Road To Freedom

Broken Hearts

No mundo em que vivemos um ato de confiança parece a mais pura piada, algo inventado nos contos de fadas para alimentar as ilusões infantis. E é simplesmente tão raro ver uma mão estendida de forma pura e genuína, porque nós seres humanos somos falhos e temos dificuldades em usar a nossa empatia.

Isso só piora quando é oferecido por um desconhecido.

Você não o conhece, logo as diversas possibilidades cruzam sua mente e mesmo que não queira as vezes, você já está julgando e supondo coisas. Porque, repito, é raro uma atitude que não seja focada inteiramente a seu favor.

Nada é dado de graça. Nem mesmo injeção.

É por isso que quando Tiffany Bennet lhes disse sobre um suposto empresário interessado neles, a discussão durou longos minutos.

Para Camila, Ally, Zabdiel e Normani, eles deveriam dar uma chance e ouvir a proposta. Mas para o resto, não. Diversos argumentos foram postos em jogo e todos se renderam quando Allyson apelou para os direitos humanos e a paz mundial.

E então ali estavam eles... do lado de fora da cafeteria onde marcaram, ainda hesitantes.

— Isso não é uma boa ideia. — Lauren resmungou, contrariada. — Esse cara provavelmente só quer ganhar as custas dos meninos.

— Temos que ouvir pra saber, Lo! — Camila rebateu. — Anda Chris, vem logo. — Puxou o amigo pela mão a força. — Onde ela disse que ele estaria?

— Tiffany disse que ficaria fácil de achar. — O garoto deu de ombros.

— Vamos desistir agora, ainda dá tempo! — Erick sussurrou enquanto eles caminhavam para dentro do estabelecimento.

— Shhh! — Normani o repreendeu. — Mila, eu acho que é aquele lá no fundo!

No fim do corredor era possível ver uma área com sofás e pufes, onde estava um homem alto e forte, trajado de terno e um jornal em mãos.

— Chris, vai falar com ele! — A latina empurrou o amigo que arregalou os olhos e recuou.

— Eu não! — Protestou logo em seguida, puxando Richard. — Vai você Rick!

Richard abriu um sorriso amarelo ao notar olhares sobre eles, mas recuou em seguida e empurrou Ally sutilmente.

— A senhorita paz mundial que se vire! — Disse.

— Oras! — Ally o encarou, brava. — O homem está interessado em vocês!

— Deixem de ser frouxos, pelo amor de Deus! — Normani lamentou, com uma mão sobre a testa. — Vocês são homens ou ratos?!

Os garotos se entreolharam por um momento e a resposta veio unânime:

— Ratos!

Lauren, Camila e Zabdiel gargalharam.

— Gente, é uma boa oportunidade pra vocês, não é isso que querem? — Camila os questionou em seguida. — Não é todo dia que aparece um empresário querendo conversar... vocês podem acabar como uma dessas boyband's famosas!

— Camz, essas coisas são complicadas — Lauren disse em seguida, delicadamente segurando em sua mão. — Mas vocês deveriam ouvir a proposta e...

— Rafael Butler?

A voz de Zabdiel ecoou, interrompendo-a e fazendo com que todos arregalassem os olhos.

O homem abaixou o jornal e fitou-os, um por um. Lauren estreitou os olhos, sentindo uma sensação estranha, mas não sabendo definir. Então ele pigarreou e recobrou ainda mais a postura.