Julho de 1992.
1° Dia.
- Prólogo.
SeHun permitiu-se sentir a leve brisa que batia em seu rosto, apesar de estar um pouco inconformado com a situação o vento que atingia a sua pele era realmente agradável; vinte e sete graus, perfeito para o verão daquele ano, e ali estava ele, em um velho barco médio de pesca, cheio de homens que ele não conhecia e que cheiravam a peixe, indo para um local que ele ao menos sabia se iria gostar ou se tinha algum sinal de TV, e ter sinal de TV é primordial. Oh esperava que as duas horas de avião e as três de barco tenha valido a pena.
Esse era um dos lados ruins de estar se em uma família rígida demais, você nunca faz o que realmente quer; era por isso que Sehun não via a hora de o ano passar, para ele poder completar a sua maioridade e não precisar ir aos lugares por obrigação, ele também finalmente iria poder ir para sua sonhada faculdade de pedagogia nos Estados Unidos, bem longe de qualquer pessoa que pudesse o atormentar, falar a hora em que ele deveria dormir ou comer, ou aonde ele deveria colocar suas roupas sujas antes de levá-las para uma lavanderia. Bom, pelo menos era isso que o jovem SeHun fantasiava.
SeHun estava a caminho da casa de sua madrinha na pequena ilha de Goheung, província de Jeolla.
Ele sinceramente não entendia o real sentido de estar indo para aquele local, ao menos era próximo de sua "madrinha", uma mulher de meia idade que ele só vira uma única vez na vida - e quando ele era bem criança, enquanto ainda usava fralda! - já que a mesma havia se mudado para aquele fim de mundo depois da morte do marido, a fim de cuidar do filho único do casal, longe dos perigos da cidade; Na verdade, SeHun desconfiava de que a mulher tivesse criado um tipo de instinto super protetor em relação ao moleque... Essa era a única razão que fazia algum sentido e que pudesse explicar o fato da senhora ter abandonado sua vida na capital, onde tinha uma profissão de sucesso, uma vida agradável e estável, para acabar assim, indo trabalhar plantando e vendendo batatas, ou seja lá mais o que fosse, num arquipélago qualquer na costa de Jeonnam - que não deve ter mais de duzentos moradores - enquanto ajuda a cultivar um jardim nos fundos da própria casa como forma de lazer. Mas não que SeHun tivesse algo contra agricultores de subsistência, só para deixar claro.
Dali da proa da embarcação SeHun já podia ver o formato perfeito da Ilha com suas serras e as densas neblinas que se formavam nos seus picos, assim como o porto que já estava próximo do barco; Somente mais seiscentos metros e ele estaria com os pés na terra negra da ilha, pisando em seguida na grama verde ou na areia branca da praia.
Mesmo de longe, Oh podia ouvir as ondas batendo no concreto do porto e quebrando, ouvia também o som das brancas gaivotas que voavam de lá para cá, assim como sentiu o vento ficar ligeiramente mais forte, jogando os bagunçados fios negros do garoto por todo o seu rosto e olhos.
Ele torcia para ao mínimo tentar se dar bem com o filho da sua madrinha, já que segundo a sua própria mãe, SeHun e o garoto - que se chamava BaekHyun - no passado eram bons amigos e viviam brincando pelos cantos da casa, então eles poderiam, como antigamente, tentar ter está proximidade. De qualquer forma SeHun não se lembrava de nada disso, era um pouco triste ter uma memória tão falha...
Oh não queria admitir, mas havia formado uma imagem do garoto que era, talvez alguns meses mais velho que si, na tentativa se suprir a falta de informações que tinha. A única certeza que o moreno tinha era que BaekHyun tinha o cabelo tingido com algumas mechas vermelhas, e que, bom, deverei ser um tanto metido e esnobe, já que a sua mãe provavelmente dá tudo a ele. A pergunta que não queria calar era: Que tipo de cara pinta o cabelo com mechas vermelhas em pleno 1992? Parecia uma ideia meio insana. De qualquer forma, Oh SeHun pare com esse preconceito!
SeHun estava tão imerso em seus pensamentos que nem percebeu que já havia atracado no pequeno porto do ilha, despertando somente ao ouvir o barulho da buzina estrondosa da embarcação.
Ele segurou as alças da mochila laranja que estava em sua costa enquanto saía do barco junto a um monte de baldes com pescas frescas, Oh estava evitando ao máximo não fazer careta por conta do cheiro forte que emanava do local, mas era praticamente impossível. Ele então desceu pela prancha, e tornou a andar pela longa passarela de concreto enquanto ia chutando a água que batia em seus tênis - por conta da maré cheia.
Enquanto olhava para o chão, a única coisa que ficava à vista de SeHun, pela sua visão periférica, era o mar interminável de um lado e do outro uma grande quantidade de pedras tamanho GG espalhadas pela praia.
Ele observava o lugar onde estava, totalmente perdido, havia uma extensão de barcos por todo o porto, e no fim da passarela, alguns metros à sua esquerda, tinha o que parecia ser uma pequena feira com várias humildes lojas de departamento e algumas tendas, tinha também um pequeno grupo de pessoas frequentando as barracas, mulheres e homens que pareciam empenhados no que faziam.
A única via que ligava o local ao resto da ilha era uma rua asfaltada de duas mãos alguns metros frente a ele que sumia a vista na curva, na frente de tudo aquilo tinha uma grande serra coberta de vegetacaom e em alguns pontos no topo podiam-se ver algumas plantações.
Confuso era pouco para descrever o moreno... Oh tinha uma serra coberta de vegetação em sua frente e uma única rua que ia para algum lugar que ele não podia avistar. Enquanto girava a procura de qualquer pessoa que pudesse o ajudar, ele sentiu uma mão cutucando sua costa duas vezes seguidas, SeHun virou-se e pode ver um garoto que aparentava ter a sua idade, mas que era centímetros menor que si.
ㅡ Você é Oh SeHun? ㅡ ele perguntou com um rosto curioso, arqueando as sobrancelhas.
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Take On Me • sebaek
FanfictionEnquanto girava a procura de qualquer pessoa que pudesse o ajudar, ele sentiu uma mão cutucando sua costa duas vezes seguidas, SeHun virou-se e pode ver um garoto que aparentava ter a sua idade, mas que era centímetros menor que si. ㅡ Você é Oh SeH...