Letargia

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Além do sereno céu brilha um sinfonia para mim
Além do excêntrico sol tarda o seu avermelhado fim
Me pergunto o que virá amanhã neste mesmo lugar
Porquê onde eu for ela irá lá novamente estar 
Dias monótonos voltam a fluir
Dias retardados voltam a vir
Porquê toda essa revolta 
Traga a minha insanidade de volta
Realidade maçante, não poderá me dominar
Verdade hesitante, não quero lhe aceitar
Dias monótonos voltam a rir
Dias atrasados começam a vir
Qual o motivo da rebelião
Qual o motivo de tudo isso então
A vida parece afundada no mar de sua pressão
Não pode fugir, essa é a pior prisão
Mas sabe o que lhe limita
Não consegue perceber que ninguém lhe imita
Porquê não é capaz de ver, em sua expressão
Reside o olhar vivído de um leão
Acanhado, desesperado, não aguentando seus tormentos
Olhando cada dia se passar, como meros momentos lentos
Agonizando seu fim com intensos lamentos
O sol tarda com seu vermelho em forma de espírito
O céu cintila em seu brilho mais bonito
O que será de mim hoje, o que será de mim amanhã
Qual será a próxima façanha, imprevisível é em meio à esse conflito
A monotonia se tornou minha fiel anfitriã
Estou entre em meio à duas faces do infinito atrito
Além do calmo céu brilha uma melodia para mim
Além do arrogante sol tarda o seu sombrio fim.
 

Poetas imundosOnde histórias criam vida. Descubra agora