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☆Elizabeth Cooper☆

Eu tenho uma dívida muito grande com um cafetão que apareceu uma vez na minha vida. Ele foi o primeiro que me "abrigou" quando eu não tinha mais para onde ir, e nem onde morar, o Sr. Stuart, Gregory Stuart para ser mais exata. Olha, esse sujeito é muito exigente com suas dívidas, e a cada mês que passa ele só aumenta a minha, e eu fico cada vez mais fodida. Eu preciso de um milagre que me faça arranjar 20 mil dólares para pagar a esse homem, mas eu preciso desse milagre rápido de preferência!

-Está pronta Elizabeth? —srt. Mendes é um amor de pessoa, ela é super fofa comigo, e desconfio que eu seja a sua favorita de todas essas aqui.

Eu pela primeira vez de todas não estava me sentindo preparada. Eu não sei porque mas estava com meu estômago revirando.

-Claro. Eu entro em cinco, certo?  —só para confirmar mesmo.

-Exato.   —Mendes diz e sai do meu camarim.

-É Betty, vinte e cinco anos na cara e ainda está aqui, e com dívidas, ainda por cima. Você tá fodida garota!  —digo pra mim mesma no espelho.

Eu gosto do meu trabalho, eu gosto mesmo. As meninas daqui são legais, a administradora também. Mas eu ainda me incomodo com os olhos dos homens mais velhos. Eu normalmente fico no poste da frente então costumo atrair mais a atenção dos homens.

Trocando de assunto, acho que minha amiga Veronica vai vir aqui hoje. A Mendes é sua irmã, elas são gêmeas, o que me confundiria bastante se não fosse pelo fato de Veronica se vestir igual a uma patricinha.

-Vamos Elizabeth! —escuto Camila gritar e saio correndo para não levar uma bronca.

Camila pode ser um amor de pessoa comigo mas também sabe ser uma megera.

Subo no palco e os homens me aplaudem de suas mesas ou do bar. Sinto muitos olhares encima do meu corpo, muitos mesmo. Esse lugar está estremamente cheio hoje, isso é estranho e me deixa meio nervosa.

(...)

-BETTYYYYY! —Veronica entra correndo no meu camarim.

-Oi amiga, fala. —Veronica é um tanto escandalosa, e quando ela chega assim, normalmente é fofoca.

-Tem um homem muito lindo na plateia, ele tá falando com a Camila sobre te levar para a casa dele!

Não, não e não! Eu só danço no poste. Meu contrato não diz nada sobre eu me prostituir para caras, ainda mais em suas casas. Óbvio que quem manda na minha vida desde que entrei aqui é a Camila Mendes, mas ela não pode me obrigar a ir, né? Ou será que pode?

-Ai Betty você não sabe. Ele é muito gato, tem cabelo preto, um físico nem tão malhado nem tão magrelo, tem os olhos verdes. Ele é um sonho de terno! —ela se joga na cadeira ao meu lado.

-De qualquer modo, eu não estou a disposição. —tiro meus apliques que deixam meu cabelo bem maior do que o normal.

Meu cabelo bate no ombro e ele é ondulado e loiro, muitas dessas mulheres babam nele, o que me fez rir da primeira vez que elas vieram falar comigo e saíram pegando no meu cabelo. Foi engraçado.

-Você sabe que não é você que decide isso né? —ela diz como se fosse óbvio. Claro que sei né, porra!

-Sei, eu sei. —abaixo minha cabeça enquanto penteio o aplique.

-Sem contar que ele parecia estar bem determinado em te levar. E parecia um daqueles empresários ricos. Acho que deve ser carente. Porque aposto que todas as mulheres devem se jogar nele!   —ela solta um suspiro.

-Rico?   —talvez seja minha chance de pagar minha dívida. Não! Elizabeth você não se vende assim!

-Muito rico! E novo, deve beirar entre os 23/28 anos.  —ela faz um gesto com as mãos.

De qualquer maneira eu não posso fazer isso, mas também preciso lembrar que não sou eu quem decide. Se a Camila quiser me vender para ele eu terei de ser sua "submissa", mas eu não vou ser uma SUBMISSA! Não mesmo. Ele pode me comprar mas eu não prometo que vou obedecê-lo.

Eu já fui treinada para ser submissa, mas nunca gostei muito disso, não é pra mim.

-Se ele me comprar talvez eu possa pagar minha dívida e pagar o que você já pagou por mim. —eu a encaro. Veronica da um sorriso sem descolar os lábios. Abaixo minha cabeça com vergonha.

Veronica é muito mais do que uma amiga pra mim, ela é minha irmã de outra mãe. Ela sempre faz tudo pra me deixar bem, e tudo pra me ajudar. A Vee sabe que eu não tenho mais minha família e que eu tenho dívidas com o Sr. Stuart, e ela foi quem me ajudou a tentar pagar essa dívida. E hoje eu to devendo 5 mil pra ela.

-Você sabe que não deve se cobrar por isso Betty. Eu já te disse que dinheiro é o que menos importa pra mim! —ela coloca sua mão nas minhas costas fazendo movimentos de consolo. Eu vou acabar chorando na frente dela, e eu não gosto muito de fazer isso.

-Elizabeth, vem aqui! —Mendes me grita.

Me levanto devagar e Veronica me aponta para onde Mendes estava. Ando até sua sala, bato na porta e escuto Camila dizer para que eu entrasse. Quando entro vejo a mesma sentada em sua mesa com um homem sentado de terno sentado a sua frente.

-Srt. Mendes, me chamou? —entro com vergonha fechando a porta atrás de mim.

-Chamei sim Betty, sente-se por favor. —ela apontou para a cadeira ao lado do homem.

Me sentei ao lado do homem moreno de terno. Deve ser o cara que Veronica estava falando. Não olhei pro lado, mas sinto que ele está me olhando. Da pra sentir, sei lá.

-Então Betty, quero que conheça o Sr. Jones. —me viro para o agora Sr. Jones, e aperto sua mão. -Ele chegou em mim perguntando se você poderia virar "submissa". —minha mandíbula travou. -Eu disse que dependia de quanto ele estaria disposto a pagar pois sei que você nunca foi submissa de ninguém. Disse a ele que você já foi treinada para isso, mas que não gostava desse tipo de trabalho. Então como te falei, dependeria de quanto ele pagaria para te ter, e pelo visto ele te quer muito mesmo. Elizabeth ele está disposto a pagar um milhão de dólares para te ter como submissa por 6 meses. Eu ganharia 10 mil nessa brincadeira, mas como eu disse você não está acostumada com isso.

Caralho 1 milhão de dólares pra transar com algemas chicotes e coisas doidas desse tipo? Eu não queria me levar pelo dinheiro, mas ao contrário do que as pessoas falam, dinheiro é tudo nessa vida sim! A gente faz tudo com dinheiro, vivemos em uma sociedade capitalista ainda mais aqui em Los Angeles, isso é muito importante para sobrevivermos. Sem contar que eu poderia pagar minha dívida com o velho que não sai do meu pé.

-Você ganha 495 mil hoje, e 495 mil no final dos 6 meses. Eu disse que você iria! —ela contrai os lábios como quem diz: desculpa mas eu tive que fazer isso.

Engoli em seco sentindo meus olhos marejarem e minha mandíbula travar ainda mais. Eu to com muita raiva e ao mesmo tempo chateada vendo que Camila me vendeu assim. Mas também não julgo ela, é muito dinheiro e esse dinheiro vai para a minha conta e eu que vou lucrar com isso.

-Eu posso ir arrumar minhas malas. —pergunto com a voz embargada.

-Sim, por favor. —o homem ao meu lado responde.

Eu nem sai desse lugar e ele já acha que manda em mim? Ele só vai mandar em mim quando eu receber meu dinheiro. Continuo sentada esperando a confirmação de Camila, ela assente e eu saio com a cabeça erguida fingindo não estar sentindo nada.

Do you want to play? (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora