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❝Então, eu acho que é melhor

Nós dois esquecermos

Antes de habituarmos a isso❞

— Love, Love, Love; Of Monsters and Men

Seu cabelo estava loiro num corte assimétrico

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Seu cabelo estava loiro num corte assimétrico. Ela pensou que faria ela entrar no personagem. James não opinou no comentário da espiã, simplesmente voltou sua concentração em esconder armas pelo pequeno flat que eles teriam que dividir até a missão acabar.

Natasha familiarizava o ambiente espalhando elementos remetentes aos disfarces vestidos: um casal americano de artistas tentando ganhar a vida na ilustre cidade de Paris. Ao receber a missão e ler as instruções da espionagem, ela logo engoliu o entusiasmo e internamente alegrou-se. Aquela seria a primeira vez que ela estaria a só com o Soldado que tanto reservava suas folgas para encontrar-se com a ruiva em segredo.

Mas o júbilo não parecia ser recíproco.

— Precisamos vasculhar o perímetro — ele enfim pronunciou-se diretamente a ela — O infiltrado pode estar por aqui a qualquer momento, ele tem uma reunião amanhã hoje a noite com os fornecedores e...

— Inglês por favor — ela rompeu a sentença do homem — Não somos mais quem éramos lembra? Agora somos Angie e Cooper Statham — um sorriso malicioso curvou os lábios da russa — Casal americano, lembra-se? — Ele revirou os olhos tentando resistir ao feitiço que Natasha exalava. Apesar de os dois estarem borbulhando por tempo de qualidade, ambos também sabiam que qualquer borrão fora das linhas poderia acabar com tudo. Em questões de segundos, a KGB apagaria as lembranças um com o outro, poderiam nunca mais se encontrarem, talvez só no funeral de algum deles, logo, era dever dela prosseguir com a missão, então, entregou ao agente todos os documentos falsificados.

— Certo — ele respondeu já na língua requerida — Eu coloquei duas pistolas nas gavetas da cozinha, uma faca embaixo do colchão, munição no espelho e...

— E uma arma grandona no armário... Eu sei — ela propositalmente o interrompeu novamente — Eu estive te observando todo esse tempo.

Ele conteve um sorriso. Sabia que ela estava provocando-o, mas mostrou não ter sido incomodado. Respirou fundo, vasculhou o pequeno lugar por um segundo. Não querendo se pronunciar. A verdade é que ele nunca havia sentido tal liberdade com Natasha daquele jeito. Eles nunca ficaram parados num lugar a sós sem o medo de alguém estar espionando. Aquilo estava deixando-o nervoso, não sabia como ela se sentia, não queria arriscar nenhum palpite

Mas ela insistiu. E ele ficou comovido com a interação vindo da parte dela.

— James? — ela pisou um passo para a frente — Você disse que o inserido vai ter uma reunião mais tarde? Sabe aonde?

Ele voltou sua atenção para ela, agora loira, destacando seus grandes olhos. Ele desejou por um longo momento ser apenas seu personagem de disfarce e não uma arma humana. Um monstro cujo toque poderia destruir tudo ao seu redor, inclusive a moça a sua frente.

— Um restaurante mais ao centro — ele respondeu desviando o olhar assim que percebeu estar adentrando profundamente em imaginações impossíveis de serem concretizadas.

— Quer ir ao um encontro comigo? — a espiã intonou sua voz com uma pitada de infantilidade para soar espontânea e ingenua — Eu prometo que não tenho hora para voltar ou... — mais um passo e seus dedos começaram a aflorar o braço metálico de James.

Enfeitiçado pela química que transbordava o toque dela ele sentiu na obrigação de repousar o membro metálico na cintura dela, trazendo-a para mais perto de si.

— Ou o que, Natalia? — ele jogou um olhar debochado para ela, sabendo que a resposta dela seria o dobro do desdém mergulhado com sensualidade. Uma fala característica da senhorita Romanova, que ascendia o fogo dentro de Bucky. 

— Ou não sei... — ela forjou uma cara de dúvida — Talvez voltemos mais cedo para sobremesa... Não sei, não me decidi.

— Vá se ferrar Romanova — o homem largou-a do abraço e sorriu para o chão — Arme-se, precisamos trabalhar.

— Lingerie preta? — ela constatou ironicamente — Ok, entendi já James, você está desesperado!

Ele sorriu e balançou a cabeça em desacreditamento. Ela não podia ser real.

  ••• 

Ele limpou o cano de sua arma e não entendeu o porque estava sorrindo. A ruiva invasora de pensamentos durante seu percurso voltara em sua mente e ele por um instante pensou ter se lembrado do nome dela. Mas quando foi tentar confirmar consigo, não sabia o que estava tentando lembrar. Ela se foi mais uma vez e incomoda-o o fato dele estar em paz com isso.

house of memories; buckynatWhere stories live. Discover now