— Vamos Rafa! Vamos dançar! — Kamilla se apoiava em mim completamente bêbada.
— Kamilla você bebeu demais, a gente precisa ir pra casa.
— Ahhh mas eu nem beijei ninguém hoje. — Ela falou com voz de choro.
— Mas você ta bêbada demais pra controlar quem você beija. — Eu respondi.
— Claro que não.
Ela falou rindo e eu respirei fundo.
— Marcelo ta tudo bem pra ti a gente ir agora? Ela meio que passou dos limites. — Falei meio debochada mas na real eu tava preocupada.
— Tudo bem. você precisa de ajuda com ela? — Ele falou enquanto eu tentava não cair com o peso da Kamilla quando ela se jogava em mim.
— Não precisa, eu consigo sozinha.
Falei mais por orgulho porque o corpinho dessa menina aqui pesa mais do que parece.
Ele pegou um braço dela e passou no pescoço, me deixando confusa.
— É serio não precisa.
— Mas se eu te ajudar você faz menos esforço.
— Ma...
— Relaxa aí e me deixa ser educado.
Eu ri com a resposta e ele abriu um sorriso.
— Então ta bom.
Essa foi a primeira vez que eu passei a festa inteira falando com o mesmo cara e não fiquei entediada, ele era divertido, compreensivo e foi a primeira vez que um cara não falou comigo com as segundas intenções totalmente expostas.
Chegamos no carro conversando sobre alguma coisa aleatória e ele me ajudou a colocar Kamilla que adormeceu em nossos braços no banco de trás.
— Onde você disse que mora mesmo?
— Penha, mas não precisa me levar até lá, eu só queria uma carona pra estação de metrô.
— Se ta loco de pegar um metrô a essa hora, são quase 3 da manhã.
— Relaxa, eu sei me cuidar.
— Eu te levo lá.
— Mano é do outro lado da cidade.
— Relaxa, toma — Dei o cabinho de celular que conecta no rádio. — Coloca uma música. Eu vou só deixar a Kamilla primeiro porque eu preciso subir escada com ela e vai ser um ótimo jeito de você me pagar o favor.
Ele sorriu.
— Tu é teimosa assim com todo mudo?
— Só com os que são mais teimosos que eu.
Ele riu e escolheu uma música.
...
Passamos os 30 minutos no carro ouvindo a minha playlist em um silêncio um pouco estranho, eu não sabia se tinha feito algo errado mas ela parecia mais quieta que o normal, não que eu a conhecesse o suficiente para dizer alguma coisa.
— Bom é aqui que eu deixo você. — Ela disse assim que parou o carro na frente do meu apartamento.
— É... Valeu. — Disse abrindo a porta enquanto observava ela descansar a cabeça no volante. — Olha eu não quero parecer esquisito nem nada, mas você parece bem cansada pra dirigir mais 30 minutos de volta, você não quer passar a noite aqui e vai amanha cedo pra casa.
— Então é esse o seu truque?
— Truque?
— É, você pede uma carona e convida a menina pra dormir na sua casa e quando chegar na hora você transa com ela.
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Me leva
RomanceRafaela é uma jovem adulta em meio aos seus 20 anos cursando audiovisual em São Paulo, no seu penúltimo ano ela não sabe se quer se dedicar à faculdade e ao futuro ou se deve dar espaço as festas que sempre foram uma necessidade em sua vida. Marcelo...