Abismo da Insanidade

Prólogo

São exatamente três horas da madrugada de um domingo que tem tudo para ser um dia perfeito. Logo, meus caros leitores, vocês saberão porquê.

No exato momento em que começo a escrever essa história, deixo claro para vocês, que tudo já aconteceu. Mas não se enganem pensando que foi há muito tempo, na verdade, essa foi a primeira noite em meses, que de fato, eu consegui dormir tranquilamente.

Sempre me dediquei a escrever romances de ficção. Ardentes histórias de amor que arrebatam qualquer coração, cansado de sofrer. E mesmo que algumas de minhas histórias não terminem com finais felizes, não deixam em nada a desejar, a imensa satisfação do leitor. Afinal, o feliz para sempre, nem sempre dura tanto quanto gostaríamos. E as vezes, deixa em nosso pobre coração partido, cicatrizes de acontecimentos que, jamais serão esquecidos.

As cicatrizes que jamais me deixarão esquecer o que aconteceu, trago-as em minhas memórias. Memórias de dias intermináveis, de noites mal dormidas e de pesadelos que me tiraram a paz. Confesso que por algum tempo, pensei estar perdendo minha sanidade.

Este novo livro que escrevo agora, não se trata de mais um de meus romances de ficção, não mesmo, meus caros leitores. Este livro é um relato, a mais pura verdade de tudo o que aconteceu. E se trata de algo sobrenatural, algo que quando me foi confirmado que era real, não me atrevi a contar a mais ninguém. Pois sei que, se assim o fizesse, certamente estaria agora, detida em algum tipo de hospital psiquiátrico.

Me conforta muito saber, que no momento em que o porquê de tudo aquilo ter acontecido me foi revelado. Mais alguém além de mim, também estava presente testemunhando tudo. E isso me fez ver que, eu não estava louca, que não estava tendo alucinações, e que sim, realmente espíritos existem.

Mas chega de falar de mim, essa história, não é propriamente minha. Eu sou apenas a escritora que narrará tudo o que aconteceu. Esta história, pertence a ele, o pequeno ser que teve a sua breve vida, interrompida. Por causa do egoísmo e maldade cometidos, por aquela que jamais, deveria ter tido a benção e o privilégio de ter se tornado, mãe.