AQUELES QUE AMAMOS! - Parte 3

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... Paulo terminou de abrir a porta do quarto dos pais que haviam falecido há alguns dias, não tinha nada anormal e os gatos que vira entrando ali, não estavam à vista, mas como os gatos viviam se enfiando em todos os lugares, não levou muito em consideração de não ter os vistos. Olhou através da cortina e lá fora estava um breu, sentou na cama dos pais, colocou a mão no rosto e se colocou a chorar, sentia que estava vivendo um pesadelo.

De repente ouviu uns ruídos vindos por debaixo da cama, imediatamente levantou o rosto e aguçou mais os ouvidos, o ruído estava maior, ficou de joelhos e abaixou para poder ver o que era, levantou bem lentamente a colcha e os gatos saíram de carreira de debaixo da cama.

Ele gelou, ficou tremendo pelo susto que levou, mas quando ergueu a cabeça, em cima da cama havia uma figura horrível de uma mulher velha e de feições raivosas olhando para ele. Seu corpo ficou estático e nem mesmo conseguiu gritar pelo medo que sentiu ao se deparar com aquela coisa medonha. Mesmo ainda de joelhos tentou tomar distância, levantou desesperado e quando ia sair do quarto, a porta bateu e o trancou ali dentro, ele segurou na maçaneta e forçou muito para abri-la, mas não obteve êxito.

A luz do quarto apagou e além da mulher que estava em cima da cama, a figura de um homem surgiu nas trevas, ele vestia uma capa e um chapéu. Por estar escuro, Paulo só conseguia ver os contornos. Paulo tentava gritar, mas sua voz estava embargada e não conseguia sair, forçava com mais intensidade a maçaneta e quando o vulto da figura do homem estava chegando próximo a ele, conseguiu abrir a porta, e se pôs a correr pelo corredor, mas a fumaça se tornou mais densa e o laçou pelos pés, o puxando de volta para o quarto.

Ele cravava suas unhas no chão tentando se segurar, mas era em vão, o homem de capa e chapéu estava em pé na entrada do quarto e ele era puxado com mais força, até que de tão forte foi arremessado na parede do quarto, a mulher que estava em cima da cama gargalhava. Neste momento a mulher de Paulo, Janaina, saiu do quarto chamando pelo seu marido e ouviu o barulho vindo do final do corredor onde era o quarto de Marli e Juliano.

- Paulo - Janaina chamava o marido em voz meio baixa para que não atrapalhasse os outros que estavam em seus quartos dormindo, quando viu o marido dentro do quarto dos pais -, amor o que está fazendo ai dentro ? - caminhava pelo corredor meio apressada, mas temerosa.

- Sai daqui, fuja - Paulo, que estava caído no chão, tentou falar o mais alto que pode, mas a voz continuava abafada.

- Pelo amor de Deus, para com isso, você está me assustando - achava que mais uma vez seu marido tinha bebido e estava tendo alucinações.

Paulo levantou do chão e tentou sair do quarto, tentou fugindo, porém o homem de capa se materializou em frente a Paulo no corredor, ficando entre ele e sua esposa. Janaina ficou desesperada, pois também estava vendo aquela figura demoníaca, uma figura de um homem, porém só se via os contornos, pois o mesmo estava em volta a uma fumaça preta.

Janaina tentou gritar, porém sua voz também ficou embargada, parecendo que foi silenciada. O vulto da figura da mulher agora estava no corredor, atrás de Janaina que quando se pôs a fugir, foi jogada para junto ao marido. Os dois foram arrastados para dentro do quarto e lá dentro sentiam o terror dominar os corpos deles.

- Paulo, o que está acontecendo ? O que é isso ? - chorava.

- Não sei. Mas parecem espíritos malignos.

Não conseguiram falar muito e nem tomarem alguma atitude, pois os dois espíritos que eram mais como vultos, o da mulher e do homem, pegaram Paulo e Janaina pelo pescoço, os levantaram e arremessaram-nos pela janela, quebrando os vidros e a madeira.

Na mesma hora Cristina que tinha o quarto mais próximo dali, acordou com o barulho, levantou, acendeu as luzes, saiu do quarto, viu a porta do quarto do irmão Paulo aberta e a luz acesa, caminhou até lá, pois o quarto ficava após o quarto que era de Gisela quando morava ali, que era ao lado do dela, chamou pelo irmão que não respondeu, chamou também a cunhada que não respondeu, um arrepio tomou seu corpo, sentiu que algo não estava bem.

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