Road To Freedom

Never let you go

Há diferentes tipos de amor e diferentes tipos de perdas.

Nenhum deles é fácil de lidar.

E como aceitar que já não há mais solução senão o fim? Como deixar para trás tudo aquilo que conhecemos e já nos fez tão bem?

Como abandonar a latência no peito que diz pra você não fazer tal loucura? Pra lutar até o fim, de todas as formas, porque ali é o seu lugar?

Abandonar as boas lembranças e sentimentos... talvez esse seja o problema. Acreditar que podemos ter novas histórias e que não é realmente o fim.

Mas cada um de nós tem o seu tempo.

E as vezes temos que quebrar para construir algo maior ainda.

Joel se agarrava firmemente a esse pensamento ao caminhar até onde sua alma gêmea estava.

Erick conversava tranquilamente com um dos funcionários do hotel, rindo alto da forma como Joel gostava de ouvir. No entanto, o riso ficou engasgado na garganta ao notar o olhar do namorado sobre si, por isso ele tratou de dispensar o rapaz logo.

- Se divertindo? - Joel questionou assim que esteve próximo.

- Sim, mas não é isso que está pensando, nós só-

- Não estou pensando nada - o mexicano o cortou suavemente, deixando-o confuso com a sua calma. - Podemos conversar?

Erick franziu o cenho e sentiu o coração disparar em seu peito, agoniado.

- Isso nunca é bom. - Engoliu em seco. - Jo, desculpa por ser um idiota, eu juro que eu não fiz nada de errado. Eu te amo!

Joel desviou o olhar, sendo incapaz de fixar naqueles olhos verdes feridos e prosseguir com aquilo.

- Eu também te amo... - sussurrou.

Entretanto, o mexicano permaneceu inexpressivo, o que deixou Erick ainda mais em pânico. Sabia o que aquilo significava.

- Então não termina comigo! - Falou firme, segurando em seu queixo para que o olhasse. - Nosso amor pode superar as diferenças e o que for, contanto que a gente permaneça juntos!

Joel respirou fundo e mandou garganta abaixo a vontade de desistir, mas sabia que não podia.

Para amar alguém, ele precisava primeiramente se amar.

- Não tem nada de errado com você, Erick. Ao contrário, você é incrível. - Sorriu tristemente e o outro sentiu a esperança lhe atingir.

- Então não faz isso comigo.

- Mas eu não posso ficar com outra pessoa se eu não sei nem quem eu sou - dito isso, Joel se afastou de seu toque, mesmo que doesse.

- Eu posso te ajudar a descobrir! - Erick insistiu.

- Não... - suspirou, se afastando ainda mais. - Isso eu tenho que fazer sozinho.

Erick observou o rapaz lhe dar as costas com os olhos inundados e ardidos pelas lágrimas e o nó em sua garganta.

E então logo a fase da negação e da ilusão chegou.

"Foi melhor assim".

"Não íamos dar certo mesmo".

"Somos muito diferentes".

"Estou livre".

Pena que não é exatamente assim que as coisas funcionam.

[...]

A espera de Christopher, Camila se encontrava em um dos sofás do hall entretida em seu celular. O rapaz tinha ido tomar um banho após o café, já que não tivera tempo mais cedo. Enquanto isso a latina resolveu tirar algumas dúvidas com o "tio google".