Capítulo 2

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A semana passou rápida e hoje era sexta, eu estava terminando de tirar fotos para uma revista e depois iria para casa, pegar minhas malas e partir para viagem, Eu pensei que Verônica e Alice iriam comigo, mas pelo visto todas elas estavam ocupadas esse final de semana, minha mãe disse que sábado tinha marcada alguma coisa no clube de mulheres que ela freqüentava, então seria apenas eu e Lavínia, fazia tanto tempo que não saia só nós duas assim sozinhas, que eu estava ate feliz com isso, então quando tudo acabou no trabalho eu e minha filha fomos para casa pegar nossas malas e partir, paramos em uma lanchonete pra comprar milk-shakes antes, colocamos nossa playlist de viagem e fomos cantando ate que a Lavínia dormisse, e agora aqui sozinha digirindo eu fico me perguntando como seria a minha vida se eu não tivesse tido ela, se eu seria feliz... Provavelmente não como sou agora, eu lutei muito pra ter o que tenho por causa dela, queria que ela nunca pensasse que a vida dela poderia ser mais fácil se ela tivesse um pai, todo a meu império é dela, pra ela viver bem.

E agora mal me lembro do pai dela, não consigo mais enxergar ele com os olhos daquela garota de 17 anos que ela completamente apaixonada por ele, ma sempre me pergunto aonde será que ele esta? Será que ainda mora nos Estados Unidos ou será que voltou para o Rio de Janeiro? Será que é solteiro ou casado? Será que ele descobriu que eu tive uma filha? Será que ele nunca me procurou por isso? Por medo de ser o pai da Lavínia? Então saiba idiota que você é sim o pai dela, aonde quer que você esteja.

Eu queria que ele tivesse ficado ao meu lado, que ele falasse que me amava e que não iria embora pra ficar comigo, mas eu também não pedi que ele fizesse isso, eu não podia estragar a vida dele, eu o amava.

Percebi que estava chegando à cidade e me perguntei quanto tempo tinha pensado nisso tudo, Lavínia ainda estava dormindo ao meu lado, ela era tão linda, eu sou muito boa em fazer filhas, pode falar, uma salva de palmas para mim.

Quando cheguei ao hotel era meia noite ainda, deixei Lavínia no quarto dormindo e fui dar uma volta sozinha na cidade, eu tinha marcado com um "amigo" que morava lá para a gente sair, ele era dono de um pub badalado ali no centro da cidade e eu se eu me lembro, ele beija muito bem. Quando cheguei ao pub logo o vi rindo com alguns caras e sorri me aproximando.

- Matheus – o chamei, ele virou em minha direção sorrindo e se aproximou de mim, me abraçou me levantando e eu ri

- Mari, quando tempo garota – quando ele me pos no chão pude o olhar melhor, ele fiava mais bonito cada ano que envelhecia, Matheus devia ter seus 45 anos já, mas era um garotão, ele malhava todos os dias (eu sei disso porque vejo os stories dele no instagram todos os dias) e praticava vários exercícios, seu rosto era bem definido, maxilar marcado sua barba por fazer deixava ele mais sexy, seus olhos castanhos escuros eram tão profundos que deixava um ar de suspense, seu cabelo grisalho denunciava sua idade mas não sem perder todo o charme, ele era um verdadeiro gato, nós tínhamos nos conhecido em um festival de comida gourmet na zona sul do Rio de Janeiro, e depois ficamos juntos por uns 2 meses, ate que fomos parando de nos falar, mas a nossa amizade continuou, ele era engraçado e fofo, muito educado, o cara dos sonhos.

- Faz uns dois anos que não nos vemos né – eu disse enquanto passava a mão em seus braços, assumo que tinha vontade de fazer isso todos os dias pelo Instagram

- Sim, faz muito tempo mesmo- Ele me sorriu de um jeito maldoso e nós dois rimos, depois fomos a uma mesa, pedimos cerveja e ficamos conversando.

- Ano passado eu morei na Itália, você deveria ir um dia lá Mari, você iria amar, Roma, Florença, Milão, os pontos turiscos são incríveis, os vinhos são os melhores, a propósito eu trouxe umas garrafas, esta na minha casa, eu adoraria se você fosse amanha jantar lá comigo, eu posso te mostrar muita da culinária que aprendi por lá.

- Matheus, eu adoraria- disse sorrindo sem graça- mas eu estou aqui com a minha filha, e eu prometi que ficaria mais tempo com ela

- Mas esta aqui – ele me disse desafiador

Esse cara gosta de encrenca

- Porque ela esta dormindo – Eu disse rindo atoa, acho que eu não sabia mais beber ou talvez já tivesse bebido demais, ele riu também e pegou na minha mão a acariciando

- Eu preciso ir ao banheiro – disse sem graça tentando fugir, meu deus, o que foi aquilo?

Me levantei da mesa e fui ate o banheiro, eu estava cansada, bêbada e apertada, mas é obvio que a fila estava enorme porque nessa vida nada é tão ruim que não possa piorar, quando me virei para voltar a mesa para me despedir de Matheus pois eu já queria ir para o hotel, eu acabei trombando com um cara e acabei derramando toda a cerveja dele em cima dele.

- Ai meu deus me desculpa, eu estou muito envergonhada, meu deus me desculpe – eu disse passando a mão na blusa do cara como se isso fosse resolver alguma coisa

- Ei, eu te conheço – Ele disse me olhando, então eu, surpresa, levantei o rosto para olhar ele e tentar lembrar quem era esse cara, fail.

-Me desculpa, o que disse?

- Eu me lembro de você, não sei de onde.

- Muito menos eu senhor – eu disse abrindo minha carteira e pegando cem reais para o cara comprar uma cerveja e uma camisa nova, porque a dele estava ate melhor com a cerveja do que sem.

- Meu nome é Arthur eu sou medico

Medico? Por que um medico me conheceria? Eu nunca fiz plástica, ao menos que...

- Você é o meu ginecologista? Estranho eu tinha certeza que o nome dele era José – eu disse confusa

- Ginecologista? Claro que não, você tem filhos?

- Senhor você é por acaso um policial disfarçado? Fique sabendo então que eu a demiti por justa causa -eu com certeza estava bêbada mas não queria ser presa

- O que? Demitiu quem?

- A Eliana, ela não era boa funcionaria e ainda tinha roubado uma blusa da loja, ela disse que não entraria na justiça por causa do nosso acordo

- É mesmo, que acordo? – Ele disse rindo e eu não entendi nada

- Eu disse que não há pagaria esse mês em troca de não denunciar ela por roubo

- Então senhorita...

- Mariana – Como que um policial me investigando não lembra meu nome?

- É, Mariana, vamos fazer assim, você me passa seu numero de telefone e amanhã eu te ligo para falarmos disso melhor, certo? – eu concordei e dei meu numero para ele, após me despedir do policial bonzinho eu fui ate Matheus para me despedir dele também, eu peguei um taxi e fui para o hotel, chegando lá dei um beijo na minha filha e logo em seguida desmaiei do lado dela, dormindo o resto da noite toda, sem preocupações.

Mariana - Agora é do meu jeitoWhere stories live. Discover now