Capítulo 4

22 7 8
                                    

~~Júlia narrando (bônus)~~

Eu estava parada na porta da casa da Bela pensando no que eu falaria.

"oi tia, eu vim ver a Bela. Ah, ela não está? Ela não me avisou."

Mas era mentira e eu odeio mentir. Ela havia me avisado. Ela havia me mandado mil mensagens na verdade, sobre como ela ia aprender a fazer todo tipo de comida chinesa a casa da Gabi.

Enquanto eu pensava o pai da Bela chegou.

- Oi, Ju. Tudo bem? Como vão seus pais? - o tio Marcelo me perguntava, simpático. - Você tá procurando a Bela? Eu acabei de deixar ela na casa da Gabi, pra aprender culinária chinesa com a família dela, ela não te avisou? Que estranho. - ele completou.

Acho que está extremamente visível o meu nervosismo agora.

— Aah, que-e pena-a, eu queri-ia falar algo com ela. Algo importante. Isso. Era uma notícia que eu queria dar a ela. O senhor acha que ela vai demorar? Acho que sim, né? Pra cozinhar, ela fica lá pra sempre. — acho que eu fui bem.

— Por que você não entra um pouco? O dia tá bem quente, tá todo mundo esperando eu chegar com banana para comer os sorvetes que eu comprei, espera um pouco antes de sair de baixo desse sol. — o tio sorrio antes de me apontar a porta.

GLÓRIA A DEUS. Meu plano podre deu certo. Eu não devia agradecer a Deus na verdade, já que eu tô mentindo. Perdão, Senhor.

Entramos e assim que passei pela porta eu vi o Caio sentado no sofá, de bermuda e blusa de alça, das que ele usa pra praticar esportes, vendo algo na Netflix.

Aaaaah, como ele consegue ser tão lindo e ainda assim não se importar nem um pouquinho? Que boa personalidade, né?

Tive que respirar fundo e engolir em seco, afinal, é justamente por isso que eu vim aqui. O Caio.

— Caio, onde tá tua irmã? — tio Marcelo perguntou a seu filho. Eu caminhei e me sentei no sofá. Eu posso estar nervosa, mas eu venho aqui desde criança e aqui já virou minha segunda casa.

— Ela saiu com uma amiga. Elas foram visitar a faculdade onde a Cami quer estudar, conhecer lá. — Caio disse tranquilo porém aparentemente transbordando orgulho pela sua outra metade e fazendo assim meu coração acelerar.

— Ok, vou estar lá fora perto da piscina com a sua mãe. Vou deixar as bananas na cozinha, se vocês quiserem sorvete podem se servir. — ele disse e saiu.

E ficamos os dois sozinhos.
Meu braço ficou dormente, isso é normal? Meu coração tá meio estranho. Tá calor aqui né?

Eu ajeitava meu vestido florido no sofá, pra tentar escondeu o nervosismo. Era isso. Chegou a hora.

Respirei fundo, afinal eu me declararia pra Caio, por quem eu sou apaixonada a uns 3 anos. Eu abri minha boca pra falar e fui interrompida.

— Jú, eu gosto de você. — Caio disse, olhando pra mim, então olhou pra baixo,na direção de suas mãos.

— ah... Eu... Ahn... Nossa. — nada. Não saía nada.

— Olha, se você não gostar de mim eu entendo... É que eu tô gostando de você desde a festa de ano novo, que tava todo mundo junto... É isso. — ele dizia, envergonhado.

A essa altura eu já devia estar toda vermelha. Já era já. Já descambou tudo.

— Eu também... Gosto de você. — eu disse sem nem conseguir olhar pra ele. Mas eu disse, e, nossa que alívio!

— Sério? — ele disse.

— Sério. — eu disse eu então levantei o olhar para encará-lo, como eu e ainda não havia conseguido. Caio olhava pra mim com um sorrisão. Ele não parava de comer, mas os seus dentes eram beeeem branquinhos. Eu vou morrer. Agora é sério.

O Diário *Nem Tão* Culinário De IsabelaOnde histórias criam vida. Descubra agora