• Chapter V: Youth •

53 7 3
                                        


— Vou colocar a mesa. - aviso aos dois.

Decido sair dalí para esfriar a cabeça. Em que situação você foi se meter Tereza, eu me perguntava mentalmente, julgando-me uma maldita pecadora que sentiu-se bem enquanto cedia aos prazeres da carne.

— Vou te ajudar. - Jungkook oferece e me segue com talheres na mão.

O silêncio era absoluto enquanto preparávamos a mesa posta, o que não me incomodava já que eu preferia a quietude às perguntas sobre minhas faltas. Mas, em dado momento, Jungkook decide quebrar o sigilo misericordioso.

— Então, você se divertiu cozinhando com o meu irmão? - ele logo atrás de mim e sua voz sai baixa suficiente para eu ter certeza de que Seokjin não escutaria da cozinha.

— J-Jin cozinhou e.. e-eu só experimentei. - respondo meio atrapalhada.

— Sei..tava boa a comida? - seu tom era grave e calmo, seu corpo fazia uma sombra contra o meu enquanto eu ainda encarava a louça posta à mesa.

— A-Aham. - faço-me de desentendida e sinto a respiração de Jungkook bater contra a minha nuca, o que causa arrepios por toda aquela região.

— Você não acha injusto você provar da comida e eu não? Estou faminto Tereza..

— Como eu disse, eu só provei. Ainda tem muito para o jantar. - finjo que não entendi o sentido de sua pergunta indiscreta.

— E se eu te dissesse que prefiro a sobremesa antes do jantar? - ele sussurra, não me deixando saídas — Você não vai negar, né? Meu irmão pôde ter a sobremesa antes então eu também quero.

Jungkook me imprensa contra a mesa, colando seu peitoral às minhas costas e põe as mãos em minha cintura.

Droga! Ele havia me visto junto com Jin. Mais uma testemunha para meu pecado.

Antes que a situação pudesse avançar, Seokjin entra na sala de jantar trazendo consigo a travessa de peixe e uma garrafa de vinho na mão.

Jungkook se afasta de mim no mesmo momento.

— Porque estão tão quietos? - o mais velho estranha.

— Nada! - eu e Jungkook acabamos por falar em uníssono, deixando-nos com mais cara de culpados ainda.

— Sei.. Bom, podem se servir já que tinha alguém morto de fome. - Jin regula o irmão com os olhos enquanto fala.

Todos nós então fizemos com Seokjin fala, fizemos o prato e sentamo-nos à mesa. A comida cheirava bem e estava muito bonita também.

— Você bebe Tereza? - Jungkook estava enchendo a taça de Jin e a dele própria quando pergunta olhando na minha direção.

— Não, obrigada. - recuso educadamente.

— Ah para Tereza, até Jesus bebia.. - o mais novo ri.

— Mas.. bem, eu nunca bebi, nunca tive vontade, mas agradeço a oferta.

— É só vinho Tereza. Não tem muito álcool, não é vodka nem tequila para te fazer ficar com medo de terminar a refeição bêbada. Vai, só uma taça para nos acompanhar!

— Eu estou lhe oferecendo Tereza, não pode recusar. - desta vez é Seokjin quem soa, levantando sua taça já cheia em minha direção, com um sorriso quase provocador nos lábios.

Jin sabia que era quase como um "pecado" em sua cultura recusar algo oferecido por pessoas mais velhos, deixando-me sem saída.

— Só meia taça então.. - acabo cedendo um pouco.

Jungkook te seve o vinho e antes de colocá-lo na boca, espero os irmão fazerem o brinde e beberem para ter certeza que não havia nada na bebida. E eles bebem normalmente.

Eu nunca havia bebido, mas o que Jungkook falou não era mentira. Se até Jesus bebia vinho, porque eu não poderia? Não era pecado.

Estávamos aproveitando um bom jantar e Jungkook sempre fazia questão de colocar um pouco mais de comida e bebida para ele e para mim também.

Acabo mais saciada do que devia e bebi demais para quem nunca havia bebido. Após algumas risadas, terminamos o jantar. Minha cabeça girava um pouco para ser honesta.

— Bom, acho que nenhum de nós está em condições de dirigir e já está muito tarde. Fique esta noite, amanhã te dou uma carona para a facul, o que me diz? - Jin propõe.

— E-Er.. eu não quero incomodar, já abusei demais da hospitalidade de vocês hoje. Eu chamo um táxi, mas obrigada por oferecer.

Eu não estava sóbria, sabia que não podia confiar totalmente em meus sentidos, ainda mais perto deles.

— Prefere confiar em um estranho taxista do que em seus amigos? - Seokjin termina o último gole de seu vinho ao me questionar.

— A-Ahn.. Não é isso.. é só que.. - não encontrava uma boa resposta para sua intimada.

— É claro que vai ficar, né Tereza? Não vai ser incomodo algum. Fica vai? - Jungkook pede com beicinho.

— Vou me sentir mal se recusar.. - Jin completa e eu suspiro meio à contra gosto.

— Tá bem, eu fico. Poderia passar no meu dormitório amanhã? Preciso pegar umas coisas antes da aula.

— Sem problemas. Tô feliz que aceitou. - o irmão mais velho sorri amplamente, satisfeito - Você pode ficar no quarto de hóspedes hoje. Não se preocupa, ele tá limpo porque nossos pais vem nos visitar alguns finais de semana.

— Vem, vou mostrar onde fica. - Jungkook me puxa pela mão e caminha pelo apartamento comigo.

Rezo para não cair em mais nenhuma tentação. Chega de pecados hoje Tereza, repito à mim mesma.

Após um longo corredor, que dava entrada para quatro portas, estando uma delas - a do banheiro - aberta, Jungkook entra comigo em um dos quartos e fecha a porta atras de si, deixando-nos no escuro quase total se não fosse a luz do corredor que espreitava-se por debaixo da porta.

Ele aproxima-se de mim devagar; seus olhos, a cada passo que tomava em minha direção, mais fundo iam nos meus, quase como se estivesse a olhar em minha alma.

— Eu vi o que aconteceu na cozinha Tereza...

Engulo à seco. Não sabia o que dizer, afinal, contra fatos não há argumentos e não havia como eu tentar me justificar. Eu estava encurralada.

— Eu não tenho problemas em dividir as coisas com Jin, mas parece que isso sempre fere seu orgulho, desde pequeno. Por isso me afastei tão rápido naquela hora. Mas sabe de uma coisa? Eu não me importo, eu te vi primeiro. Você tem algo que me faz te desejar mais que tudo o que já provei antes. O que é isso Tereza?

Ele me puxa pela cintura. Sua voz era macia aos ouvidos e soava como uma canção hipnótica combinada aos seus olhos escuros encantadores.

Ele me mantinha presa em seus braços, sem colocar força alguma no entanto. Essa posição só evidenciava nossas diferenças de altura. Aquilo era perigoso demais.

— Não sei e nem quero saber. Boa noite Jungkook! - empurro-o para longe e me viro para fugir de seu enlace e me jogar na cama, ajeitando-me dentro dos lençóis.

— Já vamos dormir? - ele sorri de lado, indo em direção à cama também, pronto para ocupar o lugar ao meu lado.

— JK, pode vir me ajudar com a louça. Tá achando que tem empregado nessa casa? - Jin grita da cozinha, chamando a atenção do garoto que para o que estava fazendo e bufa contrariado.

— EU vou dormir, - dou ênfase - já você vai lavar a louça. - sorrio cinicamente para o mais novo.

Jungkook limita-se a revirar os olhos e sair do quarto à passos pesados, não fazendo questão de esconder sua insatisfação.

Era melhor manter distância, o chamado de Seokjin veio em muita boa hora, quase uma salvação e o vinho que bagunçava com meus sentidos, também fez com que eu me sentisse sonolenta e logo pego no sono.

[💀] 7 SINS || BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora