Capítulo 4 - Terremoto

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.... Estava tudo bem, tudo em seu lugar, tudo alinhado, mas, quem poderia imaginar que uma rachadura na parede poderia mudar tudo.
  -"Obrigada por vir comigo hoje, espero não ter atrapalhado."
-"Ah, ah sim. Não atrapalhou"
Ela não responde..
  -"Vejo que esta preocupado, aconteceu algo?"
Então acordo e divido meu olhar ente ela e o celular
-"Perdão, o que disse?"
  -"Você parece preocupado."
Guardo meu celular
  -"Não, é minha irmã. Ela sofreu um acidente."
-"Meu deus. Ela esta bem?"
  Penso um pouco sobre a resposta, ela disse que estava. Mas não responde.
-"Me desculpa se estou sendo inconveniente."
  -"O que? a não. me desculpa mas eu preciso ir. te vejo amanhã?"
-"A claro. Melhoras para ela"
  -"Obrigado. Aqui, fique com meu cartão, meu número esta ai"
  Entrego para ela o pequeno cartão que pega delicadamente, da um sorriso e pega seu celular.
-"Obrigada."
  Então se vira e liga para um táxi, faço o mesmo. São 6 horas, disseram que ia começar agora a tempestade, enquanto navego no taxi com cheiro de menta e cigarro, olho os grandes edifícios me lembro da reportagem. Eles estavam noticiando um acidente, me pergunto se era o dela. A chuva cai pesada junto com pedras de gelo, a mulher que dirige o carro liga o aquecedor, a janela é coberta pelo ar gelado de fora rapidamente. O sinal de Wi-Fi é horrível, mas também é normal considerando o tempo, estava pesquisando sobre o acidente mas bem quando ia chegar nas vitimas o Wi-Fi caiu, ainda restam 5 quadras para chegar em casa. Lembro de Cristyn, acho que fui meio babaca com ela, deveria a recompensar mas nem sei como vou chegar amanha ao trabalho, nem sei se vou dependendo de como a Callie estiver. Ela disse que estava bem, espera...ela não disse. Eu assimilei que estivesse droga... Mas conhecendo ela, ela provavelmente diria isso, ela faz de tudo para não me preocupar, é teimosa. O estar bem dela é estar quase morrendo. Isso lembra nossa adolescência quando ela caia da bicicleta ou skate até quando ela perdeu os pais a um ano ela sempre se levantava, sorria, e dizia que estava tudo bem. Se a vi chorar umas 5 vezes foi muito. Maninha... eu quem deveria cuidar de você.
 
  Matthew.... MATTHEW ME AJUDA! SOCORRO!! MATT!!

   ~respiração ofegante..

Callie..

Meu coração, eu não sentia mais meu coração, não entendia se ele parou de bater ou se acalmou, preferiu enfrentar a dor no silêncio como sempre fez...

~Choro de crianças
Coração você ainda esta ai? ou explodiu com o impacto da parede contra meu corpo?
~Gritos desesperados
Coração você ainda distribui minha vida por minhas veias e artérias?
~Pessoas orando e chorando
Coração, Você sobreviveu?

  -"CALLIE!"
A mulher que estava na frente se vira assustada.
-"O senhor esta bem?"
~Respiração ofegante
  -" Sim...sim...perdão, quanto é?"
Ao sair do carro parado logo dando partida, meu coração... ofegante, meu corpo esta balançando
  -"Espera, o qu..."
O tremor pulsante me joga contra o chão molhado olho para cima e o que vejo é a chuva forte me molhando, pedras me atingindo e a rua toda tremer, as árvores tentando se manter firmes, mas as folhas indo embora e então meu cérebro finalmente notar
  -"É um terremoto"

~Barulho estrondoroso
  -"Callie.."
-"Matt.."

-" Socorro..."
-" Socorro..."

         Survival desperateOnde histórias criam vida. Descubra agora