Megan

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- Chegamos, cara. O escritório da Srta Jones é aí – Denny estaciona e me aponta o lugar – Boa Sorte, espero que consiga provar sua inocência

- Muito Obrigado, Denny. Boa viagem de volta – apertei a mão dele e saí do carro, que arrancou logo depois

Quando falaram "escritório" eu pensei em um escritório de verdade, mas era um restaurante simples. Entrei e fui na recepcionista perguntar pela Srta Jones. Ela me pediu pra esperar e foi lá dentro chamá-la.

- Bom dia, quem deseja falar comigo? – Estava completamente distraído, quando me virei fiquei admirado e tudo parecia andar em câmera lenta. Seus longos cabelos loiros pareciam voar com uma brisa leve, seus olhos cheios de mistério e sua pose de durona me encantaram na mesma hora. Ela usava uma bota de cano alto, uma calça jeans e camiseta com uma jaqueta preta por cima.

- É...eu! Bom dia, meu nome é... – Olhei pra televisão do restaurante e estava passando uma reportagem sobre mim novamente – Peter! Eu preciso dos seus serviços

- Quem te mandou aqui? – disse fazendo expressão de desconfiada e cruzando os braços

- Lawrence! Ele disse que me ajudaria – A expressão dela mudou na mesma hora para uma mais relaxada, ela descruzou os braços e me chamou com um aceno de cabeça pra dentro do restaurante

- Me acompanhe, Peter – A segui por uma pequena passagem atrás do balcão, passamos por um corredor escuro e entramos na ultima porta. Aquilo sim era um escritório. Ela sentou na sua cadeira atrás de uma escrivaninha de madeira maciça – O que te trás aqui? Por que Lawrence te mandou? – Tirei meus óculos e o chapéu, revelando meu cabelo bem curto

- Eu sou o Bruno, acusado de ter matado a modelo Liz Diamonds, está passando em todos os canais e em todo lugar. Eu vim para que me ajude a provar minha inocência.

- Uau espera, não foi você que matou a sua mulher? – disse se levantando, dei um passo pra trás – Você foi condenado e tudo

- Eu sei! Mas me condenaram injustamente, com provas rasas, com testemunhas que só viram um lado da história. Eu preciso de ajuda, quero minha liberdade de volta, quero voltar a trabalhar, preciso cuidar da minha filha – disse sentindo meus olhos já queimarem

- Fica calmo. Se o Lawrence te mandou é porque ele viu algo em você e que confia em você. Eu vou te ajudar. Primeiro passo é te disfarçar melhor, essa barba falsa não engana ninguém

- Muito Obrigado, Srta Jones

- Por favor, me chama de Megan

...

- Eu lembro que no primeiro dia em que expliquei minha situação a Megan, ela chamou um amigo especializado em disfarces, com quem trabalhou no FBI por anos. Quando ele terminou seu trabalho, eu estava irreconhecível

...

- Pronto, Bruno – disse virando a cadeira pro espelho. Tocava de leve meus dreads, minha sobrancelha mais grossa, a nova forma do meu nariz e coloquei os óculos sem grau que Leonel me deu – Agora você pode me acompanhar e ajudar nas investigações mais a fundo. Me responde uma curiosidade: Por que se casou com alguém que você não sabe nada do passado?

É, eu nunca tinha me questionado sobre isso. Com a Liz aconteceu tudo tão rápido, namoramos por alguns meses, pedi para que se mudasse pra minha casa e depois de um tempo nos casamos. Logo Victoria chegou e tudo começou a ficar estranho

- Aconteceu tudo muito rápido, com ela era tudo muito diferente

- Você realmente era apaixonado por ela não é? – disse Megan abaixando de frente pra mim e se apoiando na cadeira

- Sim. Eu não seria capaz de machucá-la, muito menos matá-la – abaixei a cabeça

- Fica calmo, Bruno – ela levantou, agradeceu ao Leonel e ele foi embora – Me diz uma coisa, quem investigou o assassinato da sua esposa? O FBI estava envolvido?

- Eu não sei, eu fiquei detido nas semanas da investigação e fui condenado quando elas terminaram. Encontraram meu cordão no local do crime, três testemunhas também me viram lá, o assassino também usava uma aliança na mão esquerda... Foi tudo contra mim

- Condenar alguém como você com esses tipos de prova é muito coisa do FBI. Eu vou precisar voltar ao local do crime, Bruno, preciso verificar primeiro se eles deixaram passar algo

- Vamos ter que voltar pra Califórnia, mas não posso pegar avião, vão me reconhecer no aeroporto

- Vamos ter que ir de carro. São 2 dias de viagem.

Megan arrumou as coisas que precisou e disse que partiríamos no dia seguinte.

Saímos bem cedo de seu apartamento e passamos 2 dias na estrada. Megan não parecia cansada, devia tá acostumada a grandes viagens como essa. Já eu, estava exausto,mas fora de cogitação desistir. Fizemos uma pausa para tomar café, coloquei o disfarce novamente e entramos em uma padaria de beira de estrada. Fizemos nossos pedidos e enquanto aguardávamos, um programa passava na TV pequena que ali tinha. De repente, o plantão de notícias é anunciado e Megan e eu paramos para prestar atenção

"Boa noite. Acabamos de receber a informação de que o cantor Bruno Mars, fugiu da Penitenciária Estadual de San Quentin na tarde de ontem. A recompensa de quem entregá-lo é de cem mil dólares. Bruno Mars foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado por ter assassinado sua esposa, a modelo e atriz Liz Diamonds. Voltaremos com mais informações"

- Ótimo, querem cem mil pela minha cabeça – disse baixo

- Com esse disfarce não vão te reconhecer e você não vai sair do quarto sem necessidade, ok?

- Onde vamos ficar?

- Tenho pessoas confiáveis na Califórnia que vão nos abrigar, fica tranquilo – Nosso café chegou e começamos a comer.

Chegamos em LA por volta das 7pm e ficamos em um hotel bem humilde, onde ela já tinha contatos. O quarto era grande, com duas camas e um banheiro, estávamos bem instalados. Sem perder tempo, fomos ao local do crime procurar pistas.

Megan deixou o carro a três quarteirões pra não dar muita bandeira e entramos no beco. Ela examinou tudo: as paredes, o chão, a caçamba de lixo e cada cantinho daquele lugar procurando uma pista sequer

- Parece que dessa vez a perícia fez seu trabalho direitinho, o lugar tá limpo

- Droga! E agora? Qual o próximo passo?

- Eu preciso pensar – disse parada com as mãos na cintura – o carro da sua esposa tinha algum dispositivo de localização?

- GPS? Sim, tinha

- Então esse é o nosso próximo passo.

Who killed my wifeOnde histórias criam vida. Descubra agora