Para PAULA, com todo carinho, um Feliz aniversário! Sorte, amor, sonhos realizados, todo meu carinho e também o da sua irmã Adriane. Seja muito feliz. Parabéns!
Dakota
O nome da gata parece mexer com ele, Carl sempre foi um leitor compulsivo como eu, espero que não tenha feito a associação.
— Se lembra das nossas tentativas de ter um gatinho? – Pergunto a ele e seu sorriso se amplia o tornando ainda mais bonito, ele era bonito, mas tão bonito assim? Eu não via isso, ou ele está diferente? Talvez eu esteja, sim, eu sei que estou, não sou mais uma tola, não completamente.
— Lembro. – Carl tem uma voz firme, forte, os olhos me encaram de maneira intensa, ele ainda é suave e gentil como sempre foi, mas perdeu o jeito de menino, é um homem, me emociona, por tantos motivos sua presença me emociona, eu mal consigo controlar os nervos, o tremor das mãos, a ansiedade e a felicidade e também o medo. – Aquela gatinha, se lembra, aquela amarela que achamos.
— Chegamos na sua casa tão felizes. – Ele concorda, meu sorriso se desfaz com a lembrança. – Sua mãe nos colocou para fora, os dois e a gatinha.
—Foi mesmo! – Ele se recorda. – Ficamos batendo de porta em porta para achar um novo dono. – Ele fica um tanto pensativo, buscando na memória os acontecimentos enquanto tomo mais um gole do chocolate quente. – Não me lembro do final da história.
— A senhora Blair ficou com ela. Se lembra que ela criava muitos gatos?
— Lembrei! – Ele diz empolgado. – Ela não queria, até você começar a soluçar diante dela que o pobre animal morreria nas ruas perigosas da nossa insignificante cidade natal. – Cubro o rosto com vergonha da lembrança. Foi um dramalhão que a senhora Blair só pode recolher o gato e nos mandar ir embora. – Se lembra? Chorou abraçada com o bichinho para ela aceita-lo, depois chorou quando se despediu, chorou o dia todo.
— Me apeguei ao coitadinho. – Digo com saudade de quem eu era. – Você tentando descobrir o sexo, lembra disso? Virando o gatinho para todos os lados. – Ele balança a cabeça concordando.
— A senhora Blair nos ensinou, ao menos agora sabemos. – Ele dá de ombros e toma mais do seu chocolate quente. Carl está aqui, sentado a minha frente dividindo um momento comigo como antigamente. Meu coração parece explodir de tantas emoções distintas. Jurava que ele me odiava, que se me visse me daria as costas, mas ele está aqui comigo. – Então finalmente tem um gato.
—Por acaso. Eu a encontrei em uma caixa na porta do meu prédio. Um bebê. Devia estar mamando, levei ao veterinário, ela precisa se alimentar a cada duas horas por uns dias, está muito fraquinha, acordo a noite toda, é um tipo de papinha especial para filhos sem mãe. Tento coloca-la na caixinha de areia, dar uns golinhos de água a ela, é complicado, ela devia estar em torno da mãe.
—Gente má. – Ele diz um tanto bravo, concordo com um movimento de cabeça.
— Muito. – Olho meu celular. – Nem posso me demorar, por que em meia hora ela vai comer e eu... não tenho ninguém para ajudar. Amanhã vou trabalhar a manhã toda, não sei como vai ser, ela vai ter que aguentar.
— Morando sozinha? – afirmo.
— Um lugar pequeno, mas não queria deixar a faculdade e ir morar de novo com a Savannah, já me senti uma intrusa por muito tempo, ela tem a família agora e por mais que os ame... desculpe, estou aqui falando e falando. Não importa. Mora onde?
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Série Paradise - Dakota (Em Degustação)
RomansaDakota Jones tem agora 21 anos, acaba de voltar a Nova York depois de quatro anos em Yale onde se formou em literatura, no passado, uma relação amorosa marcada por violência e submissão tornou Dakota alguém fechada para o amor, ela só tem um sonho...