Parte 21

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(...)

Jennie ruborizou.

–Não no sentido figurado, claro – acrescentou Jisoo.

Jennie rolou os olhos.

–Só não entorne nada, por favor.

Mas Jisoo já havia ido e voltado com copos e travessas na mão; quando Jennie se sentou na cama, a mesa estava posta diante dela – só que sobre o colchão.

–É. Porque se cair um farelinho no colchão, milhões de vermes subirão nessa cama e te comerão viva – disse Jisoo, tenebrosamente, se sentando ao lado de Jennie.

–Engraçadinha. Eu nunca como na minha cama – acrescentou, pensativa.

–Eu gosto de fazer isso. Prato?

Jennie passou o prato para Jisoo, que a serviu.

–Hum! Está quente – exclamou Jennie, pegando o prato por baixo.

Jisoo soltou a colher com que se servia e pegou rapidamente uma almofada, a colocando no colo de Jennie que colocou o prato sobre a almofada.

–Obrigada – agradeceu Jennie.

–Salvei sua vida. Se fossemos romanas, você me deveria servidão eterna.

–Bem vinda à França, então.

Jisoo deu de ombros como quem lamenta, terminando de se servir.

Jennie serviu um pouco da torta no próprio garfo e levava até a boca de Jisoo.

–Espera – disse Jennie, parando no meio do caminho.

–Hum?

E Jennie assoprou delicadamente, para esfriar. Qualquer coisa se aqueceu dentro de Jisoo. E isso não tinha nada a ver com o prato quente sobre a almofada em seu colo. Não totalmente, pelo menos.

–Está quente? – perguntou Jennie, depois de servi-la.

–Não – respondeu Jisoo, sorrindo. – Mas sabe qual é a melhor parte?

–Não faço ideia.

–Você esfriou minha comida. Você está cuidando de mim.

E Jisoo parecia genuinamente satisfeita com isso. Jennie arqueou as sobrancelhas, um pouquinho ruborizada.

–E daí?

–E daí que você não quer minha língua queimada, no fim das contas.

–Lembra do item mais constrangedor do roteiro de hoje? – perguntou Jennie.

–Humm... o coração na areia? – mas Jennie semicerrou os olhos para Jisoo, que deu de ombros. – Certo, o beijo.

–Exatamente. Eu não quero uma língua queimada na minha boca – e voltou a servi-la.

–Isso não mudaria nada. Eu consigo te dar o melhor beijo da sua vida com a língua queimada ou não – acrescentou Jisoo, sorrindo de forma convencida, se encostando folgadamente sobre os travesseiros.

–O seu ego... me comove.

–Só fale quando eu lhe permitir, serva – Jisoo afundou nas almofadas tal qual uma poderosa rainha faria. – Sirva meu vinho e me dê comida.

–E o que mais, te chamo de "majestade"? – perguntou Jennie, cética.

–Sem dúvida – respondeu Jisoo, untuosamente. – Onde está minha comida, serva?

– "Serva" é o seu nariz. Se sente direito, se não vou entornar comida na sua roupa.

–Por favor, faça isso. Assim vou ter uma desculpa para tirar esse forno ambulante.

The Experiment (JENSOO)Onde histórias criam vida. Descubra agora