Ele finalmente larga o meu corpo e deixa-me cair na cama, ao meu lado, mas rapidamente se levanta e volta a vestir as suas roupas.
“Muito bem, Betsy. Estou impressionado. Consegues fazer as coisas bem mesmo quando não te mexes.” Se estivesse aqui uma arma pegava nela e não pensava duas vezes. Não consigo olhar sequer para ele. Sinto o sangue escorrer pelas minhas pernas e os lençóis estão todos manchados. “Deixo-te aqui o dinheiro. Adeus, Betsy, gostei muito deste momento.” Ele acaba de apertar o cinto e dirige-se a mim com um pequeno aceno, saindo do quarto.
Uma vez sozinha, eu viro-me e começo a chorar desalmadamente. Estou fraca e não sinto o meu corpo. A minha respiração mal é sentida e tenho o coração a bater muito depressa.
A porta do quarto abre-se e eu encolho-me com medo de que ele volte.
“Oh meu Deus!” Mas as vozes são femininas, o que significa que ele não está por perto. A pessoa chega-se junto a mim e passa-me a mão na cara, limpando-me o suor. “O que te aconteceu, querida?” Eu abro lentamente os olhos e encontro uma senhora ainda jovem, com uns belos olhos azuis e cabelos castanhos a olhar-me, escandalizada.
“T-Tire-me daqui.” Eu falo num fio de voz e ela continua a afagar-me os cabelos.
“Julie. Julie! Vem cá rápido!” Julie, a empregada… o que vinha ela aqui fazer?
“Sim, de que precisa?” Ela diz e solta um “o”, levando a mão à boca.
“Julie, traz-me toalhas limpas e roupa lavada, por favor. Rápido.” Ela diz e Julie sai rapidamente do quarto. “Não te preocupes, querida. Vai ficar tudo bem.” Eu engulo em seco vezes sem conta e quero falar, mas não consigo. “Diz-me só quem te fez isto.” Eu nego e lágrimas formam-se nos meus olhos. “Por favor, eu prometo que não conto a ninguém.”
“Foi Frederic.” Ela assente como se já soubesse que tinha sido ele.
“Ele não te vai voltar a tocar.”
“Eu já estou habituada.” Digo baixo e a minha voz mistura-se com a minha respiração. Ela ia dizer algo, mas Julie chega e entrega as toalhas.
“Como estás, minha querida?” Eu encolho os ombros e ela olha com pena para mim.
“Pronto, toma estas toalhas. Nós vamos deixar-te à vontade, mas estamos mesmo à porta do quarto. Tens aqui roupa lavada. Limpa-te e veste-te rápido, que vens comigo.”
“Mas…”
“Não é mas. Eu vou falar com o teu pai e vens comigo até minha casa. Estás num estado lastimável!” Ela diz e ambas saem. Muito a custo levanto-me e vou-lhes agradecendo mentalmente por me terem ajudado. Nunca tive ninguém, tirando a minha mãe, que se preocupasse tanto comigo, e por isso sabe bem.
Visto as calças de ganga simples e a camisola que me deixaram encima da cama e penteio o meu cabelo. Lavo a cara uma dúzia de vezes para estas pinturas saírem todas e calço as sapatilhas. Saio do quarto e lá estão elas à minha espera.
“Não sei como lhes agradecer. Mas eu fico bem.” Digo cabisbaixa e a senhora de olhos azuis pega-me logo na mão.
“Nem penses! Tu vens comigo. Já falei com o teu pai.” Ela convenceu o meu pai? Isso é impossível. Descemos as escadas e lá estava o meu pai a conversar animadamente com Frederic. Eu encolhi-me junto da senhora cujo nome ainda não sei e ela acaricia-me a mão.
“Eu vou levar a sua filha comigo. Ela depois regressa a casa à hora combinada, não se preocupe.” Ela fala severa e o meu pai revira os olhos, assentindo.
“Anda cá um segundo, Betsy.” Eu largo a mão da senhora e caminho até ao meu pai, ficando a dois metros dele. Tiro o dinheiro discretamente do bolso e entrego-lho. Se alguém deu conta, pouco me importa. Frederic mostra um sorriso perverso mas eu ignoro, e assim que entrego o dinheiro, caminho para a saída.
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Salvation (L.T.)
Romance*** "Don't go. Please." "It's too late." "You can't go! You can't leave me!" "You lost me." "I LOVE YOU!" "Then stop loving me!" "I CAN'T! You were my salvation. You are my salvation. You're my everything! I can't lose you!" *** O amor é mesmo assim...