Capítulo 11

33 4 23
                                    

Duas semanas se passaram desde o início das aulas e agora faltavam dois dias para o aniversário do meu pai.

A gente nunca sabe o que ele vai querer fazer. Qual comida? Vai ter tema? O que vai querer de presente? Ele nunca responde antes. "Qualquer coisa tá bom." é o que ele diz, ele só escolhe a comida, até por que esse é um mal de família né.

- Esquece, mãe. O pai não vai mudar nada esse ano. - Caio disse, meio cético a respeito das escolhas de aniversário do nosso pai o que geralmente consistia em um churrasco.

- Mas meu filho, a gente precisa perguntar assim mesmo. Por consideração a seu pai. - nossa mãe disse.

- É verdade! Devemos perguntar sempre. - Camila falou.

- Então vamos! - eu disse.

Andamos até a sala, onde o nosso pai assistia um filme de ação na TV e sentamos todos juntos a sua volta sorrindo de forma estranha e olhando pra ele.

- Vocês vieram me matar? - nosso pai falou e cruzou as pernas. - por favor não estraguem meu cabelo, leva muito tempo pra ficar assim. Meu novo corte de chama "encantado" é pra ficar igual do Príncipe Encantado do Shrek.

- Pai. - eu falei.

- Diga, minha nobre filha. - meu pai falou e todos fizemos cara de interrogação. - Não é assim que vocês falam?

- Pai, é sério. Viemos falar sobre o seu aniversário. - Camila disse.

- Meu amor, seu aniversário é importante pra nós. Queremos celebrar mais um anos de vida seu. - minha mãe disse e todos olhávamos e falavamos cuidadosos pra tentar convencer nosso pai a fazer algo, mesmo sabendo que ele não aceitaria.

- Pai, hoje é quinta, seu aniversário cai nesse sábado. Dá tempo de fazer algo diferente se o senhor quiser. - Camila disse.

- Que tal, pai? - eu disse.

- Tá bom. - meu pai disse.

Ele aceitou. PERA... QUÊ?

- Sério? - todos perguntamos em uníssono.

- Sim, ué. Vocês sempre falam pra eu escolher um tema, escolher as comidas e essas coisas, então eu me planejei. - nosso pai disse. - Outro dia estava mudando de canal e estava passando um programa sobre um cara que viaja o mundo provando comidas e ele estava no México. Mostrou muitas comidas legais e um pouco da cultura, é isso que eu quero. México. - ele completou.

- Tá bom, vamos fazer. - minha mãe disse perplexa.

- Vamos fazer uma lista então. - eu disse e fui na cozinha pegar um bloquinho e uma caneta que ficam lá. - Como vai ser, pai?

- Comida mexicana, daquelas que mostra nos filmes americanos. Pode botar os enfeites com sombreiro e as flores, mas não põe nada com caveira porque eu sou de Jesus. - meu pai disse.

- Ta bom. E os convidados? - eu disse depois de anotado.

- Chama aqueles seus amigos que sempre vem aqui, chama o Luan também, pode falar pros seus amigos convidarem as famílias deles. Caio, pode chamar aqueles dois que andam com você também. E Camila pode chamar aquela menina de cabelo branco que anda com você. - meu pai disse.

- Cabelo branco? Pai, é platinado. É um loiro bem claro. - Camila respondeu nosso pai.

- Parece branco pra mim. - meu pai disse.

- É concordo. - Caio disse e eu balancei a cabeça em sinal de afirmação.

- É. - minha mãe disse junto conosco.

O Diário *Nem Tão* Culinário De IsabelaOnde histórias criam vida. Descubra agora