Meu pai chamou um táxi e levou JooHyun para o hospital.
Fiquei espiando, meio escondido, entre o muro da pequena varanda e o pé de espirradeira cor-de-rosa que ficava no canto do muro.
Torcia para que acontecesse com ela o que aconteceu com minha mãe e ela nunca mais voltasse.
JooHyun não soube me conquistar. Nunca teve um gesto de carinho para comigo. Ironizava-me com frequência. Provocava-me. Quando lavava minha roupa, repetia sempre:
- Estou lavando a roupa do porquinho. Relaxado! Só serve mesmo para sujar roupa!
Dava-me comida, como se dá comida a um animal de pouco trato.
Quando meu pai não estava por perto, punha-me para limpar o chão, a lavar os pratos e panelas, a varrer o quintal. Se me opunha, xingava-me e dava-me com o cabo de vassoura.
Eu não deixava por menos, revidando sempre que podia. As coisas não iam bem entre nós. Eu não gostava da Bae; a Bae não gostava de mim. Que ela ficasse por lá, sepultada para sempre.
À noite, meu pai entrou, com um pacote de pão sob o braço. Comemos com ovos que ele mesmo fritou e tomamos café da garrafa.
No final da pequena refeição, palitou os dentes como se tivesse comido carne, mexeu a boca várias vezes como se ensaiasse as palavras e anunciou, adoçando a voz:
- Você vai ganhar um irmãozinho. - E acrescentou, em reprimeda suave. - Vê se se comporta de agora em diante.
- Filho da JooHyun? - Perguntei, misturando surpresa e indignação.
- Por que a pergunta filho da JooHyun? - Indagou meu pai, no ataque.
Não pestanejei e respondi de pronto:
- Porque filho da JooHyun não é meu irmão.
Meu pai endireitou-se na cadeira e me fitou com raiva. Pensei que fosse me bater, mas disse apenas:
- Você só complica. Não sei a quem puxou. Nada está bom para você!
Levantou-se e retirou os pratos.
Poderia, pelo menos, ter passado a mão na minha cabeça, sorrido para mim, segurado minha mão. Mas nada. Era um homem seco de carinho.
Deixei o meu lugar e fui para a sala, ver televisão.
...
Ih alá a bixa grávida.
Neko ama vocês ♡
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Dong Young
FanfictionA história do menino Doyoung, cuja índole meiga e boa desabrocha e floresce ao receber a "rega" diária do amor.