Encarei o gravador, escolhendo as palavras pra falar daquela noite tão difícil
- As saídas da Liz diminuíram depois que cheguei mais cedo em casa, mas mesmo assim um dia resolvi seguí-la.
Setembro de 2016
Meu telefone tocou e logo vi o nome "Home" piscando na tela
- Sr Bruno, a dona Liz acabou de sair
- Obrigado Anna, te devo uma - desliguei. Saí do estúdio e estacionei na porta do hospital, alguns minutos depois Liz chega e entra pra sua sessão. Quase uma hora se passa e ela sai do hospital, entrando no carro e seguindo um caminho totalmente contrário da nossa casa.
A sigo mantendo pelo menos um carro de distancia e ela entra num bairro esquisito, estacionando o carro numa esquina. Ela saiu do carro com uma bolsa grande e entrou em uma rua. Saí do meu carro e a segui tomando todo o cuidado para não ser percebido. A rua era sem saída, me escondi atrás de uma caçamba de lixo e a vi, ela estava conversando com um menino que aparentava ter uns 15 anos, o abraçando e entregou a bolsa que estava na mão pra ele. Muitas perguntas passaram na minha cabeça e eu resolvi sair dali o mais rápido possível pra ela não me perceber e nem ver meu carro.
Cheguei em casa primeiro que ela e a fiquei esperando. Horas se passaram e ela não chegava, eu ligava pro celular e só dava caixa de mensagem. Victoria precisava de atenção então me distraí cuidando dela, quando a coloquei pra dormir, acabei dormindo junto. No outro dia eu acordei e a procurei pela casa e nada, ninguém sabia onde ela estava e ninguém tinha visto ela naquele dia. Liguei pra polícia, registrei o desaparecimento e as buscas começaram. Logo a notícia que a Liz estava desaparecida se espalhou rapidamente, a frente da minha casa se encheu de jornalistas e policiais. Eles interrogaram todos os empregados e a mim também. Quando a noite chegou veio a notícia, o corpo de Liz tinha sido encontrado num beco em um bairro de risco. O chão se abriu debaixo dos meus pés, o mundo desabou. Minha família, que era dela também, não acreditava. Minha esposa estava morta.
Minha vida virou um inferno, fiquei isolado em casa por dias, não queria ver ninguém, a porta da minha casa, cheia de repórteres, queriam saber o que tinha acontecido com a minha esposa. No dia do sepultamento dela, apenas umas meninas da VS, algumas pessoas que trabalharam na série com ela e uns amigos do mundo da música vieram prestar solidariedade. Ali eu percebi que Liz só tinha a mim e a Victoria como família, ela não tinha ninguém, estava sozinha no mundo antes de conhecê-la.
No final do enterro fui abordado por dois policiais que me convidaram a prestar esclarecimento com o delegado. Por ser apenas esclarecimentos, não liguei pra James, meu advogado, pra ir me acompanhar
- Sr Hernandez, Elizabeth Diamonds Hernandez morreu estrangulada em um beco às 5:45 pm. Onde o senhor estava?
- Eu... acho que já estava em casa
- Alguém que confirme essa informação?
- Minha governanta, Anna Rodriguez
- A Sra Rodriguez nos informou que o senhor chegou em casa por volta das 6:15 pm. Os outros empregados nos confirmaram essa informação – engoli em seco, o que eles estavam pensando? – a autópsia revelou que quem estrangulou Elizabeth estava usando um anel arredondado no dedo anelar da mão esquerda. Pode nos mostrar suas mãos, Sr Hernandez? – estiquei minhas mãos e minha aliança de casamento que não tive coragem de tirar, brilhou aos olhos da delegada
- Vocês estão pensando que eu matei a minha esposa é isso?
- A investigação vai continuar, senhor Hernandez, mas infelizmente por enquanto o senhor está preso como principal suspeito do assassinato de Elizabeth Diamonds Hernandez.
Mais uma vez o chão se abriu debaixo dos meus pés. Além de perder o amor da minha vida, ainda estou sendo preso por um crime que não cometi.
Pra mim, ali a minha vida já tinha acabado, mas ela só estava começando.
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Who killed my wife
Mystery / ThrillerUm crime acontece: A modelo e atriz Liz Diamonds é assassinada. O principal suspeito? Seu próprio marido, o famoso cantor Bruno Mars, com quem é casada há quase 2 anos e tem uma filha de 4 meses. Disposto a tudo para provar sua inocência, Bruno reco...