Gostar

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17 de novembro de 2018,

Ora, fazia tempo que eu escrevia sobre alguém que me consome a lacuna de preocupações maiores e se manifesta no meu corpo sem nem estar aqui.

Gostar. GOSTAR. GoStaR. No fim, não importa se eu diga, se eu faça, se eu pergunte, é transparente. Sou transparente.

Em meio as brigas políticas das eleições 2018, em meio ao primeiro ENEM que fizemos, em meio ao final de ano, aos trabalhos e provas finais, à crise econômica, ao estresse natural, início do verão, planejamento natalino, planejamento acadêmico, planejamento, planejamento. O fim do ano é a correria do improviso e planejamento diante desse. Tem tanto mais pra se preocupar, pra se estressar, pra se ocupar e, ainda sim, o que você faz se instala no fundo da minha mente como um papel de parede agoniante.

Sem querer entrar em grandes discussões amorosas, mas já entrando, é comum a ideia de que se apaixonar traz sofrimento no pacote-não. Escolha ruim de palavras, pesadas. Gostar das pessoa faz a gente se fazer de trouxa e ficar na bad, melhor. É verdade, é verdade.

Só que não faz muito que eu finalmente tive o insight da concepção de que a gente não se machuca quando gosta; digo, se você gostar de alguém é porque essa pessoa te faz sentir algo bom.

Nossa, claro, que óbvio, agora que eu ponho em palavras, não é? Mas há tanto mais que é óbvio. O chão é em baixo, o céu é mais que azul e a metáfora do Ovo de Colombo continua e continua.

{obs.: não faço ideia se é mesmo, mesmo, verdade e também faço desuso do Google por preguiça, mas não faz uma semana que me contaram uma história de uma metáfora italiana: em um bar contemporâneo a "descoberta" do Novo Mundo, perguntavam-se por que tantas glórias ao explorador, já que as Américas sempre estiveram ali, qualquer um poderia ter atravessado o oceano atlântico e as "descoberto". Colombo propôs os presentes a equilibrar um ovo de galinha em pé em uma de suas extremidades. Como todo mundo sabe, ovos são redondos e seria impossível fazer isso, exceto que o navegador quebrou de leve a casca do ovo e o equilibrou na mesa. "Ah, mas isso todo mundo sabia". Se todo mundo sabia, por que ninguém fez ou disse nada? Não sei se foi essa a história. Talvez seja só melhor quando ela conte.}

O que eu quis dizer é que se fala sobre a ansiedade, o medo, tem gente que passa mal de verdade, tem gente que se sente ruim quando o "crush" chega ou alguma coisa. Ora, eu digo que quando se passa mal por gostar de alguém, você não gosta dessa pessoa.

A falta de indiferença é óbvia, mas você não gosta dessa pessoa. Que se aplique e se espalhe além das paixões platônicas, mas às correspondidas, às relações humanas não românticas – amizades ou caralho a quatro. Se te faz mal, você não gosta. "E se eu gostar de me machucar?", bom, aí, mesmo assim, você gosta de se machucar e o agressor está ali. Não é nenhuma regra universal o que eu tenho pra dizer, era só uma conclusão meio tosca.

De que o gostar não é ruim.

Escrevi isso em momentos diferentes e me perdi; era para haver ligação com a conclusão seguinte.

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