É incrível como todos procuramos a perfeição e tentamos em vão atingi-la. É inacreditável o quão longe podemos ir em busca de tudo isso.
Há quem pare de comer.
Há quem faça exercício em demasia.
Há quem use muita maquilhagem para encobrir as imperfeições.
Há quem faça operações plásticas.
Mas para quê?
Para quê fazer todas estas mudanças e deixar de ser nós próprios para alcançar algo inalcançável?
Para chegar ao fim e falhar redondamente?
Para começar o ódio por nós próprios?
A perfeição não existe, mas a sociedade força-nos a procurar pela sua existência.
Nas revistas e desfiles de moda, tudo o que vemos é raparigas muito abaixo do peso recomendado para a sua estatura altíssima. Isso é o padrão de perfeição da sociedade, inalcançável, impossível.
Mas sei que é tudo uma questão de marketing. Fazem-nos pensar que vamos alcançar a perfeição com certas roupas e produtos, mas no fim não nos assentam assim tão bem e produzem mais uma jovem adolescente deprimida e com distúrbios alimentares.
Vivemos numa sociedade onde é cada vez mais comum parar de comer em dietas sem lógica para emagrecer. É preocupante.
Vivemos num mundo em que adolescentes de 15 anos têm níveis de stress iguais ou superiores a doentes mentais de há 50 anos. A nossa sanidade mental é-nos lentamente retirada pelas pressões. A pressão de ser melhor na escola. A pressão de ser mais bonita. A pressão da perfeição.
Quanto tempo demora até compreenderem que não existe tal coisa como perfeição?
