Capítulo 3

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Maior dolor obscurat minorem
(Desgraça grande faz esquecer a pequena)

Windsor, Estado Inglês
EsIn, 06 de Julho de 999 NE

Jardins Da Nova Versalhes, Palácio de Windsor, EsIn
Casamento Real da Princesa e o Duque

Charlotte Alexandra Louise Tudor Windsor

AQUILO HAVIA ATÉ MESMO ME CHOCADO. Eu falei isso?

-Não, eu não aceito.

Todos estavam indo a loucura com a minha resposta. Eu ensaiei de todas as formas o "Sim". Amigável, amoroso, feliz, empolgado. Duque me olhou da pior forma, decepcionado, mas eu fingi não perceber. Está tudo bem Charlotte.

-Duque, perdoe-me, mas tanto eu quanto você sabemos que esse casamento nunca daria certo. Você é um homem incrível, mas minha ambição não combina com a sua, eu tenho vontades diferentes. Quero ser a rainha que meu país precisa, mas quero ser a Rainha com um Rei que eu ame. Desculpe-me, mas não posso.

-Charlotte, não faça, sabe quanto apoio irá perder. Seu aniversário é em uma semana, isso significa que falta um ano para ser coroada. Como será sem um Rei?

-Chega! Basta! Eu não irei me casar com você. - falei alto. Virei para a multidão para falar com meus convidados. - Desculpem-me por fazê-los vir até minha casa assistir meu casamento, mas não posso me casar.

Eu levantei o vestido e tirei meus saltos, sentindo o veludo sobre meus pés, então sai correndo sorrindo, corri até não saber onde estava.

Sentei em um banco, em algum lugar perdido no meio do jardim. As lágrimas escorriam de meus olhos sem eu perceber, e então eu só precisava de alguém que eu pudesse chamar de amigo. Mas diferente de Mary, eu não tinha ninguém, ninguém como ela tinha.

Sentei no chão, juntando a perna ao meu peito e chorando todas as lágrimas que eu tinha, até que por um momento senti alguém me observando. Era um homem, um olhar que demostrava estar tão longe quanto eu. Eu levantei rasgando a borda do meu vestido de noiva e ao mesmo tempo observei o homem se aproximar.

-Princesa Charlotte? Achei que nessa hora deveria estar entrando em um salão de festas com seu... marido?

-Desculpe-me, mas quem é você? - perguntei ao homem de estatura alta em minha frente.

- Ah sim, perdoe-me minha falta de educação. Sou Henrique Manuel Alcântara Borgonha de Bragança e Borbon, Príncipe do Reino Sulista.

Sorri para o Príncipe, tentando esquecer o casamento.

-Mas então, por que está aqui? - ele sibilou sorrindo.

-Então, Príncipe, se não me fizer perguntas, eu prometo não perguntar o que faz no Jardim e não no casamento.

Ele sorriu, entendendo que eu apenas gostaria de espaço. Henrique andou em volta do lago, e alguns momentos depois, se virou pra mim, sentando ao meu lado.

A conversa com ele parecia fluir e nunca acabar.

- Eu nunca sai do Castelo sozinha, sempre para deveres, entrando e saindo do avião.

-Se você prometer não contar para os Reis, eu te levo até onde você quiser.

-Então me leve até as penínsulas.

Ele pareceu pensar o que eram penínsulas por muito tempo, mas eu sabia a resposta. Penínsulas eram as cidades da população mais pobre.

-Se é o que você quer, não negarei.

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