6 anos atrás
Louis estava recostado na janela de seu quarto, observando as estrelas quando percebeu que seu pai estava parado na porta. O dia havia sido difícil para Louis e a última coisa que ele desejaria era conversar com alguém, principalmente com o seu pai.
- Lou... - Disse o mais velho adentrando ao quarto.- Eu quero muito falar com você.
O garoto virou a cabeça de lado e fez um sinal positivo com a cabeça, indicando que ele poderia entrar e voltou a cabeça para o céu. A noite estava excepcionalmente estrelada naquele dia, o azul escuro era iluminado pelo tom amarelado das estrelas.
Seu pai se juntou a ele na janela, era possível sentir a tensão entre os dois. Um silêncio pairava sob eles, que foi interrompido por Louis.
- O que você queria falar comigo?
Por alguns segundos o pai permaneceu calado, apenas suspirando alto.
- Eu queria dizer que eu te amo Louis- Disse segurando a mão do Filho- Você é uma das pessoas mais especiais da minha vida filho, eu não deixarei nada de ruim acontecer com você.
Tomlinson o abraçou logo em seguida. A respiração de ambos era ofegante e podiam ouvir as batidas aceleradas dos corações que se juntavam.
- Eu também te amo.- Louis disse olhando para os seus olhos.
Ficaram ali durante alguns minutos observando as estrelas juntos, até que Louis adormeceu e o pai saiu de seu quarto.
No corredor, o mais velho deixou as lágrimas escorrerem por seus olhos enquanto se sentava no chão frio de madeira. Louis havia contado a eles que era gay naquela manhã. A reação de sua esposa não foi tranquila e calma, ela havia gritado com o filho durante dez minutos dizendo coisas simplesmente impossíveis de se escutar. O pai tentou acalma-la porém ela simplesmente não aceitava o que Louis acabara de dizer.
Os soluços do pai já eram altos, seus olhos estavam inchados e sua alma desolada. Não pelo fato de seu filho ser gay, mas pelo preconceito que o menino já estava sofrendo justamente por aquela que deveria o amar, acolher e apoiar.
- Olá senhor. - Disse uma voz.
Mark Tomlinson levantou sua cabeça e em sua frente havia uma criança vestida de branco segurando um urso de pelúcia com as cores de arco íris nas mãos.
- Quem é você?- O homem sussurrou.
- Me chamo Harry. - O garoto sentou ao seu lado. - Me diga, por que está chorando, senhor?
Mark estava confuso, uma criança surgira em sua casa lhe fazendo perguntas que ele mesmo não conseguia responder. Não sabia se estava sonhando, ou se delirava.
- É por causa do Louis? - o pequeno garoto disse segurando a mão do homem.
- Você conhece meu filho?
Harry riu e olhou o pai de Louis nos olhos.
- Eu visito Louis todas as noites.
Mark não conseguia compreender o que o garoto dizia e decidiu se calar e apenas se recuperar dos acontecimentos recentes. Harry encostou a cabeça no ombro do mais velho.
- Nada de ruim vai acontecer com Louis, senhor Tomlinson nós estaremos aqui.
Os dois adormeceram juntos e quando Mark acordou, Harry não estava mais lá, nem mesmo seu ursinho.Atualmente
Louis estava sentado na cadeira da delegacia quando Mark Tomlinson entrou. O desespero era evidente em seus olhos, seu corpo estava tenso e suas mãos estavam fechadas, como se fossem bater em alguém ou algo.
- Loueh! O que aconteceu?- Mark gritou assim que avistou seu filho sentado na cadeira, coberto por uma manta verde.
Tomlinson ainda estava mal com tudo que havia acontecido, seu corpo doía e cada vez que fechava os olhos, tudo recomeçava na cabeça do garoto. Toda a dor, todo o medo, tudo parecia estar acontecendo novamente naquele exato momento.
Louis explicava lentamente o que havia acontecido ao pai quando um policial o chamou para ser interrogado. O garoto se levantou com dificuldade e foi guiado até uma sala escura e toda fechada
Estava frio lá dentro, a manta que havia recebido o aquecia mas não parecia ser bastante. Haviam alguns papéis com letras miúdas espalhados pela mesa e o policial tentava as organizar antes de dirigir a palavra ao menino.
- Bom... - Ele começou - Louis Tomlinson, certo? Os outros policiais me contaram sobre o seu caso e creio que devemos resolver isso rapidamente, não é?
Louis fez um sinal positivo com a cabeça. É claro que algo deveria ser feito, ele acabou de ser molestado.
- Houve abuso sexual direto? - O policial anotava algo em uma folha pequena de papel.
- Não. Ele me sufocou e me imobilizou tentando abrir as minhas calças mas então o homem misterioso apareceu.
- Entendo...
A feição do policial estava diferente, algo na história de Louis o fez ficar assim.
- Você realmente quer continuar com esse caso? - O polícial levantou sua cabeça para encarar o garoto.
- Mas é claro! Eu fui vítima de abuso físico e teria sido de abuso sexual também se não tivesse sido salvo. - Louis gritou, um pouco mais alto do que pretendia.
- É que casos assim são longos e demorados, não acha melhor...- Demorou para continuar- encerrar o caso, multar o taxista e te liberar?
Louis simplesmente não acreditava nas palavras que acabava de escutar. Era simplesmente loucura, encerrar um caso como esse, o garoto já havia sofrido e não abandonaria a oportunidade de prender seu abusador.
- Se eu simplesmente abandonar esse caso, Senhor policial. Eu deixaria o homem que me feriu livre para ferir mais garotos e garotas, e eu não pretendo ser o responsável por mais lágrimas e sangue derramado. Então sim! Eu irei continuar com esse processo até o fim.
O policial abaixou a cabeça e disse a Louis que ele ou algum responsável legal poderia voltar amanhã para dar continuidade ao caso.
Louis o observou por mais alguns segundos. Queria gritar com ele, mostrar que o que ele havia proposto anteriormente era uma falta de respeito a ele. Mas não fez. Apenas agradeceu a atenção e voltou a sala de espera.
Seu pai estava sentado ao lado de Zayn na cadeira próxima a porta, quando o viram, ambos levantaram e foram abraça-lo.
- Obrigado por terem vindo, eu não sei o que faria sem vocês na minha vida. - Louis pode sentir o ar quente nos dois lados de seu pescoço.
Os três saíram da delegacia e foram para o estacionamento onde o carro de Mark estava.
- Como está o Liam?- O Sr Tomlinson perguntou para Zayn que ajeitava a sua kilt azul bebê.
- Liam está piorando aos pouco senhor Tomlinson, mas os médicos disseram que ele vai ficar bem se os novos remédios fizerem efeito.
A partir disso os três ficaram em silêncio até chegarem na casa de Louis. Zayn dormiria lá aquela noite então levava consigo uma mala marrom antiga.
- Zee?- Louis perguntou enquanto arrumava a cama para Zayn
- Uh?
- Você acredita que exista alguém nos protegendo de qualquer acontecimento ruim que possa acontecer?
- Eu não sei Lou... Por que a pergunta?
Louis ficou calado e foi até a janela. Estava escurecendo e a lua já podia ser vista no céu, logo as estrelas viriam e tudo ficaria melhor. Pelo menos era o que Tomlinson achava.
- Me desculpe por ter demorado a chegar Lou. Me desculpe por falhar.
Quando se virou, não havia ninguém no quarto. Zayn estava na cozinha com Mark conversando sobre Liam.
- Quem está aí?- O garoto perguntou amedrontado.
Não obteve resposta. Pensou que estava delirando e desceu até a cozinha.

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Angelical (L.S)
FanfictionEm meio ao nada, Louis Tomlinson e Harry Styles surgiram. Os garotos eram os primeiros seres humanos que haviam sido criados e o amor entre eles foi algo instantâneo. Até que os garotos após comerem a fruta proibida do Jardim do Éden falecem e são s...