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Park

[capítulo editado]

Eu disse Inferno? Porque isso foi eufemismo. O colégio é tão ruim quanto eu imaginava que poderia ser e ainda pior. As aulas não são tão ruins, mas eu precisei (por pura necessidade e desconhecimento da área) usar o banheiro ao lado do laboratório de ciências. E apesar de ter sobrevivido, vou ficar com sequelas pelo resto da vida. Uma simples anotação de Taemin me dizendo que o banheiro está mais para um bordel teria sido suficiente.

Agora estamos indo para a quarta aula do dia e já ouvi assovios e sussurros nada sutis de quase todos os otários por quem passei no corredor. E minhas roupas ou, como diria Taemin, meu jeito twink, provavelmente não ajudaram. Por falar em sutilezas, a pilha de dinheiro junto ao bilhete que caíram do meu armário foram uma bela prova de que talvez eu não seja muito bem-vindo. O bilhete era bem convidativo, se é que me entende, principalmente suas últimas palavras: Desculpe por seu armário não ter vindo com uma barra de pole dance, vadia.

Cheguei a acreditar que as pessoas só se comportavam assim nos livros, mas estou testemunhando em primeira mão que gente idiota existe de verdade. Tenho certeza que o grupo de garotas rindo atrás de mim, com suas roupas caras que beiram à indecência, está esperando que eu largue minhas coisas no chão e saia chorando, correndo para o banheiro mais próximo. Suas expectativas vão se deparar com alguns probleminhas:

1. Eu não choro. Nunca.

2. Já entrei naquele banheiro e jamais volto lá.

3. Gosto de dinheiro. Quem sairia correndo por causa disso?

Deixo a mochila no chão do corredor e recolho o dinheiro. Há pelo menos umas vinte notas espalhadas pelo chão e mais dez que ainda estão no meu armário. Pego todas e enfio na mochila. Deixo uns livros e pego outros, fecho o armário, em seguida coloco as alças da mochila nos dois ombros e sorrio cinicamente.

— Digam aos pais de vocês que agradeço. — Passo pelo grupinho de meninas e ignoro qualquer outro comentário que essa escola tenha a fazer.



*・゜゚・*


É hora do almoço e, ao ver a quantidade de chuva inundando o pátio, fica claro que esse clima horrível é alguma retaliação cármica. Contra quem, não faço ideia.

Posso fazer isso.

Ponho as mãos nas portas do refeitório, abrindo-as, meio que esperando ser recebido com fogo.

Passo pela entrada, e não é com fogo que me recebem. É com uma quantidade de decibéis que meus ouvidos nunca ouviram na vida. Parece mais que cada pessoa no refeitório está tentando falar mais alto que todas as outras pessoas ali presentes.

Faço meu melhor para fingir que estou confiante, sem querer atrair atenção indesejada de ninguém. De panelinhas, qualquer um que se incomode com o jeito que estou vestido ou de Choi Jiwoo, melhor amigo do último sabor de Taemin. Consigo à metade da fila ileso, antes de sentir meu braço ser agarrado por alguém.

— Estava esperando você – diz ele.

Não consigo ver direito o rosto do garoto enquanto ele sai me guiando pelo refeitório, serpenteando entre as mesas. É estranhamente a coisas mais empolgante que aconteceu comigo durante todo o dia. Ele afasta o braço do meu e pega minha mão, me puxando atrás dele com mais rapidez.

Pelas costas dele, percebo que é estiloso, por mais estranho que seu estilo possa ser. Está usando uma camisa de flanela que o tem a borda do mesmo tom dos seus cabelos e sapatos, vermelho vivo. A calça é preta, justa, o que realça a magreza de sua silhueta. Os olhos dele estão... me encarando. Percebo que paramos e que ele não está mais segurando minha mão.

HOPELESS • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora