Strange Love (Scorbus)

ghost

Levei a xícara na boca sorrindo um pouco. Albus estava jogado no meu sofá, dormindo, seus cabelos caíam nos olhos de uma maneira fofa, os lábios estavam abertos e a bochecha esmagada contra a almofada. Ouvi ele respirar fundo, acordando, ele sentou no sofá, olhando para os lados confuso, coçando os olhos adoravelmente com a mão. Eu não pude acreditar que Albus Potter poderia ser fofo.

— Bom dia — Falei, tentando controlar o rubor nas minhas bochechas. Ele levantou os olhos e me olhou por longos segundos, me encarando intensamente. Eu o olhei de volta.

— Scorpius... — Ele disse, meio sonolento. Ouvir ele dizer meu nome fazia coisas com meu corpo. — O que houve?

Eu ri um pouco.

— Você não se lembra? — Perguntei, ele arqueou as sobrancelhas e pensou um pouco, levantando do sofá e indo até meu lado na cozinha, parando de frente para mim.

— Não muita coisa — Ele disse, baixinho. Tomei um gole do meu café e entreguei a xícara a ele. — Obrigado.

— Você entrou de penetra na festa de James e criou uma confusão. James te bateu e eu te trouxe para minha casa — Digo, dando de ombros como se não fosse nada. Ele me encarou.

— Por que?

— Bem, James te expulsou da casa dos seus pais, você estava bêbado e drogado provavelmente, eu não poderia te deixar jogado no meio da rua podia? — Falei, não olhando ele diretamente nos olhos. Sorrindo fraco quando ele sorriu também.

— Você é bom, Scorp — Ele disse, usando um apelido completamente novo. — Bom demais para James.

— Scorp? — Perguntei, levantando uma sobrancelha. Ele deu de ombros.

— É fofo.

— O que você quer dizer com “eu sou bom demais para James”? — Perguntei, passando manteiga em uma torrada e lhe dando. Ele deu uma mordida generosa e sorriu.

— Você acha que conhece ele, mas ele é muito diferente do que você acredita ele não é assim todo mundo. Ele só é assim com você.

— Só é assim comigo, como? — perguntei, sem ter certeza se sabia do que ele estava falando. Sempre que falei com James, sempre que vi ele falando com outras pessoas é da mesma forma que eu. Ele sempre foi da mesma forma com todos. Menos Albus.

— Quem sabe você descubra nos próximos dias — Albus disse, e a certeza que ele tinha disso me deixou assustado.

— Se você explicasse as coisas que diz seria muito mais fácil de te entender, sabia? — perguntei debochado, me escorando contra o balcão. Albus deu um passo a frente e colocou o braço na porta da cozinha do lado da minha cabeça. Eu tremi levemente,  ele estava tão perto agora.

— Me diga uma coisa — Ele falou baixinho, me encarando de perto. — Se acaso, nos dois virassemos amigos e James lhe dissesse para ficar longe de mim, você ficaria?

Lógico que não.

— Não. — Falei simplesmente, ignorando o que o sorriso dele fez comigo. Eu ainda não podia me mexer.

— Exatamente. Meu irmão não iria gostar nada disso. — Ele falou, olhando-me de cima a baixo.

— Seu irmão não manda em mim — Falei.

— Não, mas ele quer. Veja bem, você é muito importante para ele e ele quer mandar nas pessoas que ele gosta. E eu, bem eu sou a pessoa que ele mais odeia. Você ser meu amigo ou qualquer outra coisa — ele olhou os meus lábios — seria uma enorme traição a ele.

Sério mesmo?

— Isso é estúpido — Falei, dando um tapa em seu braço e saindo de perto dele. No entanto, ele me segurou pela cintura e me jogou de volta onde eu estava.