- Vamos! A gente vai se atrasar! - dizia Yoongi, um dos meus melhores amigos - Mal posso esperar pra espalhar purpurina naquela avenida!
Era um domingo, o dia estava ensolarado, e estávamos nos arrumando para ir à uma parada LGBT que começaria em instantes.
Eu defendo e considero justa toda forma de amor. Acho muito bonito o romantismo, abraços espontâneos, beijos inesperados e transas intensas.
Quem nunca viu um casal se beijar em uma praça pública e querer estar assim com a pessoa que gosta? Quem nunca viu uma foto de um casal idoso e se imaginou assim no futuro? Quem nunca presenciou um bom abraço e quis ser abraçado também?
Desde criança, sempre fui visto de forma diferente. Sempre achei as relações entre pessoas do mesmo sexo tão comuns quanto relações heterossexuais. Eu não via diferença entre os casais. Não entendia o que tinha de errado em pessoas que se amam ficarem juntas. O motivo de haver tanto preconceito.
Até que um dia, enquanto voltava do meu trabalho, vi um rapaz ser espancado até a morte em um local público simplesmente por ser gay. Tentei ajudar, chamar por ajuda, mas nada resolvia. O vi morrer por algo que sequer tinha culpa.
Enquanto as pessoas que passavam por ali, atravessavam a rua, viravam o rosto e fingiam não ver o que acontecia bem ali aos seus pés.
A partir desse dia, decidi que ia fazer tudo que estivesse ao meu alcance para defender essas pessoas. Procurei ajuda e organizações que também faziam esse trabalho e me associei a elas.
Hoje era um dia de festa para nós. Iria acontecer a parada mais esperada do ano e claro que eu não ia perder, né?
Terminei de ajeitar meu cabelo e logo saí de casa junto com Yoongi, que dividia o apartamento comigo há uns meses.
Pedimos um táxi e logo estávamos no local combinado. Havia vários homens e mulheres com o rosto pintado, usando fantasias e dançando ao som de uma música alegre.
Yoongi já havia sumido, provavelmente já tinha encontrado alguém.
Eu me sentia bem ali, pois era onde não tinha espaço para discussões e preconceitos, havia espaço apenas para o amor.
Comecei a dançar no ritmo da música, me sentindo cada vez mais livre. Então, a música parou.
- Boa tarde, galera! Hoje é dia de festa para nós do vale. Eu e todo pessoal da organização demos nosso melhor para esse evento acontecer. - Dizia Kim Taehyung, organizador daquele evento - Espero que vocês sintam-se livres, não tenham medo de se expressar. Que possam curtir o que a vida nos dá de melhor: o amor. Vivam instensamente e ignorem as fronteiras impostas a nós. Vamos celebrar a diversidade, as várias formas do amor, e o mais importante: ser feliz. Divirtam-se e não se esqueçam, usem sempre camisinha.
Todos aplaudiram aquele breve discurso e logo uma música animada e sensual começou a tocar. Voltei a dançar, dessa vez de uma forma provocativa. Movimentava meus quadris no ritmo da música e passava a mão em meus cabelos de uma forma sexy.
Logo avistei um rapaz que parecia estar me olhando há um bom tempo. Ele estava a uma distância considerável, mas não tão longe. Da forma que me olhava, deveria estar me devorando com os olhos. Não que eu estivesse incomodado, longe disso. Gostava de me sentir atraente, desejável. E era justamente assim que me sentia agora.
Ele era um rapaz bonito. Tinha cabelos negros que balançavam de acordo seus movimentos, olhos castanhos e lábios finos muito bem desenhados. Possuia um belo físico - e que físico! - vestia uma camiseta branca sem estampas e calças jeans rasgada nos joelhos.
Decidi então, que ia provocá-lo de todas as maneiras que pudesse, até fazê-lo vir falar comigo.
Ao som de "The eve" do EXO, provoquei-o com minha dança, chegando cada vez mais perto. Quando esbarrei nele, senti algo que há muito tempo não sentia: o famoso friozinho na barriga. Era como se eu o admirasse há anos.
Prendi a respiração. Ele inspirou fundo e aproximou seu rosto do meu. Nossos narizes se encostaram e olhei direto nos seus olhos, percebendo assim, o quanto eram profundos. Ele moveu seu rosto fazendo-o ficar ainda mais próximo do meu. Fecho os olhos calmamente.
Então, nossos lábios se encostaram. Como em um selinho tímido. Puxo sua cabeça para mim e beijo-o intensamente, minha língua invadindo sua boca, saboreando-a. Ele pega em minha bunda farta e me puxa ainda mais contra si, fazendo nossos membros se tocarem sobre as calças. Logo, roça seus dentes em meu maxilar e desenha uma trilha de beijos pelo meu pescoço, logo voltando sua atenção a minha boca. Nossas línguas se entrelaçam como em uma dança calma e seduzente. Ficamos assim por um tempo.
Finalizo nosso beijo com um selinho demorado e abro meus olhos lentamente enquanto volto a realidade e o vejo sorrindo para mim. Retribuo o sorriso olhando bem em seus olhos. Aqueles belos e profundos e profundos olhos os quais não esquecerei tão cedo.
Me sinto livre, é como se tivesse feito a coisa certa ao decidir me aproximar dele.
Se você gosta de alguém, não deve hesitar em se aproximar. Talvez você perca a sua melhor experiência. Nunca é tarde para se descobrir, para se conhecer. Não tenha medo de ser quem você é apenas por padrões, ou pelo que outras pessoas irão pensar. Lembre-se: nós vivemos apenas uma vez.
E assim, me soltei do nosso abraço e observei-o como se quisesse gravar seu rosto. E finalmente me apresentei:
- Park Jimin.
- Jeon Jungkook.
× × ×
Olá! Tudo bem? Esse é o meu primeiro trabalho. Deixem aqui a opinião de vocês!
Até a próxima one shoot!
I purple you ♡
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Unexplainable | One Shoots
Fanfiction"Quando temos uma inspiração, ela vem do nada, como um flash na nossa mente. Nem sempre conseguimos explicar" One shoots