Mais um vez.

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O dia amanheceu, o despertador tocou, e mais uma vez levantei sem motivos pra viver.
Tomei meu banho matinal, e me "arrumei" para ir ao colégio. Já não fazia diferença se eu me arrumasse ou não, afinal, não me achava bonita, então qual a diferença?

O tempo estava fechado, e um pouco frio. Esse clima fazia menção que logo choveria. Me preparei. Era dia de prova, e mesmo que eu achasse que não entraria em nenhuma instituição renomada, fazia as provas e entregava os trabalhos, apenas para não me sentir tão inútil.

É, eu tenho muitos problemas internos, mas ainda não me consultei, não acho que seja algo tão grave como depressão.

Deu 07:10 da manhã, e como sempre, estava no colégio, esperando por Bia, minha melhor amiga. Ela é uma das únicas, se não a única que me tira um sorriso.

- Oi Lice (apelido que Bia me deu), como está se sentido hoje?
- Estou melhor desde o tombo de ontem.
Ela ainda se preocupava comigo, mesmo todos tendo desistido de mim.

- Tombo? O que aconteceu? Bateu a cabeça?
- Não não, fica tranquila. Eu só desmaiei, depois fui pra casa.

O professor já ia começar a aula de Biologia, que não era minha matéria favorita, mas ficamos de conversar depois.

A aula acabou. Bia e eu saímos da sala e sentamos no Jardim do colégio, só pra conversar.
Apesar de naquele dia o tempo estar fechado, era época de calor, e logo a festa de primavera chegaria. Se tinha uma coisa que deixava Bia muito empolgada, eram as festas da escola.

- Lice, você vai à festa comigo, não vai?
- Sabe que não gosto muito de festas.
- Mas vai que dessa tu goste.
- Ah, não sei, não tenho nem o que usar.
- Isso não será problema algum, vamos arrumar um vestido pra você ficar ainda mais linda.
- Sabe que por mim iria de tênis e calça, não é?
- Sei. Mas também sei que faria isso por mim, não é?
- Aaaaah, odeio quando me compra emocionalmente!
- Sabia que iria!

Ficamos ali mais um tempo, e Bia me contou de todos os seus planos pra essa festa, e eu como uma boa amiga, ouvi tudo atentamente.
O tempo passou, e os pais de Bia vieram buscá-la. Eles eram um sonho de pais, sinceramente as vezes até me dava inveja.
E claro, desci até a biblioteca, pronta para devorar mais um livro que me daria calafrios. Terror e suspense são meus preferidos.
Depois de umas 2h ali, fui pra casa. E mais uma vez encontrei minha mãe jogada e entregue à depressão. Eu não a culpo por ser assim. Superar a morte do papai era algo difícil pra ela, porém não consigo ajudá-la, e isso me dói.

Hoje foi um dia difícil, não um dos piores. Eu sobrevivi mais uma vez, e isso me fez feliz naquele instante.
A noite caiu, e eu, dormi.






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⏰ Última atualização: Nov 08, 2018 ⏰

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