Capítulo 3 - Em risco

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  Quando algo esta errado com seu corpo, o cérebro é o primeiro a saber. Então ele manda sinais que são as famosas dores e enquanto ele faz esse trabalho, ele manda ordens para o órgão ou ponto do erro para que comece um mecanismo de defesa contra o invasor. Isso tudo porque ele não pode deixar aquilo se tornar uma infeção, um problema maior. Esse problema maior é a morte daquele corpo, é a morte do que mantem o cérebro vivo. Seu mecanismo de defesa é a sua sobrevivência.
-"É, parece que não tem nada de errado com você. Esse corte e sua testa vai deixar uma cicatriz mas nada que vá te matar"
  Sua luz branca se apaga e ele se afasta, o cheiro. Preciso de um banho.
-"Como esta o outro motorista?"
-"Está em cirurgia, mas ele vai sobreviver."
'Sobreviver' essa é a palavra.
-"Posso ir então?"
-"Claro."
Ele então escreve em um papel e me passa mostrando seu largo sorriso então continua:
-"É só entregar isso no balcão"
-"Ok, obrigada"
Minha cabeça arde, desço da maca e vou em direção ao balcão e pego meu pertences. Meu carro aparentemente foi levado pelo guindaste, talvez eu consiga comprar outro com a indenização e seguro. Vou até o metrô mais perto, compro uma passagem e espero enquanto olho minhas mãos flashes passam pela minha cabeça. Eu estava pensando mais uma vez na palavra que não sai da minha cabeça a um ano. Então escuto buzinas, luzes me cegam enquanto olho assustada para direção do carro da rua a esquerda, sem freios, rápido, 'Tenho que sair' pensei, 'Tenho que retornar', 'tenho que sobreviver'.        Meu pé direito tomou a iniciativa, uma ré e então o carro de trás bateu em minha traseira, enquanto o carro desgovernado passou reto pela rua a direita. Minha cabeça chocou se contra o volante, 'Vou morrer' pensei. 'Você não vai' meu cérebro respondeu. Acordada em uma ambulância, pessoas falavam mas eu não as escutava, cheguei ao hospital, entrei na sala, fui socorrida e mesmo assim não as escutava, em choque talvez. Levantei minha mão esquerda, toquei onde me ardia, a levantei e vi um liquido vermelho escorrer por meus dedos pálidos. Matthew.
Sou acordada de minhas lembranças pela voz feminina avisando que o meu tinha chegado, entro acompanhada de algumas pessoas. Me sento a janela e vejo meu reflexo, 'Uma bela surpresa' penso. Pego meu celular que esta com a tecla trincada, droga, e vejo a mensagem de Matthew então o respondo.
           
       Mensagem de texto: on
  Callie02willi: Hey matt. desculpa o vacuo. Não vou poder te buscar depois do trabalho desculpa.
Alguns segundos depois....
Matt27cm: Hey, te obrigaram a fazer hora extra de novo?
  Callie02willi: Não, é que eu sofri um acidente e levaram meu carro.
Matt27cm: Haha não brinca com isso pequena.
  Callie02willi: Não é brincadeira.
Matt27cm: Perai, como assim?
  Callie02willi: Te conto quando chegar em casa, mas n vai dar cara desculpa.
Matt27cm: Mas você ta bem? perai ah! preciso ir.
  Callie02willi: Vai lá
     Mensagem de texto:off

  Desligo meu celular e então fecho meus olhos dormindo profundamente.
Callie é acordada com gritos e uma agitação sobre seus pés, suas laterais, a cima de sua cabeça. Ao abrir os olhos ela se depara com pessoas desesperadas mas apoiadas em lugares com as mãos sobre a cabeça, ela vê a luz vermelha pitando, rachaduras através das janelas, barulhos de algo grande batendo, o ar sendo abafado e de repente seu corpo é jogado para a parede a sua esquerda então com o coração disparado, seus olhos assustados, sua cabeça ardendo como fogo ela então ouviu.

Voz masculina: Por favor senhoras e senhores peço que mantenham a calma e se mantenham seguros e apoiados a algo. Estamos passando por um Terremoto categoria 4 e não temos previsão de seu fim, as forças..

O que nos resta é sobreviver.

         Survival desperateOnde histórias criam vida. Descubra agora