Poetas imundos

Olhares de Ruínas

Meu olhar tão distante não me enxergo dentro dele
Você está realmente olhando para mim ou encarando o próprio espelho?
Hesitação é meu receio
Que ecoa em meu brado

O que me tornei, o que me tornei
Não me vejo o brilho como antes
Não vejo para onde irei
Frio e seco, sem nenhuma lágrima
Uma lástima, uma lástima...
Sinto falta desse suor que afoga meus olhos cansados

Já viram coisas demais
Já é demais
Meus olhar mais triste
em ficar ele insiste

Olhe só seu estado
Todo desgastado, devastado
O tempo cura todas as feridas, mas a que custo?
Ele tem suas vidas preferidas
O tempo nunca foi justo

Nem me assusto ao me deparar com uma atrocidade
Coisas assim são normais em minha idade
O relógio está parado em minha mente
"Está andando, certamente"
Não! Ele mente!

Não importa quantas vezes tente
É um farsante
Excelente
Devo moldar meu futuro ou aguardar inseguro

O tempo não é meu aliado
Mas se mantém ao meu lado
O tempo é meu inimigo
Mas está sempre comigo

Sempre me olhou, nunca me apoiou
Seu olhar frio expressou seu desprezo
O tempo fechou pra mim
Parece que irá chover