Capítulo 2

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                     In vino veritas
             (Bebida entra, verdade sai)

Windsor, Estado Inglês
EsIn, 21 de Junho de 999 NE

Salão de Baile, Palácio de Windsor, EsIn

Charlotte Alexandra Louise Tudor Windsor

Eu nunca tive tanta certeza de meu ódio por bailes como hoje. Eu invejava o sorriso estonteante de Mary, conversando com seu mais novo pretende, provavelmente um príncipe. No fundo eu a entendia, ela não queria um príncipe para ter dois reinos, ela só queria ser uma Rainha com apoio, e nada melhor do que um príncipe segurando sua mão. Mary queria um amor verdadeiro e por mais que eu não acreditasse que princesas pudessem se submeter a algo tão indiferente quanto o amor, eu ainda rezava para encontrar um. Mas Franz apareceu em minha vida e tudo pareceu mudar.

Recordo-me dele chegando aqui, eu mal sabia quem ele era, mas a única palavra que escutei foi: este é seu futuro marido, precisávamos do apoio de sua família para continuar no poder. E aqui estou eu, bebendo uma taça de cordë, uma bebida forte, e sorrindo para os convidados, como uma noiva feliz.

Franz me olhou, sabendo que eu desejava não estar ali, mas não hesitou em segurar delicadamente minha mão. Eu não sorri ou me mostrei indiferente, apenas o olhei profundamente e suspirei. Beberiquei meu cordë e soltei minha mão, procurando alguma nova companhia.

A poucos metros, vestindo as cores de seu país, demonstrando o seu luto pelo tio falecido, estava o Príncipe do Sacro Império Mesopotâmico. O príncipe Lukas Hamurabi nunca fora um homem que eu colocaria em minha lista de preferidos, mas ele não era um homem qualquer. Eu mal percebi quando estava ao seu lado.

-Príncipe Lukas, que honra revê-lo. Sinto muito por seu tio. – Eu demonstrei estar triste, mas me sentia indiferente a morte.

-Vossa Alteza, obrigada por suas condolências. Meu país se anima apenas com sua delicadeza. – ele também bebericou o cordë.

-Conceda-me uma única dança e deixe essa princesa contente. – Eu sorri, mas dessa vez o sorriso não era falso, era sincero.

-A honra será minha. – ele esticou sua mão, e beijou a pele entre meus dedos.

Dançamos uma, duas, três, quatro solenas e parecíamos nunca cansar. Mas eu tinha muito o que fazer, então me despedir brevemente de Lukas, andando em seguida rumo à oficialização de meu noivado.

-Senhores e Senhoras, bem vindos ao jantar de noivado. Quero agradecer à minha filha e ao meu futuro genro por essa incrível união. Quero agradecer à família do Duque e por todos presentes nesse recinto. Gostaria de propor um brinde aos noivos, que a felicidade de vocês seja tão longa quanto seu reinado. Aos noivos. – e todos repetiram aquela frase. Mas dessa vez, eu continuei forte. E brindei, quem sabe assim eu seria feliz?

Mas é claro que era tudo uma grande ilusão. Franz não era quem eu esperava caminhar até o altar. Não que houvesse um homem, mas poderia acontecer. Mais um motivo na qual eu invejava Mary, ela podia se casar por amor.

Respirei fundo, observando Mary e James. Eles pareciam próximos e rindo. Ela tinha amigos. Já eu, nem sei se posso considerar minhas criadas como isso. Meu conselheiro é o Duque Manfort. Quando fui avisada do meu casamento com um duque, esperei que fosse qualquer pessoa, menos ele. Hoje eu aceitaria uma proposta dele.

Meu pai deu início ao jantar, e todos se sentaram em seus devidos lugares. O salão de baile parecia uma grande confusão, garçons e garçonetes passavam rápido a todo momento.

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