Quinto capitolo

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[N/A]: Novas adaptações.

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   — Então, está pronta? — Virgílio perguntara para Luccino, verificando sua motocicleta. Estava completamente impecável, como se tivesse acabado de ser montada.

   — Prontinha.

   — Obrigado, Luccino! Nem sei como agradecer! — Virgílio apertou a mão de Luccino alegremente. Ele se aproximou mais de Luccino, fazendo o menor recuar timidamente.

   — Eu ainda aceito o convite da corrida — ele sorriu.

   — Claro! Havia me esquecido. Bem, então vamos? — Virgílio perguntou.

   — Já está acontecendo?

   — Está prestes a começar. Vamos?

   — Vamos! — Luccino respondeu alegremente.

   Luccino e Virgílio saíram da oficina, Luccino fechando em seguida. Ele foi em sua casa e pegou seu cavalo, Raio, enquanto Virgílio aquecia sua motocicleta. Era um caminho considerável, não demorava tanto para chegar, a menos que você soubesse o local exato, pois era ligeiramente escondido.

   Da janela do quartel, Otávio observava o Vale, tendo uma visão ampla de uma grande parte da cidade, de longe, vendo Luccino e um estranho homem indo em meio a mata para algum local. Era uma visão minimamente misteriosa, ideias estranhas passavam por sua cabeça, ignorando-as o mais rápido possível.

   Em meio a mata, Luccino estava sorridente, galopando rapidamente com Virgílio em sua frente, guiando o caminho, este que às vezes olhava para trás vigiando Luccino e sorrindo junto com o rapaz. Ele entrou em um pequeno caminho e Luccino o-seguiu, parou sua motocicleta e desceu, esperando que Luccino fizesse o mesmo.

   — Temos que ir a pé daqui — Virgílio disse, vendo Luccino descer de seu cavalo e o-prendendo em uma árvore qualquer — Está tudo bem para você?

   — Claro. Faço caminhadas todas as manhãs, não vejo problemas — Luccino sorriu.

   — Pois bem, então, tome a frente — Virgílio riu — É logo ali, impossível errar o caminho.

   Luccino riu e concordou, tomando a frente, desviando dos galhos e da mata que se intensificava. De longe ouvia o barulho da natureza: a água, os grilos e até sapos. Atrás de si ouvia os passos de Virgílio e o barulho da roda de sua motocicleta passando pela grama.

   — Tem certeza que é o caminho certo, Virgílio?

   Luccino perguntou e ouviu um barulho de algo caindo atrás de si, Virgílio havia largado sua moto no chão e ficara parado sem ditar nada, olhando para o moreno.

   — Virgílio, está tudo bem?

   Lentamente Virgílio se aproximava de Luccino, com menos de um braço de distância, deixando um semblante confuso em Luccino e uma leve sensação de desconforto com o homem lhe encarando.

   — Sabe, Luccino, você é um rapaz muito atraente.

   Luccino ficara chocado com o elogio, nunca havia ouvido essas palavras de um homem nessa intensidade dita. Ele procurava palavras para responder, mas todas fugiam do seu vocabulário.

   — Ora, muito obrigado! — sorria de canto forçadamente.

   — Muito atraente...

   Sutilmente, Virgílio levava sua mão direita ao rosto de Luccino, sentindo sua pele, Luccino ficara paralisado, não sabia como reagir diante daquilo, não sabia qual seria o próximo passo do homem ou se teria um, mas só queria que aquele momento acabasse logo.

   Virgílio passava seus dedos em cada pedaço do rosto de Luccino, focando seu polegar nos lábios do menor, olhando fixamente para os mesmos. Luccino estava apavorado, imaginava o que aquilo levaria, mas não conseguia fazer nada contra, mirava Virgílio com os olhos pedindo socorro, mas não tendo sucesso. Em uma ação rápida e calculada, Virgílio juntou sua boca a de Luccino, pressionando o rosto do menor contra o seu, tentando acertar o ato enquanto o outro não dava liberdade.

   Luccino juntou seus braços contra o peito de Virgílio, empurrando o homem para frente, longe de si. Olhava furioso e assustado para o maior, enquanto esse respirava ofegante e lambia os próprios lábios, tentando ainda sentir o gosto de Luccino.

   — O que foi isso?! Por quem me toma, Virgílio?!

   — Não diga que não gostou... — Virgílio sorria de modo malicioso — Demorou para reagir...

   — Eu não sou marica! Nunca lhe passei essa ideia, não tinha o direito!

   A voz de Luccino era a mais furiosa possível, sua vontade era de bater no maior, mas sabia que provavelmente não teria chances contra ele. Não deixando Virgílio ter a chance de dizer mais nada, Luccino apertou o passo, andando de volta para o Vale, sendo interrompido por Virgílio que segurou seu braço, quando passou por seu lado.

   — Solte meu braço, Virgílio — Luccino falara firmemente, não tendo nenhuma resposta de volta — Você está me machucando!

   — Você não vai a lugar nenhum.

   — Me solte!

   Luccino lançara um soco no rosto de Virgílio, o forte o bastante para fazê-lo cair na mata, dando tempo para ele fugir. O rapaz corria rapidamente em meio as folhas, tentando se encontrar pelo caminho, não pensando corretamente para onde ia, até ouvir o relincho de Raio, que não estava tão longe de onde ele estava, indo até seu caminho. Rapidamente, soltou o cavalo da árvore que o havia prendido, montando no mesmo e cavalgando o mais depressa possível de volta ao Vale.

   Cada minuto valia, ele olhava para trás procurando Virgílio, não vendo o mesmo, um sentimento de alívio tomava conta de si, mas ainda assim o medo era presente. Ele sabia que não podia soltar para o oficina, seria o primeiro lugar que Virgílio iria procurar por ele, não conseguiria também ir para casa, pois estaria sozinho e apesar de Virgílio não saber onde morava, não era o mais seguro mesmo assim.

   Sua mente procurava um lugar seguro, onde não estaria sozinho, e na mesma hora pensou na casa dos Benedito, não questionando duas vezes, tornando sua direção para o local. Luccino precisava de alguém para aquele momento, e suplicava para que Mariana estivesse lá, ele necessitava dela.







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Espero que tenham gostado.

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⏰ Última atualização: Jun 03, 2020 ⏰

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