tenho dúvidas do que o André me falou e eu tenho razão, ele é o pegador, o garanhão. Como eu posso saber se ele está realmente me falando a verdade?
Isso eu já não sei, só o tempo me dará uma resposta.
Quanto mais o tempo passa, mais eu penso.
Já tá tarde, tenho que parar de pensar senão não vou dormir.

Já são 6:00, por incrível que pareça eu dormi bem porém minha aparência ao acordar é deprimente, quase tenho pena, mas nada como um bom banho para resolver o problema.
Hoje quero uma roupa leve, abro meu guarda-roupa e só vejo o que me é acessível é um vestido floral de cores alegres. Eu o visto, mas não sei o que calçar, então me atento a uma sandália rasteira, o que cai bem já que estamos na época de verão. Mal me arrumo quando ouço o apito de uma moto e pela janela vejo ele.                                                                 
De alguma forma sinto uma estranha movimentação no andar de baixo da casa.
Ah. Nada de novo. Só meus pais impressionados com o mais novo visitante(ridículo) da casa. Oh céus!
Quando minha mãe me vê, vejo no seu rosto... uma mistura de alegria e... Orgulho?!
- Ah minha filha! Que sapão hein?! Acho que nem Deus imaginou isso!
- Menos mãe! Não ache que ele é perfeito porque ele não é! E não tente defendê-lo!
- Mas, Ana pra que engrandecer os defeitos dele se você pode olhar as qualidades?!
Antes mesmo de ela terminar eu me viro e vou embora.
- Querida, deixe-a ir. - ouvi a voz do meu pai atrás de mim. - Suba eu vou tentar falar com ela a respeito.
  Não demora muito pra eu sentir  a mão áspera de meu pai no meu ombro.
- Filha, se te conheço bem sei que você está indo com ele por que ele te salvou, não é mesmo?
- Sim, tenho que infelizmente retribuir pois ele me salvou...
- Pois bem, vá! Creio que ele não seja uma má pessoa. - Ele finalizou dando um aceno para o André, o qual o mesmo retribui de volta.
Quando chego perto dele Dou um dos meus mais belos "bons dias" amigáveis.
- Nossa! ainda bem que reconheço coisas que não prestam de longe!
- Ah, já que EU não presto, vou indo nessa! - Disse ele meio magoado
- Espera! - Eu quase gritei de desespero, afinal não quero ir a pé.
- Humm... Acho que eu mereç... Não! Você me deve desculpas! Do jeito que eu vou te dizer
- Ah então, vossa Excelência, o que deseja?
- Que você diga : "André do meu coração, me desculpe pela minha atitude!"
- Esse papelão eu não vou fazer!
- Pois contente-se em ir a pé!
- Tá bom!!- eu bufei de raiva, que cretino. Sorte a dele que o ônibus já passou.
Feito o que ele me pediu fomos pra escola.

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