vii

182 21 5
                                    

❝Os momentos solitários se tornam mais solitários

Quanto mais tempo você está apaixonado

Do que se estivesse sozinho❞

— House Of Memories; Panic! At The Disco

— Temos duas opções — ele diz friamente após falhar tentar entrar em contato com seus superiores — Ou ficamos por aqui, ou saímos para explorar nossos arredores

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Temos duas opções — ele diz friamente após falhar tentar entrar em contato com seus superiores — Ou ficamos por aqui, ou saímos para explorar nossos arredores.

— Bom, precisamos de abrigo — ela trocou de peso entre suas cansadas pernas — Está quase anoitecendo e provavelmente tem lobos por aqui.

O vento dançava junto com a neve e cortava os rostos expostos dos dois. Ele se forçava a não sentir o desconforto que aquilo trazia. Ela fazia o mesmo, porém, para não ter que depender dele para se aquecer. Sabia que de acordo com o protocolo dele, ele faria algo para mantê-la quente.

— Sim — o Ativo concordou — Possivelmente, deve ter algum vilarejo por perto. Alguns dias de caminhada sem tempestade de neve.

Natasha olhou para cima avaliando a gravidade da neve que cai. O resultado de seus cálculos não a agrada e ela contorce os lábios em desaprovação. Eles ficariam bem mais que alguns dias presos ali.

— Certo... — indagou incerta de tudo. O Sol despedia-se e a Lua estava prestes entrar em cena. A neve e o vento parecem batalhar gradualmente por quem seria mais forte — Eu acho melhor caminharmos o máximo que conseguirmos antes da situação piorar ou de anoitecer por completo.

Num único gesto, ele concorda e toma partida para a caminhada. Automaticamente e implicitamente tomando a liderança, o que Romanoff por opção, não se incomodou. 

Andaram pela neve por duas horas. De vez em quando, o Soldado olhava para trás certificando-se de que ela ainda o acompanhava. Uma ação parcialmente involuntária, fora de seu controle. Como se ele realmente se importasse com a vitalidade dela. Satisfeito com a presença dela logo atrás de seus passos, ele volta a focar na logística do melhor percurso a se seguir.

Ele ignora ao máximo o latente frio que paralisa aos poucos seus músculos. Estava cansado, mas negava admitir isso. Não é uma questão de querer cumprir a missão, é uma questão de se cobrar cumpri-lá. Parte dele, uma parte estranha, que causa-lhe uma antítese interna, ansiedade e frustração, queria desistir de finalizar a estúpida missão e simplesmente focar em manter-se vivo, afinal, ele era humano. Infelizmente, ele não consegue enxergar isso em si.

Natasha por sua vez estava em agonia. Suas pernas doem, seus lábios estão queimados e secos pelo frio e suas extremidades começaram a mostrar índices de congelamento devido as vestimentas inadequadas. Ela fingiu não prestar atenção em sua barriga que clama por comida ou sua língua que praticamente está de joelhos pedindo por água. Sabia que essas necessidades podem ser adiadas, porém sua morte não. Então, fez como prioridade manter-se viva e passar a noite bem.

Andaram deixando pegadas na branquidão por mais duas horas. Sem trocar palavras, apenas o olhar que ele jogava nela certificando-se e indiretamente lembrando-se de suas feições com um íntimo temor de esquece-la.

Até que ele ajoelhou-se e caiu na neve.

— James! — Ela soltou e com o que lhe restava de forças apressa-se ao encontro dele.


house of memories; buckynatWhere stories live. Discover now