[💀] 7 SINS || BTS

• Chapter III: Choice •

Algumas sonoras batidas na porta me despertam e eu acabo por levantar num pulo. O garoto que adormeceu ao meu lado não estava mais ali.

Corro para atender a porta, pois as batidas eram incessantes e reparo que Sam já havia voltado e estava a dormir. Já era de manhã.

Mais do que depressa, abro a porta.

— Cadê aquele cretino do Min Yoongi? - a voz do garoto que estava parado à minha frente faz-se soar. Ele era um pouco mais alto do que eu, usava uma jaqueta jeans e os cabelos eram tingidos em uma tonalidade acinzentada.

— Quem? E quem é você? - olho o garoto que possuía um olho roxo por baixo de óculos escuros e um curativo no nariz.

— Sou Jimin, o cara que levou uma surra do filha da puta que você ajudou. Sortudo, ainda dormiu com uma gostosa. Cadê ele? - ele estava bravo e tenta entrar no quarto mas eu impeço sua passagem.

— Primeiramente, ele não está aqui e eu não sei onde ele está. Segundo, eu não "dormi" com ele, ele passou a noite aqui, é diferente. Terceiro, você não vai entrar, minha colega de quarto tá dormindo depois de madrugar na festa onde você se meteu em uma briga. Você o provocou?

Decido sair do quarto e falar com ele no corredor, para não fazer barulho e acabar acordando Sam.

— Ele mereceu. É um filhinho de papai que tem tudo o que quer e destrata todos ao redor dele! Se eu tivesse o que ele tem, estaria feliz da vida. - Jimin bufa e eu sinto um arrepio ao ver o menino invejar o outro com tanto fervor.

Eu estava prestes a dar uma resposta ao garoto, quando vejo meu anjo surgir atrás dele. Jesus, quantas vezes mais ele me faria parecer uma louca?

— Precisamos conversar Tereza. Vem comigo.. - ele chama.

Respiro fundo e, no fim, decido ir com o anjo.

— Olha Jimin, ele não tá aqui, procure em outro lugar. Agora estou ocupada, se me dá licença.

Faço uma breve reverência pra o garoto, que me olha confuso, mas tento não desviar meu olhar do anjo, que já estava a quase desaparecer na esquina daquele corredor.

Caminho pelo lugar e sigo meu mentor, que me leva até as escadarias.

— Você aparece assim do nada sempre. Quer que achem que eu sou louca? - reclamo.

— Você escuta o que eu falo Tereza? Eu disse para você ficar longe deles. Sim, eles são humanos, mas não quer dizer que não são perigosos. Não confia mais em mim?

— Sinceramente? Você me dá motivos para desconfiar!

— Você deveria desconfiar dos sete, não de mim. Está perdendo sua fé? Já tá caindo em tentação?

O anjo se aproxima de mim e eu podia jurar que iria sentir seu toque mais uma vez.

— Pare com essas ideias de querer ajudar ou salvá-los. Você não pode! É uma humana agora. Precisa ficar longe deles.

— Eu prometo ficar longe deles se responder as minhas perguntas. Por quê antes eu só conseguia te ver nos meus sonhos e agora te vejo acordada? Por quê eu não me lembro de poder te tocar antes e agora posso? - disparo perguntas em sua direção.

Aproximo-me mais dele e repouso a mão suavemente no peito do meu anjo, que me olha surpreso.

— Não creio que está desconfiando de mim!

— Não muda de assunto! Você é um anjo, não deveria tentar me impedir de fazer uma boa ação, ajudar o próximo e tudo mais! - explodo e acabo me excedendo em minhas palavras, mas não estava com raiva, estava sim triste e confusa.

Acabo encurralando-o e ouço-o suspirar antes de voltar a me responder na mesma intensidade.

— Deveria sim quando sei que você vai se dar mal se tentar bancar a heroína!

— Não deveria, isso seria uma preferência! Um anjo deve proteger e cuidar de todos, sem exceção! Caso contrário é uma preferência, é proibido.

— E você entende bem disso né Tereza? - ele me encosta na parede. Seu tom era calmo, mas possuía uma ironia tão forte que me fez abaixar o olhar por um momento.

Agora eu estava brava, se ele queria me levar ao limite, ele conseguiu.

— Está com medo de descobrirem né? Por isso continuou aqui? Pra se esconder? Deus já sabe, ele sabe de tudo!

Ele me aperta cada vez mais.

— Shhh, quieta! Você pensa que sabe das coisas mas não sabe de nada. Eu sei o que é melhor para você. Eu só quero o seu bem Tessa, acredita em mim.

— Não sei no que acreditar..

Abaixo meu olhar e assim que o faço, o anjo segura meu rosto entre as mãos e aproxima nossos rostos. Ele então, para minha surpresa, sela delicadamente nossos lábios. Eu não conseguia acreditar por um segundo no que estava acontecendo.

— Acredita nisso, é real. Eu só quero te proteger das tentações das trevas.

— Como pode me proteger se já caiu nelas? Acabou de me provar que não posso confiar em você... - sinto meus olhos marejados pela desilusão de me encontrar sem proteção  novamente.

Eu sabia que haviam palavras que podiam afastar e deixar os anjos mais fracos e agora era a hora de usá-las, mesmo que doesse em mim ou nele, era o melhor a ser feito.

— Vá embora! Eu não preciso de você!

— Não faça isso Tereza! Por favor, não faz! - ele suplica.

— Eu não preciso de você! - eu fecho meus olhos e repito mais uma vez, com mais intensidade.

Quando os abro novamente, ele não estava mais ali. Havia sumido completamente.

Meu coração doía por machucar meu anjo, mas ele não podia mais ficar perto de mim. Isso estava corrompendo-o, se já não havia corrompido.

Mas agora já era tarde. Ele havia pecado e eu também.