Viertes Kapitel - quarto capítulo.

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P.O.V Annelise

Hans estava demorando demais. Algo tinha dado errado. Nessa situação, se ele pudesse se comunicar mentalmente comigo eu sei que ele diria: "calma, Anne! apenas siga sua parte do plano e eu irei me cuidar.".

  Peter, Kaiser e eu nos sentamos no chão, um tanto quanto longe do manicômio, estava extremamente frio.

— Kaiser, Peter, se Hans não voltar em alguns minutos, voltaremos para a casa. Direi à mãe dele que ele irá dormir comigo. Confio em vocês.

— Desculpe, Anne, mas não concordo com isso. Se Hans não voltar, comunicaremos um adulto. Concorda, Peter?

— Ideia genial, Kaiser! E assim seremos presos, junto com Hans. Deixa de ser tolo, seguiremos o plano de Annelise.

Eu odiava ouvir as discussões ou participar delas, mas, nesse momento, queria valorizar a opinião de todos. 

— Kaiser, se Hans não aparecer até amanhã, comunicaremos o ocorrido para o diretor da escola, pode ser?

— Obrigada por ser compreensiva.

Continuamos sentados, neve caindo, dinheiro da aposta em mãos. Eu pensava que Hans estaria bem, tinha quase certeza, na verdade. Mas ele nunca demorava tanto assim, nem quando queria nos assustar. Minha mente estava me autosabotando, criando possibilidades. E se os guardas pegaram Hans? E se ele se perdeu lá dentro?

Um tempo depois, decidimos que iríamos sair de lá, Kaiser e Peter passariam na casa de Hans para avisar que ele iria dormir comigo. A mãe de Krauss acreditaria, ela confia em nós e sabia que seu filho constantemente passava noites em minha casa.

P.O.V Peter

Viemos para a casa de Hans, eu e Kaiser. Annelise voltou para sua casa. Estamos em frente à porta de entrada da residência, já chamamos por Elizabeth duas vezes, ela gritou que já estava saindo, mas precisava tirar uma panela do fogo.

Elizabeth tinha essa mania de fazer tudo ao mesmo tempo, mas eu a entendo. Ela saiu para nos atender com sua filha mais nova, Bella (a pirralha nunca dizia nada, apenas observava, se escondendo atrás de sua mãe).

— Oi, meninos! Tudo bem? O que os trás aqui? Não estão com Hans e Anne? — questionou a mãe de Krauss.

— Oi, madame Krauss! Estamos ótimos, e você? — falamos, Kaiser e eu, em coro.

Uma coisa de cada vez.

— Estou ótima também, apenas na correria, como sempre.

Entendemos a indireta. A feição de Elizabeth já deixava isso bem claro. Ela era uma mulher muito bonita (me desculpe, Hans!), tinha cabelos longos e ruivos, que foram passados adiante para seus dois filhos, um corpo magro e alto, a única coisa que tirava sua beleza eram as marcas do cansaço: olheiras, postura incorreta, cabelos desgranhados e sua expressão quase sempre de exaustão.

— Viemos falar sobre Hans. Ele disse para nós avisarmos que ele dormiria na casa de Annelise. Nós vamos pra lá agora, também. Temos que entregar um trabalho de ética e bons modos para a escola amanhã. Tudo bem para a senhora? — Kaiser disse, roubando minha fala.

— Senhora, Kaiser? Que nível eu cheguei... Mas tudo bem, meninos. Peçam para Hans se cuidar. Ele precisa de algo? Uma roupa, um sapato?

— Não, não! Fique tranquila, se precisar, emprestamos para ele. — afirmei.

— Tudo bem, juízo para vocês dois, se cuidem no caminho. — falou Elizabeth, expressando carinho.

— Senhor...ita Elizabeth, só mais uma coisa. Tome esses cinco euros, foi o que Hans conseguiu hoje. Ele pediu para nós entregarmos para ti.

Kaiser disse isso e tirou o dinheiro do bolso entregando para a mãe de Hans. Aquele era o dinheiro que daríamos para Krauss pela aposta, porém, tivemos que o usar para acabar com suspeitas. Hans vendia alguns croissants na escola, coisa que aumentava a -pouca- renda da família. Se não tivéssemos dado o dinheiro, iríamos parecer ladrõezinhos.

Elizabeth pegou o dinheiro, agradeceu.

Kaiser e eu saímos correndo para voltar para nossa casa, já tínhamos demorado demais. Anteriormente falamos para Annelise que, se tudo desse certo, não iríamos ir para a casa dela, o caminho era um pouco longe, se não aparecessemos lá, ela saberia que o plano deu certo.

P.O.V Annelise

Eu acho que os meninos conseguiram enganar a mãe de Hans. Torço para que ele esteja bem e tudo volte ao normal amanhã. Já está entardecendo e logo logo vou descansar, apesar de não saber se consigo dormir com a preocupação em minha mente. Eu amo tanto Hans, acho que Peter e Kaiser não conseguem ver que, por mais que eu esteja tentando ser tão racional quanto Krauss seria, no fundo, estou sofrendo mais que todos. Deus, que proteja meu menino.

P.O.V Elizabeth

— Bella, vem aqui com a mamãe, eu tenho passado tantas horas ocupada que sinto que você e Hans estão crescendo num sopro de tempo. Quero aproveitar mais vocês dois.

Chamei minha filha que estava sentada no tapete da sala, desenhando no caderno que estava sob a mesa. Eu sentia angústia quando via ela, era uma menina tão indefesa. No auge dos seus 7 anos, já tinha passado por tantas dificuldades comigo. Sabe, eu me esforço para dar o melhor para ela e Krauss, faço todo tipo de serviço doméstico em troca de umas migalhas, mas não é o suficiente para viver, apenas para sobreviver, e isso me dói tanto.

Bella guardou seus cadernos, se levantou e me deu um abraço.

— Vamos para o seu quarto, vou procurar uma história e ler pra ti, pequena.

— Oba! Quero a história de Rosenrot!

Fomos para o quarto, Bella e Hans dividiam ele e também uma beliche. Bella subiu em sua cama e se deitou, cobriu-se, apesar de ainda não ser hora de dormir, ela ficaria ali o dia todo, era tão preguiçosa, ainda mais no inverno... 

— Viu onde está o livro, filha?

— Na estante, aí em cima, mamãe!

Olhei para a estante e senti certo desconforto, a falta de organização dos objetos que ali estavam davam um aspecto horrível para aquele móvel. Mas tudo bem. Fui fuçar nos livros, achei Rosenrot, mas quando o tirei da estante, um apostila azul que estava um pouco escondida me chamou a atenção. Peguei ela, quando observei sua capa, lá estava escrito: "Apostila de ética e bons modos, de Hans K.".

Oras, como Hans faria um trabalho, se não estava com a sua apostila para estudo? E mesmo que usasse a de seus amigos para pesquisa, no dia seguinte, não precisaria dela para fazer alguma cópia na aula? Estranho. Mas relevei, meu garoto era um pouco desatento.

Er Möchte Mich Doch Hier Erlösen - ele gostaria de me redimirOnde histórias criam vida. Descubra agora