Capítulo 26 - Lealdade.

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Estava bastante confuso com tudo o que havia acontecido, era informação demais para absorver em pouco tempo. Luna quase foi estuprada, está apaixonada pelo filho de Travis, Travis era pior que eles imaginavam e o próprio filho vai entregar ele de bandeja para os Deverpolt.

Mark respirou fundo e continuou a caminhar na direção do campo de treinamento, mas ao chegar lá percebeu que não foi o único que teve essa ideia para aliviar o estresse. Beatrice socava e chutava um dos bonecos de Wing Chun que ficava na parte oposta de onde ele estava. Ela parecia tão concentrada e com tanta raiva que não notou a chegada de Mark.

O ruivo somente deu ombros e voltou a se aproximar dos alvos, preferia atirar em algo em movimento. Na atual situação estava fora de cogitação usar os guardas de Travis como alvos vivos, não estava a fim perturbar os animas. Então a única saída que tinha eram os alvos de treinamento entediantes.

Quando se concentrava demais em seus treinos o mundo ao seu redor deixava de existir por escolha própria, Mark preferia ignorar tudo aquilo que não viesse de sua mente e que não fosse os alvos a sua frente. Era bem mais produtivo para o que ele pretendia, que era colocar a cabeça no lugar, digerir todas as informações e pensar em seu próximo passo.

— Pelo visto a reuniãozinha já acabou. — Disse Beatrice com tom de deboche se aproximando de Mark.

Ele decidiu que seria melhor ignorar o que ela tinha a dizer, diante das atitudes que ela teve, era melhor manter distância dessa garota. Mark e sua família já tinham problemas demais para que ele arrumasse mais um sem motivo algum. Então ele simplesmente continuou a atirar suas facas sem se importar.

Não havia gostado nem um pouco das provocações dela em relação aos seus irmãos, principalmente em relação à Luna. Aquela garota carregava um peso enorme em suas costas desde que nascera e anos mais tarde Mark jogou mais um peso sobre os seus ombros, peso que deveria ser seu. Então o mínimo que ele tinha que fazer era proteger Luna e estar sempre ao lado dela.

— Sabe eu não entendo a sua família, querem tanto vingança e tiveram uma ótima oportunidade de mandar uma bela mensagem matando o filho de Travis e se deixaram levar pelo sentimentalismo. — Disse Beatrice.

Mark travou sua mandíbula e seus dentes acabaram rangendo. Estava começando a ficar irritado com Beatrice, havia percebido que ela não era uma pessoa fácil de lidar, mas isso não dava o direito dela atacar sua família por pura birra. Continuou ignorando a morena e se aproximou dos alvos recolhendo as facas, para logo em seguida voltar a posição inicial.

— Estou falando com você, está surdo? — Exclamou a jovem irritada e se colocando entre Mark e os alvos.

Mark era um homem ruivo, encorpado e musculoso de 1,90 metros. Simplesmente olhou por cima de Beatrice e continuou a jogar as facas como se ela não estivesse bem na sua frente, era como se não houvesse nada entre o alvo e ele. Isso pareceu deixá-la ainda mais irritada com a situação.

Beatrice avançou até Mark em um movimento rápido antes que ele atirasse mais uma faca e segurou o braço dele, no ar enquanto se movia. Naquele momento Mark fechou sua expressão e olhou para baixo, encarando os olhos daquela mulher furiosa a sua frente. O rosto dela havia adquirido um tom avermelhado por conta da raiva, os cabelos ainda estavam soltos caindo pelos ombros.

Mark pode observar que ela estava a poucos centímetros de si enquanto ainda segura o braço dele no ar, mas um passo e os corpos estariam colados. Ele manteve a expressão séria a encarando de volta em completo silêncio.

— Qual é o seu problema? Ontem estava sendo legal comigo e hoje está agindo feito um babaca fingindo que eu não existo, mesmo estando bem na sua frente. —Esbravejou a jovem.

Utópico. - Duologia Deverpolt.Onde histórias criam vida. Descubra agora