Capítulo 2- Deixaremos as estrelas para outro dia.

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A conversa fluiu, mesmo o silencio era gostoso entre nos. Não pesava, não era diferente. Mia comia com vontade o hambúrguer a sua frente, ela era a mesma garota de antes, era visível isso.

-Isso estava ótimo. -Sorri satisfeito deixando mais um guardanapo usado sobre a mesa.

-Eu sei. -Mia sorriu. -Eu nunca decepciono. -Piscou sorrateiramente.

O silencio se estabeleceu de novo sobre a mesa, eu apenas queria admira-la. Eu não precisava falar nada, ela tinha plena consciência do que eu estava fazendo. Mia fazia o mesmo, seu lábio inferior sempre entre seus dentes, o sorriso de lado.
Deixei meus olhos descer por seu busto, sem pudor. Deixei meus olhos passearem pelo pouco que dava para ver sobre a mesa.

-Sente-se aqui. -Mia desceu sua mão da mesa e repousou sobre o espaço ao seu lado. -Você está muito longe.

Em um rápido movimento me levantei e sentei ao seu lado, meu braço sobre o encosto tomava os ombros da garota. Mia me encarou com aquele sorriso. Ela estava fazendo oque fazia a anos atrás. Deixando claro oque queria.

-Você está muito bonita.

-Você já disse isso hoje Thomas. -Sua mão se apoiou sobre minha coxa. Desci lentamente os olhos até ali. Passando por sua coxa descoberta.

-Eu gosto de ressaltar isso. -Voltei a encarar seus olhos, ela me encarava, analisava meu rosto. Suas unhas apertaram minha coxa. -Eu não quero ser um filha da puta, Mia. Mas se você fizer isso novamente eu não vou ter como me...

-Não vai oque Tom? -Seu rosto estava próximo, seu perfume invadia o meu espaço. Mia passou a língua entre seus lábios e sorriu.

Levei uma das mãos ate seu rosto, puxando o mesmo para o meu, sua mão apertou novamente minha coxa. Colei nossos lábios com certa brutalidade, eu precisava daquilo. Eu podia fazer aquilo. Segurei seu queixo, ela podia se afastar se quisesse, e ela não quis. Levei minha outra mão até sua cintura apertando-a, juntando mais nossos corpos. Meu braço a envolvia de uma forma que meu corpo a cobria. Sua pernas estavam sobre as minhas, eu queria deslizar minha mão por sua pele. Senti a macieis de todos os lugares cobertos.

-Precisamos.

-Ir. Eu sei. -Sua respiração estava tão descompassada quanto a minha. -Preciso retocar meu batom. -Ela se afastou, se levantou, se endireitou e saiu andando em direção ao fundo do restaurante. Tão natural, como se nada a abalasse.

Deixei que minha respiração se normalizasse e outras coisas também e então levantei indo até o balcão na intenção de pagar nosso consumo ali.
O lugar já estava mais movimentado, havia muitas pessoas me encarando, alguns cochichos. Aquilo não era bom, Luke falaria um monte em meu ouvido amanhã.

-Senhora Travoy? -Chamei a senhora que agora não estava mais sozinha ali, a garota mais nova se virou primeiro e oque estava em suas mãos se espatifou ao chão chamando mais atenção.

-Wendy, tenha mais cuidado. -Senhora Travoy se virou com a cara nada amigável para a jovem.

-É o Tom Hiddleston. -Foi tudo oque a garota emitiu.

-Eu sei quem ele é. -Maggie veio até mim. -É o amigo de Mia. -Então a senhora sorriu apoiando seus braços sobre o balcão que nos separavam.

-Ola. -Eu não sabia oque dizer, a menina ainda estava em choque. Eu acho.

-Esses cacos não vão se recolher sozinhos. -Então a garota caiu em si e se abaixou para recolher oque ela havia quebrado. -Pois não querido.

-Eu vim acertar a conta.

-E Mia deixou? -Então a senhora procurou Mia atrás de mim. -Onde ela está? -Pude sentir seu tom de voz mudar.

-No banheiro, retocando o batom... -Estranhei sua expressão. Estranhei o modo como seu corpo relaxou quando eu a respondi.

-Não custou nada, querido.

-Não. -Sorri. -Eu faço questão de pagar pelo ótimo serviço, senhora Travoy. -A mulher levou a mão ao peito.

-Senhora não. Pra você é Tia Maggie. -Disse ela com um sorriso amigável nos lábios. -E não se preocupe, querido. Apenas seja bom para a minha Mia. -Sua mão acariciou minha bochecha, um ato de carinho bem recebido.

-Oque eu perdi? -Mia havia voltado, seu batom retocado deixava seus lábios avermelhados antes naturalmente menos visíveis. -Ola Wendy. -A garota sorriu e acenou para a moça ainda abaixada.

-Ola Mia. -Então Wendy se levantou ainda me encarando. Depois se retirou com os cacos.

-Então? -Mia voltou seus olhos para mim.

-Nada. -Foi Maggie quem respondeu.

-Ela não quer cobrar pelo serviço. -A entreguei.

-Tia Maggie. -Mia cruzou os braços. E aquilo me fez sorrir, ela fazia a mesma coisa quando era contrariada.

-Não querida, eu não vou aceitar dinheiro de nenhum dos dois. -A mulher sorriu desarmando Mia. -Você já faz demais pela sua velha tia.

-Eu não vou discutir com a senhora. -Mia se debruçou sobre o balcão deixando um beijo estalado na bochecha da mulher, a marca de seu batom ficou, fazendo a mulher rir. -Eu já vou indo.

-Eu imaginei. Juízo vocês dois. -Maggie me encarou semicerrando os olhos.

-Eu estou com a definição de juízo ao meu lado. -Mia disse rindo pegando em minha mão e me puxando em direção a porta.

-Foi um prazer. -Foi tudo oque eu consegui dizer antes de ser arrastado.

O vento frio bateu contra meu corpo, Mia se encolheu dentro de seu casaco peludo.

-Para onde iremos? -Ela me encarou. Eu não tive resposta a não ser puxar seu corpo de encontro ao meu, envolvendo meus braços ao seu redor.

-Podíamos fazer oque fazíamos anos atrás...

-Eu quero ir alem disso. -A encarei sem entender. Seu sorriso aumentou.

-Porra Mia. -Eu ri aproximando nossos rostos. Colando nossos lábios suavemente.

Quando eu e Mia tivemos nosso lance, nunca pudemos ir além de beijos e andar de mãos dadas as escondidas. Ela era menor de idade, muito menor de idade. E o peso na minha consciência nunca deixou minha vontade ir além. E seu irmão era uma grande barra de ferro pronto para acertar minha cara se eu fizesse algo com sua irmãzinha. Eu não o culpo, faria a mesma coisa em seu lugar.

-Precisamos sair daqui. -Soltei seu corpo deixando que a garota se afastasse. Oque demorou um pouco para acontecer.

Mia andava alguns passos a minha frente na calçada vazia. Seus saltos eram as únicas coisas a fazer barulho. Eu estava logo atrás observando a ruiva. Seu cabelo balançava conforme seu quadril. Era uma dadiva observá-la. Mia envolveu seus braços ao seu redor.

-Está com frio?

-Um pouco. -Ela me lançou um olhar por cima dos ombros. -Não me olhe assim.

-Assim como?

-Desse jeito luxuoso. -Ela se virou. -Me deixa quente.

-Interessante. -Tirei meu paleto, colocando sobre seus ombros.

-Não está com frio?

-Não.

-Certeza? Me parece muito frio ficar sem o paleto.

-Qualquer coisa eu tenho você. -E lá estávamos nos, novamente agarrados. -Eu vou ser um grande filha da puta se te pedisse que fosse para minha casa comigo?

-Talvez sim, mas não para mim. Não hoje. -Mia levou suas mãos até meus cabelos, puxando-os com força. Juntei mais nossos corpos fazendo seus pés saírem do chão.

-Deixaremos as estrelas para um outro dia. -Sussurrou quando seu lábio se afastou do meu. -Pelo menos essas. 

Love Is A Bitch(Tom Hiddleston)Onde histórias criam vida. Descubra agora