Prólogo

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Muitas são as historias e mitos que cercam as terras de Mondeinaze, historias essas escritas a milhares de anos por todos os povos que lá habitam, monges e clérigos contam as historias dos Deuses e paladinos que salvaram Mondeinaze da devastação diversas vezes, os reinos da União ao na parte norte guardam historias de tronos profanados, dragões derrotados e o controle da magicracia, mais ao norte além da Floresta dos Guilhotinados, Orcs, Hobglins, Globlins e muitos outros povos tentam avançar sobre essas terras para escreverem uma nova historia; Mogen sempre teve curiosidade em historias e sempre quis saber de suas origens; o que houve com os druidas da floresta de Mondeinaze? Por que Elfos não saem Floresta Morta? Essas duvidas ocupavam a sua cabeça junto com a curiosidade; o que deve haver na floresta? E depois dela?

Mogen queria ser o primeiro a registrar todas essas historias, seria impossível ele sabia mas queria mostrar ao mundo mais e diferentes historias, mudar pontos de vista; tanto o seu quanto os de outras pessoas; órfão desde cedo já sabia se virar, sabia o que fazer para não passar fome e não morrer de frio. Mogen nunca de teve dificuldades em sua vida só; em uma das vilas de Crinson, lugar onde nasceu foi ensinado por um velho senhor a ler e escrever desde bem pequeno, Ciussi - o velho - dizia que podem lhe tirar tudo menos o seu conhecimento; então o menino que morava em um celeiro abandonado no fim da vila passou a retornar todos os dias a casa do ancião, que todos os dias o contava uma nova historia sobre as Terras de Mondeinaze. Movido pela curiosidade Mogen então mesmo tão pequeno decidiu ali que queria saber todas as historias do mundo.

Bastante tempo já havia se passado desde que começara a frequentar a de Ciussi, até um dia a rotina veio ao fim; Mogen ainda era uma criança, Velho Ciussi - como ele o chamava - adorava um tipo de margaridas que nasciam a beira do rio vermelho que vinha do castelo e como estava velho e cansado demais para buscar algumas o menino então resolveu que aquele seria um bom presente; acordou cedo, vestiu-se - com a única roupa que tinha - calçou as botas e partiu; ao sair do celeiro abandonado um calafrio congelou a sua espinha, foi como se sua alma tentasse saltar para fora do corpo, ignorando a sensação horrível continuou o seu caminho e passou pelo rio vermelho que corria do castelo e colheu as flores para o velho amigo que morava não muito longe dali, Ciussi era uma pessoa muito boa para ele, a única de Crinson que o ajudou depois que seus pais morreram, por isso Mogen sentia que tinha que retribuir ao velho indo até sua casa todos dias para o ajudar com seus afazeres.

Conforme ia se aproximando da casa mais apertado ia ficando o coração do menino, não conseguia explicar o porque mas desde que saiu do velho celeiro já não se sentia bem, pensou inclusive em pedir ajuda ao Velho Ciussi; quando falta apenas uma esquina não conseguiu aguentar e começou a correr; a casa do velho ficava a esquerda depois do ultimo armazém descendo um pequeno barranco, quase na floresta de arvores secas que cercavam todo o território do Rei Crinson, sua pernas já estavam latejando quando chegou ao local e foi pego de surpresa, a porta da frente estava escancarada e a janela lateral estilhaçada; o menino foi indo em direção a casa na ponta dos pés - segurando as lágrimas, sentia aquela sensação ainda mais latente e o coração como se fosse sair pela boca - chegou a pequena varanda da casa e com as orelhas em pé tentava ouvir o que estava acontecendo lá dentro.

-Velho maldito - gritou um homem de dentro da casa - abra logo a porra da boca ou não sairemos daqui até que tudo esteja destruído.

Ouvia-se apenas os múrmuros do velho e os sons dele sendo espancado.

Mogen então decidiu que não devia ficar parado, ainda na ponta dos pé deslizou para dentro da casa; o som do velho sendo surrado se tonou ainda mais nítido e molhado; as lágrimas ja escorriam dos olhos de Mogen; era inconcebível para ele como alguém poderia estar maltratando alguém como Ciussi; espreitou-se pela casa afim de descobrir onde os bandidos estavam.

Crônicas do ViajanteOnde histórias criam vida. Descubra agora