Capítulo 02

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Madi

— Mãe, já vou indo — pego minha mochila em cima da bancada da cozinha.

— Boa aula, filha — minha mãe vem até à mim e beija minha testa.

— Obrigada.

Coloco a mochila em minhas costas e saiu de casa. Mais um dia de faculdade, hoje o dia foi bem cansativo. Faço de tudo para sustentar a minha mãe — coloco meus fones de ouvido no máximo. — Trabalho em uma escolinha com crianças, e a noite faço faculdade. Minha vida sempre foi muito agitada, desde criança. Não é atoa que a minha mãe fala que eu vou acabar ficando louca, do trabalho para casa, de casa para a faculdade.

Minha mãe sempre inventa uma desculpa para me sair, me divertir com minhas amigas, não sou baladeira, diferente da Amber, minha melhor amiga.

Limpo o suor que escorre do meu rosto ao entrar na faculdade. Faço faculdade de pedagogia, não era bem o que eu queria, mas... foi o único que consegui uma bolsa. Mas, apesar de tudo. Fico feliz por cuidar de crianças tão amáveis, tão dóceis.

— Finalmente, senhorita Madi —
Amber dá um pulo em minha frente, que eu quase caia para trás.

— Menina, me assustou! — dou um empurrãozinho em sua testa.

Amber é minha melhor amiga desde a infância, ela é dois anos mais velha que eu. Mas é só de idade mesmo, Amber não tem juízo. Não é atoa que sempre tá quebrando a cara por garotos mais novos.

— Como foi com as crianças hoje — sentamos em um cadeira na cantina.

— Foi. Muito legal — pressiono os lábios. — Eles são um amor de pessoa.

— Madi — Amber se vira para me e cruza os braços. — você falou com o papai do garotinho lá.

— Sim, eu falei com os papais, de todos os garotinhos — tiro de dentro da mochila meu caderno, para da uma estudada antes da prova.

— Madi, você sabe de quem estou falando — que ousada, Amber fecha meu caderno.

— Amber, eu tenho que estudar. Você sabe, não tem nada demais, ele nem me olha direito. — Amber cismou, que o pai do Christian estava afim de mim, ele nem sabe direito da minha existência, mesmo me vendo todos os dias.

— Ok! Você quem diz. — faz sinal de redenção.

Olho meu relógio de pulso.

— Amber, já está na minha hora. Vou fazer a prova agora. — pego minha bolsa em cima da mesa e meu caderno. Beijo a bochecha de Amber.

— Te espero no estacionamento.

Amber, estaciona em frente a minha casa.

— Te vejo amanhã. Lembra que vamos sair, em.

— Não vou esquecer. — pisco pra ela é abro o portão.

Amber, da partida e eu entro em casa. A mamãe deve ter saído. Tô muito cansada, amanhã preciso acordar cedo para ir a escolinha.

Jogo minha mochila em cima da enorme cadeira em meu quarto e me jogo na cama. De onde Amber tirou essa idéia, que o pai do Chris está afim de me. Nunca.

Não sou de me relacionar com ninguém, meu último relacionamento foi um desastre.

Os dias passaram, e a cada vez que Tyler vinha buscar o Christian eu sentia aquela sensação estranha. Não sei exatamente o que.

Tyler nem olha diretamente em meus olhos, me trata com indiferença. Tento acreditar em mim mesma, de que não vale a pena está afim de um alguém que nem olha em seus olhos.

Mas não adiantava, quanto mais tentava me convencer de que Tyler não sentia nada por mim, mais eu me sentia atraída por ele.

— Tia, o Chris não quer me emprestar o lápis azul! — Matt disse inchando ainda mais as grandes bochechas levemente avermelhadas.

— Querido, você pode pegar outro lápis azul. — apontei em direção aos potes redondos repletos de lápis de cor. — Tem vários outros, não seja mal educado.

Matt estreitou os olhos e caminhou novamente até a mesa, pegando um dos lápis azul e voltando a pintar o desenho sobre a carteira. Ele não era um menino ruim, apenas gostava de disputar minha atenção com todos na sala, e isso incluía Chris, que roubava toda minha atenção com seu jeitinho cativante.

Enquanto estava a pegar alguns livrinhos para as crianças pintarem, Lua vem até a me correndo.

— Tia Madi, o Chris caiu e se machucou, ele está chorando muito e chamando o papai dele. — Seguro a mão de Lua e saio apressadamente até a sala de brinquedos.

— O que houve, Chris! — Pego ele no colo, que está chorando sem parar. — Não chora titia, me conta o que aconteceu.

— Eu. Eu quelo meu papai. — falou soluçando sem parar.

— Tá bom! Eu vou chamar o seu papai.

— O que aconteceu com o meu filho. — Tyler, passa por mim irritado.

— Eu não sei direito, Snr. Tyler, eu estava pegando uns livros e... — Tyler, me cortou, sem ao menos ouvir o que eu tinha a dizer.

— Por favor! Já chega de explicações. — Tyler vai até Christian, que já tinha se acalmado.

— Mas... — tento de toda forma me explicar.

— Sem mais... vou levar o Chris agora, amanhã ele vem a aula. Espero que tenha  mais atenção, para não acontecer isso com outras crianças. — ele passa por mim, me ignorando totalmente.

— Ele nem sequer me deixou explicar. — me viro pra Amber, que me observa explicar atentamente.

— Bom! Então esquece ele, ele foi mais arrogante que o Max. — Amber sempre querendo.

— Amber... esqueceu que eu não tenho esse seu jeito, de falar que vai esquecer e esquecer mesmo. — bato em seu ombro rindo.

— Tá OK! Se você prefere assim, deixar ele te tratar dessa maneira. — reviro os olhos.

Não que eu prefira isso, mas eu não sei o que fazer. As palavras me fogem, quando ele se dirige a mim. Não sei o que fazer, ou como fazer. Tyler, mexe comigo desde a primeira vez que o vir, nem eu mesma percebi isso, como ele vai perceber.

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